geógrafos, há que recorrer à metrópole, para o que deverão ser envidados esforços pelos próprios serviços que deles necessitam.

No que respeita aos engenheiros silvicultores, electrotécnicos e mecânicos, reconhece-se a possibilidade da sua formação pelos Estudos Gerais, já pelo seu reduzido número, já pela possibilidade de escalonamento de preenchimento de lugares.

Quanto a engenheiros de minas, geólogos e parte dos engenheiros químicos, a sua necessidade surge devido à cartografia geológica e prospecção, que, por vir a ser entregue por empreitadas, não constituirá problema estatal.

No tocante a veterinários, tem-se uma necessidade de cinco indivíduos, em média, por ano, contando-se com a possibilidade de desempenho de tarefas duplas por alguns dos veterinários que forem sendo contratados, até ao total preenchimento dos quadros. Os Estudos Gerais têm capacidade para a satisfação destas necessidades até ao fim dos seis anos.

No relativo aos engenheiros civis e agrónomos, crê-se que é possível a sua formação nos Estudos Gerais.

Os outros licenciados diversos poderão ter de ser recrutados na metrópole, em número que se prevê à volta de 40. Em síntese, ter-se-á de recorrer à metrópole na obtenção de cerca de:

60 outros indivíduos com cursos superiores;

50 a 60 regentes agrícolas, se se admitir o desempenho provisório de certos lugares que deveriam ser preenchidos por indivíduos de formação secundária, preparados em cursos de formação prática acelerada, com o auxílio dos serviços de extensão. Interpõe-se aqui problema que se enquadra também dentro da questão da reorganização administrativa de que carece a província, pois poder-se-á diminuir as necessidades a que se chegou, para a execução do III Plano, quanto a técnicos superiores, com relevo para os agrónomos e veterinários, visto ser admissível dar-se melhor aproveitamento aos actuais.

Sabe-se que há técnicos absorvidos por problemas burocráticos; sabe-se também que mesmo o trabalho técnico poderia ser multiplicado pela utilização conveniente de técnicos médios e mesmo práticos, tanto nos casos dos agrónomos como nos dos veterinários.

Para não se deixar completamente desapoiadas as ideias que se expressaram, dá-se o exemplo da veterinária.

O quadro que se insere a seguir permite verificar ser em Moçambique que se encontra o maior número de veterinários por animais de exploração, comparando este território com Angola e os países da parte meridional de África.

Chama-se a atenção para o seg uinte:

Em Moçambique há 20 000 bovinos por veterinário, vindo a seguir a "África do Sul, com 24 000, Angola, com 29 000, e o Malawi, com 51 000.

Em termos de cabeças normais, vem outra vez Moçambique à frente, com 22 000 cabeças por veterinário, depois Angola, com 32 000 cabeças, a África do Sul, com 33000, e o Quénia, com 36000.

Visto de outro modo, Moçambique dispõe de 54 veterinários para 1 209 000 cabeças normais, dispondo a Tanzânia dos mesmos veterinários para 9 529 000 cabeças normais. Com mais de 54 veterinários só aparece a Rodésia, com 64 (mas tendo 3 981 000 cabeças normais), e a África do Sul.

Animais de exploração e número de veterinários existentes na zona sul da África no ano de 1965

Unidade: milhar de cabeças

(a) Para a redução a cabeças normais foram utilizados os coeficientes do arrolamento feito em 1955 na metrópole: 1 cabeça normal = 1 bovino = 1 equino ou muar = = 2 asininos =11 ovinos = 11 caprinos = 4 suínos.

(b) Verifica-se que não há coincidência entre os números aqui considerados e aqueles com que se trabalhou no decorrer destes estudos. Entendeu-se não se deverem fazer correcções, pois, desconhecendo-se o método de recolha utilizado pela F. A. O., poder-se-ia eliminar a comparabilidade entre aqueles países, Angola e Moçambique.

Fonte: Anuário de Sanidade Animal da F. A. O.

Pode concluir-se que Moçambique tem disponibilidades em técnicos para fazer face a efectivos pecuários muito superiores aos existentes, o que significa que os técnicos estão a trabalhar a nível de produtividade inferior ao que poderiam, sejam quais forem as condições em que a pecuária se insere na economia.

Daqui se poderá concluir que o número de técnicos superiores não constituirá estrangulamento ao III Plano, desde que se proceda às reorganizações que se impõem. Sintetizando: do ângulo de visão que se considerou - o da mão-de-obra e técnicos - só no pessoal