ciente instrumento de prospecção e luta contra as endemias predominantes.

E necessário maior esforço quanto a dotações relativas às infra-estruturas criadas, especialmente no que respeita a estabelecimentos hospitalares.

A assistência médica, embora de bom nível, carece de actualização, de modo a acompanhar o ritmo acelerado da evolução da medicina. Os indicadores que a seguir se apresentam caracterizam a situação em 1965:

por 100 000 habitantes

Estabelecimentos hospitalares ...... 20,8

Existe a necessidade de alargar os quadros do pessoal dos serviços de saúde e assistência, completando os quadros do pessoal médico constantes da lei e diferenciando os quadros de pessoal de enfermagem e outro pessoal paramédico.

Já se enfrenta o problema delicado de pôr a funcionar grandes hospitais de recente construção e convém prevenir, portanto, maiores dificuldades que eventualmente surjam com a execução do Plano. A economia de Moçambique apresenta uma forte dependência em relação ao exterior, sobretudo em matéria de comércio externo e balança de pagamentos.

Como característica mais relevante, tem-se que os saldos estruturalmente negativos da balança de pagamentos são da ordem dos 200-270 milhares de contos e neles pesam sobretudo: do lado positivo, os transportes (trânsito pelos portos e caminhos de ferro - 1113 milhares de contos) e o turismo; do lado negativo, as transferências privadas, os rendimentos de capitais e os movimentos de mercadorias. Desta forma, os saldos da balança de pagamentos são agravados, sobretudo, pelos saldos da balança comercial (1870 milhares de contos) e das transferências, e compensados pelas receitas de transportes (trânsito vindo do exterior e movimento dos portos) e pelo turismo.

Na formação dos saldos da balança comercial, verifica-se que: do lado das receitas são predominantes (64 por cento) as que respeitam a sete produtos (algodão, castanha de caju, açúcar, chá, sisal, copra e amêndoa de caju) e três territórios (metrópole, União Indiana e África do Sul), equivalendo a 63 por cento do total; do lado das despesas há menor dependência externa, se bem que cinco produtos apenas (tecidos de algodão, vinhos, petróleo, ferro em bruto e ferro ou aço em obra) representem 25 por cento das importações e três territórios (metrópole, África do Sul e Reino Unido) representam 55,5 por cento das mesmas.

Em termos de razão de troca (sobre preços médios), verifica-se uma posição desfavorável relativamente ao exterior, tendo sido o respectivo valor da ordem dos 0,76 no último triénio. Noutros aspectos ainda se. detecta a dependência da província em relação ao exterior, como seja na aquisição de bens de equipamento, na obtenção de técnicos e na formação de capitais para investimento público (metrópole). No que se refere à população, verifica-se uma forte irregularidade na sua distribuição pelas diversas regiões do território, podendo apontar-se como características principais as seguintes: Três distritos apresentam densidades superiores a 9,3 habitantes por quilómetro quadrado, média do território: Lourenço Marques, 35,2; Moçambique, 19,5, e Zambézia, 13,3. A alta densidade do primeiro é influenciada sobretudo pela concentração populacional na capital. Os outros dois distritos, contíguos e cobrindo 23 por cento do território, representam 42 por cento da população total.

b) Verifica-se uma concentração muito marcada nas áreas litorais, pois nos concelhos e circunscrições situados no litoral cora densidade superior u 20 habitantes por quilómetro quadrado se encontra a terça parte da população total da província. Em contrapartida, têm uma população muito rarefeita o interior dos distritos de Gaza e Inhambane, as regiões a norte da Beira e no interior do distrito de Tete e grande parte do distrito do Niassa. Sob o ponto de vista de condições naturais, pode considerar-se, em termos muito gerais, a divisão do território nas seguintes regiões: Distritos do Niassa, Cabo Delgado, Moçambique e Zambézia (com excepção da bacia do Zambeze);

b) Distritos de Tete e Manica e Sofala (com excepção da bacia do Zambeze, a jusante da confluência Chire-Zambeze);

c) Bacia do Zambeze, a jusante da confluência com o Chire;

d) Regiões a sul do Save.

Na realidade, não há homogeneidade nas regiões naturais definidas, podendo distinguir-se em cada uma delas sub-regiões, que, em certa medida, explicam as condições de ocupação económica do território:

Região IV: No quadro da distribuição populacional e da diferenciação de condições naturais se insere o processo de ocupação económico-agrícola do território.