(B. C. K.), e, através deste, à rede ferroviária da África Central e do Sul, sendo pois uma linha de grande interesse económico, político e estratégico.

Este caminho de ferro tem a extensão total de 1343 km, na bitola de 1,067 III (excluindo o ramal do Cuíma, que tem 66 km, na bitola de 1,067 m, e que foi construído com o objectivo de drenar o minério de ferro do Cuíma), e á sua construção visou, especificamente, assegurar a drenagem das riquezas minerais do Catanga.

O caminho de ferro serve, igualmente, uma vasta zona de Angola, tendo contribuído e continuando a contribuir para o seu desenvolvimento económico e social. Ao longo do seu traçado foram surgindo aglomerados populacionais, alguns deles constituindo hoje progressivas cidades e vilas.

É grande a importância de carga de trânsito, quase toda constituída por minérios provenientes do Catanga.

Os passageiros pertencem na sua quase totalidade ao tráfego nacional, já que o tráfego de trânsito, que até 1960 se situava entre 4000 e 5000, ficou, de então para cá, reduzido a cerca de 3000 passageiros.

O tráfego de mercadorias, quer o nacional, quer o de trânsito, orienta-se predominantemente no sentido descendente, e apenas o tráfego de serviço se encontra sensivelmente equilibrado (505 680 t em sentido ascendente e 483 139 t em sentido descendente, em 1965).

Os minérios constituem parte muito importante do tráfego, tendo totalizado 766 034 t (incluindo o ferro do Cuíma) em 1965, das quais apenas 82 t em sentido ascendente.

Para as obras de aquisição de 1.º estabelecimento foram gastas, a partir de 1952, as importâncias que a seguir se indicam, em contos:

Os dispêndios correspondem às rectificações do traçado da via, construção do ramal do Cuíma, construções e instalações diversas e aquisições de material de tracção e circulante, máquinas, ferramentas, semoventes, etc.; representam um dispêndio médio anual de 54 727 contos. O caminho de ferro de Moçâmedes compreende a linha geral, entre Moçâmedes e Serpa Pinto, na bitola de 1,067 m, com a extensão de 756 km; o ramal da Chibia, entre Sá da Bandeira e Chiange, na bitola de 0,60 m, com o comprimento de 124 km; 6õ km de linhas desviadas; e o ramal de Cassinga, na bitola de 1,067 III e na extensão de 110 km.

Este caminho de ferro foi inicialmente construído com a bitola de 0,60 m, servindo principalmente como via de penetração e de transporte de produtos agrícolas, tendo ficado o ser término, por muitos anos, fixado na cidade de Sá da Bandeira.

Em 1955 a bitola foi alargada para 1,067 m e, nesse mesmo ano, foi inaugurado o primeiro troço do prolongamento além de Sá da Bandeira, sendo o último troço, até Serpa Pinto, inaugurado em Dezembro de 1961.

Estão em curso grandes trabalhos de beneficiação e rectificação do traçado e procede-se à aquisição de equipamentos de tracção, circulante e diverso, que transformarão completamente a situação actual, com vista ao transporte de minérios de ferro de Cassinga, que se espera venha a atingir 5 milhões de toneladas por ano.

O número de passageiros diminuiu sensivelmente entre 1960 e 1962, vindo, no entanto, a aumentar rapidamente a partir de 1963. Em 1965 o tráfego de passageiros é quase o quádruplo do que era dez anos antes.

O movimento de mercadorias também acusa um razoável ritmo de crescimento, sendo de salientar o lugar que naquele tráfego ocupam os minérios de ferro (cerca de 44 por cento em 1965). A costa de Angola apresenta número relativamente elevado de portos, mas apenas conta com três razoavelmente equipados. Trata-se de Lobito, Luanda e Moçâmedes, equipados para tráfego marítimo geral e para carregamento de minérios.

Evolução do movimento total portuário da província

Milhares de toneladas

Do ponto de vista de utilização das infra-estruturas existentes, o porto de Luanda, com 1260 III de cais acostável, movimenta 38,7 por cento da carga total transitada pelos portos da província; o porto do Lobito, com 1272 m de cais, movimenta 47,4 por cento; o porto de Moçâmedes, com 875 m de cais, movimenta sòmente 7,4 por cento.

O porto do Lobito encontra-se, pois, razoavelmente bem aproveitado. Quanto ao porto de Luanda, impõe-se a ampliação das suas instalações. Quanto ao porto de Moçâmedes, encontra-se ainda longe do aproveitamento normal das suas instalações e mais longe ficará quando, em breve, o minério passar a ser carregado pelas novas instalações do Saco do Giraul.

Os restantes portos (Cabinda, Porto Amboim, Porto Alexandre, etc.) movimentam, no seu conjunto, uma percentagem quase igual à de Moçâmedes.