Para além de uma situação deficitária que, embora não exagerada, é de considerar, verifica-se desde logo que é na balança de transacções com mercadorias que se manifesta o maior deficit. Do mesmo modo, ressalta imediatamente que é nos invisíveis de transportes que se tem o maior superavit, aliás inferior àquele.

Quanto aos saldos globais são os seguintes:

Saldos da balança de pagamentos

Milhares de contos

53. Tem-se, pois, uma evolução muito variável em virtude do resultado dos anos de 1961 e 1962. Considerando os sete anos, a fim de suavizar o efeito dessas perturbações, tem-se um saldo médio negativo de 268 milhares de contos, pouco inferior ao do quinquénio: 270 milhares de contos. Há, no entanto, uma tendência decrescente, embora lenta, que faz levar a prever uma melhoria, pelo menos a curto prazo. Se se excluir os anos de 1961 e 1962, obtém-se ainda mais acelerada tendência decrescente. A balança de pagamentos, apesar da melhoria observada, não tende, pois, a um equilíbrio futuro. A tendência, a manter-se com regularidade, levaria a tal situação apenas a longo prazo.

As projecções regionais conduzem a uma projecção para o saldo global que é muito mais realista.

Saldos da balança por territórios

Milhares de contos

Pela observação dos saldos territoriais verificam-se saldos positivos com o estrangeiro, saldos esses que aparentam crescimento.

Quanto aos saldos com a zona do escudo, apresentam-se em geral crescentes, mas de natureza negativa.

Para os primeiros saldos e sua natureza positiva, contribuem largamente a África do Sul, a Rodésia e a União Indiana. São negativos os saldos com os países europeus, o Japão e a Austrália (deficits individuais da ordem dos 50 000 contos).

Na contribuição para os saldos negativos da zona do escudo sobressaem as balanças com a metrópole e Macau.

As balanças de mercadorias e de invisíveis correntes explicam quase totalmente a ordem de grandeza e a evolução daqueles saldos. Distinguem-se, sobretudo, os pagamentos de invisíveis à metrópole (transferências privadas) e as receitas de turismo e transportes com o estrangeiro. A balança comercial com a União Indiana é, praticamente, a única não deficitária.

As previsões que podem decorrer, por uma fria análise estatística dos saldos antes apresentados, são as que constam do quadro seguinte.

Evolução esperada dos saldos da balança de pagamentos

Milhares de contos

55. Como conclusões gerais pode prever-se que os saldos negativos da balança comercial aumentem consideràvelmente, variando entre duas linhas limites. Em 1978 situar-se-ão entre 2160 e 3800 milhares de contos.