balança de invisíveis compensa, em grande parte, o déficit das trocas, devido especialmente ao movimento de trânsito com os territórios vizinhos. O sector primário caracteriza-se pela existência do dualismo económico já assinalado: uma maioria da população em sistema de transição e uma minoria em sistema de economia de mercado. A este propósito pode indicar-se que o valor relativo do autoconsumo dos produtos alimentares na produção total é estimado do seguinte modo: A exploração agrícola é efectuada por três tipos de estruturas: as empresas de tipo familiar tradicional, com importante autoconsumo, as médias empresas e as grandes empresas agro-industriais. Em relação aos principais produtos verificam-se os seguintes elementos:

Produção relativa

Percentagem

Tem-se, além disso, um total de 1 500 000 empresas familiares contra cerca de 3000 outras empresas, as primeiras cultivando mais de 3 milhões de hectares e as segundas menos de 0,5 milhões de hectares.

Em consequência dos métodos de cultivo utilizados pela estrutura produtiva predominante, a produtividade é, em geral, baixa. Salientam-se as produções médias por hectare dos principais produtos de cultura estreme:

As actividades económicas agro-silvo-pecuárias ocupam uma reduzida área da província:

Assim, tem-se que a área agricultada, relativamente ao total das terras imersas, teoricamente aproveitáveis, orça pelos 4,7 por cento. Em contrapartida, a área aproveitável representa 95,3 por cento.

Note-se que, do total de florestas naturais, apenas 10 a 15 por cento são aproveitáveis a curto prazo, havendo, quanto à parte restante, que esclarecer as suas possibilidades de aproveitamento económico.

Do total de 3,5 milhões de hectares aproveitados cabem cerca de 0,5 milhões aos agricultores evoluídos (3000 empresários) e cerca de 3 milhões aos não evoluídos (1,5 milhões de agricultores).

A área aproveitada pela agricultura evoluída é avaliada em cerca de um terço da área concedida. Na caracterização do sector agrícola são aspectos dominantes a insuficiência de infra-estruturas de apoio, (crédito, assistência técnica, etc.) e de organização da comercialização para a recolha dos produtos.

Verifica-se não ser completo ainda o conhecimento dos recursos silvícolas, cuja, utilização se limita ao corte para fins quase exclusivamente de exportação da madeira em bruto ou serrada.

Na avaliação dos recursos pecuários são os bovinos que ocupam a posição do maior relevo. Os efectivos são de 1133 milhares de cabeças, registando-se uma evolução praticamente estacionária nos últimos anos (1962-1965), com incremento anual médio de 0,3 por cento. Como indicador da capacidade de expansão dos efectivos, pode citar-se a percentagem de vacas no total dos efectivos, cujo valor de 36 por cento se tem mantido praticamente constante. Os efectivos na posse de criadores autóctones representam 64 por cento do total. Destes criadores, apenas uma pequena percentagem se pode considerar como tal, já que a maioria exerce a simples detenção do gado sem exploração comercial do mesmo. Esta situação terá tendência a melhorar principalmente no Sul do Save, em consequência da classificação e garantia de preços mínimos para o gado transaccionado em feiras.

No que se refere a recursos do subsolo, há que assinalar especialmente não se dispor ainda de inventariação completa das potencialidades da província, não obstante os trabalhos de cartografia geológica e de prospecção mineira já efectuados. Salienta-se o trabalho de inventariação de recursos efectuados na bacia do Zambeze e a perspectiva de importantes jazigos de gás natural e, eventualmente, petróleo.

A produção mineira atinge valores ainda baixos, apenas tendo relevância as minas de carvão do Moatize e as pegmatites da Zambézia. O valor acrescentado do sector não representa mais que 0,5 por cento do produto interno bruto.

Também na pesca sobressai a insuficiência de estudos de base , agora em desenvolvimento, salientando-se as prometedoras perspectivas de expansão do sector, nomeadamente no que respeita a crustáceos. A importância da indústria transformadora no quadro da actividade económica de Moçambique pode ser avaliada pela sua contribuição para o produto interno bruto. Em 1962 a participação teria sido de 9 por cento, que, todavia, sobe a 15 por cento se forem considerados apenas os circuitos monetários.

Ressalta o predomínio de certos sectores industriais que convencionalmente podem ser considerados como tradicionais. Se se considerar o valor de produção do conjunto de indústrias correspondentes aos sectores de alimentação e bebidas, tabaco, têxteis, calçado e madeira,