Por sua vez, as instalações sanitárias evoluíram entre os anos de 1962 e 1965, de acordo com o quadro seguinte:

Instalações sanitárias do Estado

Sendo o hospital rural a instalação tipo de delegacia de saúde, não há coincidência entre os respectivos números porque as delegacias de saúde das sedes dos distritos e de alguns aglomerados urbanos mais importantes (Lobito) têm instalações adequadas apenas ao exercício das práticas de saúde pública.

Algumas das delegacias de saúde rurais ainda não dispõem, de instalações próprias que possam ser classificadas como hospitais- rurais. As dotações orçamentais e os meios, do III Plano de Fomento permitirão, .até ao fim. do sexénio, que todas as delegacias de saúde rurais fiquem dispondo das instalações necessárias.

No número de maternidades indicadas estão incluídas, não só as maternidades instaladas em edifícios próprios, como também os pavilhões a tal fim destinados nos hospitais regionais, sub-regionais e rurais. Ao conjunto dos estabelecimentos assistenciais do Estado há que adicionar os do sector privado, a cargo das missões religiosas, das empresas particulares, destinados aos seus trabalhadores e familiares, e ainda dos sindicatos e outras associações de classe, para os seus associados.

No quadro seguinte discriminam-se as várias categorias das instalações existentes e o seu número:

Estabelecimentos de assistência do sector privado

Quanto ao número de leitos oferecidos, o sector privado não só dispõe de um maior número em valor absoluto, como a sua evolução se tem processado a um ritmo maior do que o do sector público:

433. Considerando, no seu conjunto, o número de leitos hospitalares do sector público e do sector privado, dispunha a província em 1964 de 11 943 leitos hospitalares, ou sejam 2,34 leitos por 1.000 habitantes. Com as construções e ampliações em curso e com as que se prevêem no III Plano de Fomento, apenas no sector público deverá atingir-se no fim do hexénio uma percentagem de 3 leitos por 1000 habitantes, média considerada como suficiente pela comissão de peritos da Organização Mundial, da Saúde. A análise dos elementos sobre a nosonecrologia do território põe bem em evidência:

1.º A grande predominância das doenças, infecciosas e parasitárias, que constituem ura quarto de todas as causas mórbidas registadas;

2.º Que a mortalidade é devida, sobretudo, a estas doenças, às do aparelho digestivo (em especial diarreia infantil) e a outras causas mal definidas. No seu Conjunto, constituem mais de três quartos das causas de morte.

Os elementos estatísticos relativos às causas das doenças não caracterizam completamente a situação sanitária dos territórios porque pecam bastante por defeito.

Finalmente, devem referir-se as situações- que felizmente não se registam, mas que podem constituir perigo para o território - é o caso da peste ao sul, da varíola ao norte e a leste e da bilharziose manzoni a leste e a sul.

A tripanossomíase constitui outro caso deste tipo, que se diferencia, dos anteriores por já ter sido reduzida ao nível de controle no seio do próprio território. Sob o ponto de vista nutricial, os elementos colhidos de 1957 a 1961 põem em evidência que, de um modo geral, a alimentação angolana é suficiente em calorias e ferro, mas insuficiente em cálcio. Quanto aos restantes nutrientes, as carências e suficiências dispersam-se em zonas, algumas vezes bastante irregulares.

As proteínas animais abundam em toda a zona litoral e nas zonas de pesca marítima; são suficientes nas zonas pastoris do Sul; escasseiam na quase totalidade dos planaltos centrais, com excepção de zonas muito circunscritas, ricas em espécies piscícolas de água doce. A montagem de um departamento especializado para diagnóstico e tratamento precoce do cancro justifica-se em Angola não só porque a afecção, apresenta incidência crescente no território, mas também porque a falta de recursos locais apropriados força a enviar para fora da província uma grande parte de indivíduos, o que, para os económicamente débeis, cria problemas de solução difícil. Além da actividade dos serviços de saúde no campo da medicina curativa, importa assinalar a sua acção no domínio da medicina preventiva. Esta respeita particularmente aos serviços autónomos especializados (combate à tuberculose, combate à lepra e combate às tripanossomíases) e aos que actuam no âmbito especializado, como a assistência materno-infantil. Importa também assinalar a actividade preventiva que decorre nas delegacias de saúde, que, embora atendam também doentes, têm uma acção especialmente orientada para as funções administrativa e preventiva. Assistência A assistência, social desenvolve-se pela actuação dos Serviços de Saúde e Assistência e do Instituto de Assistência Social.