A Companhia do Caminho de Ferro de Benguela, além dos empreendimentos e investimentos já estimados para a vigência do III Plano de Fomento, prevê, em função da evolução do tráfego e das disponibilidades financeiras, os seguintes como obras e aquisições:

Contos Caminho de ferro de Moçâmedes Encontram-se em curso obras de monta no caminho de ferro com a finalidade de permitir a exportação de pelo menos, 5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Estas obras deverão terminar no decurso do III Plano de Fomento e são financiadas pelo empreendimento mineiro de Cassinga.

No entanto, outros melhoramentos são necessários para se garantir a eficiente exploração, independentemente do transporte de minérios, melhoramentos estes a financiar pelas verbas do III Plano de Fomento e que a seguir se indicam:

Melhoramentos da via.

Ligações à variante norte da Cheia

Pelo Projecto Mineiro de Cassinga será executada a variante norte da serra da Cheia, sensivelmente entre os actuais quilómetros 165 e 333. Para manter, a partir dessa variante, o acesso ferroviário a Sá da Bandeira, haverá que estabelecer as ligações ao novo traçado do lado de Moçâmedes, cerca do apeadeiro da Quinlemba, numa extensão de 10 km, e do lado de Serpa Pinto, depois da passagem da ponte sobre o rio Caculovar, num percurso de 5 km.

Renovação de travessas

A via vai ser muito melhorada - incluindo a substituição do material actualmente em uso - até ao quilómetro 525 pelo empreendimento mineiro de Cassinga. Quanto ao troço entre os quilómetros 525 e 755 (actualmente término), verifica-se a deterioração de grande número de travessas de madeira, que urge substituir.

Balastragem

Torna-se urgente, para maior economia da exploração e maior segurança, completar a balastragem, a brita, do troço em que tal balastragem ainda não existe (entre os quilómetros 525 e 589) e reforçar e completar a balastragem entre os quilómetros O e 165.

Equipamento

Locomotivas e automotoras

Pelo Projecto Mineiro de Cassinga vão ser adquiridas as locomotivas Diesel necessárias ao transporte do minério de ferro. Convirá, pois, adquirir as locomotivas necessárias para as restantes necessidades da exploração. Tais locomotivas deverão ser também Diesel, para evitar o uso simultâneo de dois tipos (vapor e Diesel), que seria antieconómico. Estima-se como necessária, para o efeito, a aquisição de cinco locomotivas, sendo prioritária a aquisição, dentro da vigência do III Plano de Fomento, de três. Prevê-se ainda a aquisição de três automotoras, para atender ao crescente tráfego de passageiros.

Carruagens e vagões

Em razão do aumento de tráfego de passageiros, afigura-se necessária a aquisição urgente de pelo menos, uma carruagem de 2.º classe.

O aumento de tráfego resultante do Projecto Mineiro de Cassinga exigirá constante actuação ao longo da linha, e, para isso, torna-se indispensável apetrechar a exploração com os necessários meios. Para tal, propõe-se a aquisição de duas carruagens de serviço.

Investimentos do Projecto Mineiro de Cassinga

Esses investimentos não terminarão em 1967, pois haverá, pelo menos, que contar com a construção da grande variante norte da serra da Cheia. Este empreendimento é inscrito «por memória», visto estar incluído nos investimentos considerados no capítulo das indústrias extractivas.

3.3. Portos, transportes marítimos e fluviais Para o período do Plano há a considerar os trabalhos para a consolidação da «ilha» de Luanda, já iniciados, a fim de manter as condições de abrigo do porto.

Há ainda que substituir o ramo de ligação entre a «ilha» e o continente, actualmente designado por «ponte», por uma verdadeira obra de arte que permita restabelecer condições hidráulicas destruídas pela construção do aterro. Tendo em vista os condicionamentos actuais, considera-se prudente estabelecer o seguinte programa de actuação para o período do III Plano de Construção de 385 m de cais para carga geral, desde já tidos por necessários a curto prazo, dotando-os com as indispensáveis instalações em terra e equipamento;

b) Inscrição de verba para estudos de desenvolvimento do porto, atentas as necessidades que efectivamente venham a demonstrar-se, nomeadamente as respeitantes à movimentação de minérios (de ferro e de alumínio), à cabotagem e à pesca;

c) Consideração «por memória» dos restantes empreendimentos propostos pela província, já que a sua realização pode vir eventualmente a justificar-se por força dos estudos referidos em b);

d) Conclusão das instalações em terra, complementares dos cais terminados em 1966;

e) Aquisição e montagem do equipamento tornado necessário em razão da construção desses mesmos cais.

Lobito Para evitar o contínuo crescimento da restinga, que ameaça fechar o porto, está em construção, como já foi referido, um campo de esporões, que terá de ser continuado.