Intimamente ligada a este problema está a, necessidade de adopção de uma política decidida de refreamento da expansão dos consumos supérfluos, sem o que não será possível a descida da participação do consumo privado no conjunto da despesa nacional, ao ritmo assinalado, bem como ficará comprometida a evolução prevista para o saldo da balança de transacções correntes. Refere-se especialmente o ajustamento do regime fiscal.
Deve referir-se, por outro lado, que, dentro da óptica em que este Plano foi elaborado - em que se concede marcada importância à expansão das culturas tradicionais da população autóctone - e dada a elevada propensão ao consumo desta população, é de esperar um reforço substancial do seu poder de compra, que se traduza numa pressão adicional sobre o mercado de bens de consumo. Por isso mesmo se estima que o consumo privado progrida a um ritmo não muito inferior ao da despesa nacional, sendo, portanto, o comportamento daquele resultante de duas tendências opostas.
É também essencial à efectivação do modelo de desenvolvimento proposto a redução do ritmo de crescimento das despesas de consumo do Estado, que atinge valores relativos elevados no momento presente. A este respeito se anota aqui a necessidade da reorganização administrativa, insistindo-se na avaliação sistemática das despesas dos diversos serviços públicos em termos da produtividade.
Finalmente, o ritmo previsto da evolução dos saldos da balança de transacções correntes está estreitamente relacionado cora a possibilidade de um forte acréscimo das exportações, chamando-se a atenção, especialmente, para a necessidade de o Estado desempenhar papel activo e complementar da iniciativa privada, promovendo a realização de estudos de mercado e de divulgação no estrangeiro e metrópole dos produtos de exportação moçambicana. Com este objectivo, será atribuída alta prioridade à constituição, no organismo que for considerado mais adequado, de um departamento especia lizado em estudos de mercado. A actual escassez de meios de pagamento sobre o exterior, característica, aliás, de todos os territórios subdesenvolvidos, actuará certamente como obstáculo a um crescimento rápido da economia, se não forem mobilizados esforços consideráveis na promoção e diversificação da exportação.
Unidade: milhão de escudos
Saldo dos invisíveis de transportes
Unidade: milhão de escudos
É bem claro que a balança comercial é estruturalmente negativa e com tendência para se agravarem os saldos. Em 1965 o saldo negativo computou-se em 1 874 000 contos, ou seja, a balança sofreu um agravamento de cerca de 700 000 coutos em quatro anos, apesar das medidas tomadas para modificar esta evolução.
Os transportes apresentam saldos positivos, que tendem a estabilizar-se à roda de 1,l milhões de contos.
O quadro seguinte, contém os efeitos adicionais, anuais, em divisas, .que resultarão da execução do Plano.