Estrutura e evolução das componentes da despesa nacional (1953-1963)

Preços de 1962 (unidade: milhão de escudos)

(a) Estimativa.

As notas mais flagrantes da evolução neste período podem ser sintetizadas assim:

Até 1960 só o consumo privado cresce a um ritmo inferior ao do conjunto da despesa: como consequência, diminui a sua participação na despesa total e aumenta, correspondentemente, a participação dos outros sectores;

A formação bruta do capital fixo cresce a um bom ritmo, atingindo a elevada participação de 18 por cento em 1960; a balança de transacções correntes passa a apresentar um saldo francamente negativo;

Após 1960 (na realidade não li á uma demarcação rígida, sucedendo até que, em grande parte dos casos, os efeitos mais sensíveis se verificaram após 1961), dá-se uma aceleração no ritmo de crescimento da produção interna, mas diminui sensivelmente o volume de recursos destinados à formação de equipamento em favor dos consumos privado e público; é particularmente relevante a subida verificada no consumo privado, que passa a representar 69,5 por cento da despesa em 1962, percentagem superior à de todo o decénio anterior.

Segundo a estimativa realizada para 1963, com base nos valores indicados para o conjunto dos fluxos monetários, o produto teria acusado um acréscimo, importante relativamente a 1962, de cerca de 7,5 por cento, e mantinham-se ou agravavam-se as tendências definidas para os dois anos anteriores.

A fim de realizar a projecção para o período do III Plano, houve, como se disse, que adaptar uma hipótese para a evolução no triénio de 1964 a 1966, para o qual só existem elementos parcelares.

Em linhas gerais, a evolução ter-se-ia processado do seguinte modo:

O produto interno bruto teria acusado uma redução no ritmo de crescimento, que orçaria sensível, mente pelo mesmo ritmo do período de 1953-1960;

O consumo público teria continuado a absorver uma fracção muito elevada dos recursos, que se situaria mesmo acima dos 20 por cento, a partir de 1965;

Manter-se-ia sensivelmente o déficit da balança de transacções correntes;

A formação bruta de capital fixo acusaria a mesma tendência regressiva nos primeiros anos do período, para recuperar para o final;

O consumo privado, finalmente, teria crescido a um ritmo inferior ao do triénio anterior, mas correspondendo a um ritmo anual de acréscimo de cerca de 7,5 por cento, a partir de 1960.

Em resumo, tender-se-ia, na parte final do período de 1964 a 1966 (e também se prevê que tal se passe em 1967), para um reequilíbrio na composição da despesa total, voltando o consumo privado a assumir uma importância relativa comparável à do decénio anterior e aproximando-se a formação bruta de capital fixo da participação normal, embora ficando ainda um pouco aquém, no mesmo período. No quadro a seguir, de estrutura análoga ao anterior, são quantificadas estas hipóteses, e também se indicam os valores correspondentes para o período de 1968 a 1973.

Estrutura e evolução das componentes da despesa nacional (1963-1973)

Preços de 1962 (unidade: milhão de escudos)