Para os cálculos dos efeitos em divisas foram deduzidos aos valores globais previstos com a execução do Plano aqueles que se obteriam sem a intervenção, isto é, subtraíram-se os valores dos saldos resultantes naqueles anos de uma evolução normal. São, pois, resultados devidos unicamente à execução do Plano.

Pelos montantes anuais de entradas e saídas de divisas previstas no quadro, tem-se que, em 1968, primeiro ano do Plano, o efeito adicional será negativo (- 269 224 coutos), pelo facto de os resultados só aparecerem com um certo diferimento, como é natural.

Nos anos que se seguem, os saldos são positivos e sempre crescentes, com valores que vão de 17 000 contos, em 1959, a 1 586 000 contos, em 1973.

Por outro lado, a partir de 1970, há uma substituição de importações, cujos montantes vão de 87 000 contos, em 1970, a 156 000 contos, em 1978, com valores que crescem regularmente ao longo do período.

Assina, espera-se que, no período de 1968 a 1973, o Plano contribua com um efectivo líquido positivo, para a balança de pagamentos,, da ordem dos 3 630 000 contos, acrescidos de 490 000 contos resultantes de substituição de importações. Isto é, os investimentos previstos para o III Plano de Fomento contribuem de forma acentuada para a melhoria do saldo da balança de pagamentos, verificando-se que, com a excepção do primeiro ano do Plano, a entrada de divisas é sempre superior às saídas, obtendo-se um efeito líquido directo francamente positivo e anualmente crescente. Uma análise sumária dos sectores permitiu tirar as seguintes conclusões:

Os sectores de agricultura e povoamento são os que mais contribuem para o efeito adicional global - cerca de 76 por cento;

As substituições de importações são devidas apenas à agricultura, povoamento e pecuária, com relevo para a primeira;

A energia, os transportes (apenas os investimentos em estradas) e a saúde apresentam valores negativos; contudo, na energia não foram considerados os possíveis efeitos indirectos resultantes da sua utilização principalmente no sector das indústrias;

Na agricultura são notoriamente importantes os projectos de algodão e caju, cujos efeitos somam cerca de 2,9 milhões de contos, ou seja, cerca de 67,5 por cento do efeito do sector e 61 por cento do efeito total, o que denota a importância destes projectos; além desses, são também importantes os casos do milho, regadios, banana e amendoim, cujos valores, embora inferiores aos anteriores, são, contudo, vultosos, atingindo cada um algumas centenas de milhares de contos;

Nos outros sectores são de realçar os seguintes casos:

Zona D de povoamento (300 000 contos);

Jazigos de ilmenite de Pebane (132 000 contos) e aproveitamento hidroeléctrico do alto Molócué, cujo efeito, embora vultoso, como se precê, foi, contudo, impossível determinar. O turismo, que não é incluído no cômputo do quadro anterior, apresentou no quinquénio de 1960 a 1964 um saldo negativo de cerca de 390 000 contos. Calcula-se que no período do Plano tenha um saldo positivo de 544 500 contos, passando de 40 500 contos em 1968, para 135 000 em 1973. Estes efeitos previstos não se podem considerar sómente ligados ao Plano, por não se poder distinguir que efeitos serão devidos ao mesmo. No que respeita aos transportes, no quadro anterior só se considerou o dispêndio, em divisas, na compra de equipamento para execução das estradas. Não foi possível determinar o efeito proveniente da intervenção do Plano, mas fez-se uma previsão de entradas e saídas totais de divisas em cada um dos anos do III Plano de Fomento.

A partir de 1968 espera-se que a evolução dos saldos dos invisíveis de transportes seja francamente favorável, passando dos 1 100 000 a 1 200 000 contos do período de 1959 a 1965 para 1 450 000 em 1968 e 1 850 000 em 1973.

Movimento de entradas e saídas de divisas previsto nos sectores de turismo e transporte no período de 1968 a 1973

Unidade: milhar de escudos

81. A evolução da balança de pagamentos prevista, sem a intervenção do Plano, no período de 1968 a 1973, se se admitir um desenvolvimento progressivo da tendência actual de forma regular, é a expressa no quadro seguinte, em que, por qualquer das três hipóteses consideradas, a balança se apresenta anualmente negativa.