obtém-se 71 por cento do valor de produção total da indústria transformadora.

A indústria está altamente concentrada nos distritos de Lourenço Marques e Manica e Sofala (na realidade, trata-se essencialmente das cidades de Lourenço Marques e Beira e suas extensões industriais).

A medida desta concentração pode deduzir-se através da participação do valor da produção industrial originada nestes dois distritos sobre o valor total da produção industrial. A respectiva participação foi de 69 por cento em 1963, cabendo a Lourenço Marques 46 por cento e a Manica e Sofala 23 por cento. Se a estes juntarmos os distritos da Zambézia e Moçambique, obtém-se 93 por cento do total.

A dimensão média das unidades industriais é muito variável de sector para sector. Não obstante, tem significado a dimensão média que resulta para o conjunto da indústria transformadora da província, que se pode classificar de extremamente baixa. De facto, a participação dos estabelecimentos utilizan do menos de dez operários é de 54 por cento do total.

Pode assinalar-se; igualmente, que o mesmo índice, para os estabelecimentos utilizando mais de 50 operários, representa apenas 16 por cento do conjunto.

O carácter elementar de transformação realizada na maioria das actividades industriais pode ser avaliada, na ausência de informações que permitam avaliá-lo com maior rigor, pela participação das matérias-primas no valor de produção, que atinge, em geral, valores muito elevados, como se pode confirmar pela indicação dessa participação nalgumas indústrias.

Refere-se para finalizar, a necessidade de intensificar a acção supletiva e dinâmica do Estado no processo de desenvolvimento industrial. A configuração da província, caracterizada por uma forma alongada, com larga extensão de orla marítima, aliada à tendência das populações para se instalarem ao largo da mesma orla, terá adiado o estabelecimento de vias de comunicação longitudinais, uma vez que os grandes centros populacionais se podiam ligar pela via marítima.

Essa tendência explica o florescimento de uma apreciável actividade de cabotagem que, presentemente, continua a revestir-se de grande importância, na medida em que promove a distribuição, ao longo de toda a costa, de grande volume de mercadorias que entram na província através dos portos oceânicos.

Foi assim que a estruturação da rede de comunicações se veio a materializar, predominantemente, em vias de penetração. Esta orientação foi reforçada pela existência de territórios vizinhos com apreciáveis riquezas mineiras, cujo acesso aos grandes centros consumidores das suas produções só seria possível desde que se utilizassem os portos da c osta moçambicana.

Assim se estabeleceram as principais linhas da rede ferroviária de Moçambique: voltadas essencialmente para o tráfego de trânsito, essas linhas ligam às redes dos países fronteiros e têm como terminais os principais portos oceânicos da província - Lourenço Marques, Beira e Nacala.

A insuficiência de vias de comunicação longitudinais está, em boa medida, relacionada com a deficiente integração económica interna, podendo considerar-se que o território está ainda parcelado em economias mais paralelas que complementares. Assim, nota-se a fraca intensidade das relações de interdependência de carácter económico entre as regiões a sul do Save e as regiões dos distritos de Manica e Sofala e Tete, e, por sua vez, destas com as regiões ao norte do Zambeze, nas quais se distinguem ainda compartimentações que convém eliminar.

Esta situação terá tendência a atenuar-se, na medida em que for possível estabelecer vias de transporte orientadas no sentido norte

Do transporte de passageiros, apenas uma pequena parcela diz respeito a serviço combinado (cerca de 20 por cento dos passageiros-quilómetro); pelo contrário, nas mercadorias, a contribuição interna é extremamente reduzida (perto de 5 por cento da tonelagem-quilómetro transportada). Em termos de receitas - 575 000 contos em 1964 - pode dizer-se que o tráfego interno contribui com 10 por cento da receita total do tráfego ferroviário.