No que diz respeito a instalações e apetrechamento técnico na generalidade, o previsto para o ensino será utilizável pelos investigadores, sem excluir a hipótese de que, em alguns casos, possa ser necessário recorrer a meios autónomos para a investigação. Cabe ao corpo docente a realização das funções normais de pesquisa. No entanto, em muitas situações tornar-se-á indispensável contratar além dos quadros, subsidiar e, inclusive, proceder à preparação do pessoal exigido por determinadas tarefas especializadas.

Assim, foram consideradas numa única rubrica, intitulada «Apoio à investigação», essas situações particulares em matéria de instalações, apetrechamento e, sobretudo, preparação e manutenção de pessoal especializado. Investigação não ligada ao ensino Evolução recente, situação actual e perspectivas Cartografia geral, especial e carta geológica As tarefas cometidas aos Serviços Geológicos e Cadastrais de Angola durante o II Plano de Fomento e o Plano Intercalar de Fomento consistiram essencialmente na construção da carta da província, à escala de 1:100 000, a oeste do meridiano 18º (E. G.). A parte leste do mesmo meridiano foi adjudicada a duas empresas particulares, sob a supervisão da Junta de Investigações do Ultramar.

No fim da campanha em curso todas as folhas a leste do meridiano 15º (E. G.) e a norte do paralelo 9º S. terão os trabalhos completamente realizados.

No início do III Plano de Fomento poderá dispor-se do apoio fotogramétrico para a elaboração de pelo menos, metade das folhas a oeste do meridiano 15º (E. G.) e norte do paralelo 8º S.

Tendo como base as folhas do leste de Angola, à escala de 1:100 000, foram construídas todas as folhas possíveis à escala de 1:250 000. Por redução fotográfica desta, obtiveram-se folhas à escala de 1:500 000. Também se fez uma provisória da carta da província à escala de 1:1 000 000, 1:2 000 000 e outras escalas menores.

Presentemente, está executada a carta geológica de 192 000 km2 (cerca de 15,3 por cento do território).

Nos últimos três anos, os trabalhos executados envolveram a utilização sistemática de métodos específicos de prospecção (geológicos, geoquímicos e geofísicos). Hidrologia, hidrografia e navegação fluvial A actividade do sector hidrológico tem visado o alargamento e adensamento da rede de observações, bem como a melhoria do nível técnico dos observadores. Foram feitas observações hidrométricas e meteorológicas e incrementada a ocupação hidrográfica de diversos rios.

No rio Cuito-Cuanavale identificaram-se cerca de 1000 km com possibilidades de utilização. O Cuito é valioso como estrada natural, uma vez que é a única via de comunicação ao longo de todo o seu vale. Após a execução de diversas obras, tiveram início carreiras experimentais.

Na escala 1:20 000 foi apresentado o reconhecimento do rio Cuito desde Cuito-Cuanavale à foz do Hanha, numa extensão de 850 km.

No rio Cubango efectuou-se a limpeza e regularização do leito e outras obras necessárias à manutenção das carreiras existentes.

Também se fez o reconhecimento hidrográfico do rio Longa, num percurso de 200 km, navegável desde Calando até Cuito-Cuanavale, praticamente durante todo o ano.

No Cu nene foi realizado o reconhecimento de 300 km, entre Folgares e o Calueque. Fez-se a ocupação hidrográfica deste rio, mediante a instalação de postos limnigráficos e limnimétricos e estações de medição de caudais, o mesmo se verificando no Guando, Cubango e Cuangar.

De igual modo foram efectuados reconhecimentos nas bacias do Colui e Cuvelais. Meteorologia O levantamento geomagnético de Angola está a ser feito, desde 1965, com uma rede de malha de 75 km. Foram já ocupadas 90 estações, faltando ocupar 115, que sê-lo-ão em 1967.

O Centro Geofísico de Luanda, que dispõe de dois pavilhões para magnetismo, um pavilhão de sismologia, um pavilhão de radioactividade do ar e um para radiação solar, tem já prestado a sua colaboração em estudos ao nível internacional, havendo, no entanto, que proceder à sua ampliação.

Por intermédio do sistema de telecomunicações, tem-se procedido à recepção e emissão de informações meteorológicas de base para o interior da província, informações meteorológicas para a exploração aeronáutica, etc.; no entanto, as condições de recepção não são as melhores.

Com vista à protecção aeronáutica, estão já montadas e em funcionamento algumas estações da rede sinóptica internacional, mas em número ainda insuficiente. Investigação aplicada à agricultura

Carta dos solos Com base na observação de perfis típicos, sondagens e descrição de itinerários, e recorrendo a processos de generalização apoiados nas inter-relações solo-litologia-clima-vegetação, continuou a Missão de Pedologia de Angola e Moçambique os seus trabalhos com vista à total cobertura pedológica do território.

Instituto de Investigação Agronómica O Instituto de Investigação Agronómica iniciou as actividades em Janeiro de 1962, tendo sido necessário seleccionar os projectos de trabalhos que passaram a constituir as suas linhas fundamentais de actuação.

Além de diversos estudos referentes a várias culturas especializadas, estudos florestais, agro-pecuários, de genética e melhoramento, de zoologia apícola, fitopatologia, botânica, etc., há que salientar a comparticipação do Instituto em jornadas silvo-agronómicas e reuniões internacionais.

Sendo de longo prazo a maioria dos projectos em estudo e dada a necessidade imediata da conclusão de alguns trabalhos, seria de toda a conveniência que o Instituto de Investigação Agronómica de Angola pudesse contar com os meios materiais e humanos para conseguir ultimar determinados estudos no mais curto prazo de tempo. O Instituto de Investigação Veterinária de Angola tem produzido trabalho de validade indiscutível, cujos reflexos se patenteiam, em alguns casos de forma exuberante, no fomento da actividade agro-pecuária da província.