Fomento do povoamento do coqueiro; Melhoria de fabrico da copra por parte das pequenas empresas familiares.

Esta acção deveria ser concertada com a que se desenvolve para outros produtos pelos diversos serviços e brigadas encarregadas da extensão agrícola. Para o quenafe, a resolução do problema da maceração é condição sinc qua non do fomento da cultura. Para tal, necessita-se de um apoio financeiro do Estado para a resolução desse problema. Só depois será possível pensar-se no fomento, em grande escala, da cultura.

Esta produz anualmente cerca de 5000 t de fibra, podendo subir até algumas dezenas de milhares de toneladas, sem conflito com o algodão ou outras culturas (apesar de requerer terrenos de natureza idêntica àqueles que servem ao algodão), visto existirem terras em quantidade suficiente. O fomento assentará fundamentalmente na assistência técnica à produção agrícola, o que, uma vez mais, pode ser conseguido com os serviços de extensão que igualmente assistem o arroz, o algodão e outros produtos. O fomento do algodão constitui empreendimento que se pode considerar autónomo e exequível. Apenas há a notar que as brigadas de apoio e os serviços de assistência a esta cultura podem ser aproveitadas para igualmente colaborarem no apoio a outras culturas: quenafe, amendoim, trigo (nas zonas de regadio) e milho. Quanto ao caju, verificou-se ser um dos produtos relativamente ao qual se podem obter melhores resultados mediante apenas a limpeza das árvores e assistência técnica. A acção a exercer pode ser aplicada igualmente ao amendoim e, eventualmente, a outros produtos. As estações agrícolas previstas podem servir para assistência em geral à agricultura das zonas onde se localizarão. Além disso, seriam de aproveitar algumas infra-estruturas dessa natureza já existentes nas áreas do Chibuto, Manjacaze, Gaza, etc. Quanto a outras culturas (açúcar, tabaco, chá, sisal, batata, rícino, gergelim, mapira, mafurra, mexoeira, aleurites, etc.), entende-se que a acção das entidades competentes se deve orientar no sentido de pelo menos, manter os ritmos de crescimento actuais e resolver problemas mais instantes. Quanto ao povoamento florestal nas zonas da Penhalonga, Espungabera e Tsetsera, apenas se torna necessário apontar uma localização definitiva, verificando-se que as zonas escolhidas para povoamento florestal são compatíveis e complementares de uma das zonas prioritárias de povoamento. No campo do fomento pecuário há que dar relevo à bovinicultura dirigida para a produção de carne, embora se considere igualmente a suinicultura, a avicultura e a bonivicultura dirigida para a produção de leite. Não é de esquecer a possibilidade de se fazer o aproveitamento de algumas espécies de animais selvagens.

Encara-se a necessidade de se tentar resolver alguns problemas ligados à pecuária, que são considerados factores importantes e responsáveis pelo estrangulamento da sua expansão, nomeadamente os problemas de abeberamento, de sanidade e de comercialização, de cuja resolução satisfatória depende a possibilidade de se proceder a um povoamento programado das espécies pecuárias.

No campo do abeberamento tornou-se necessário prever investimentos para aplicação na construção de represas, poços e furos.

Do ponto de vista de sanidade pecuária, os problemas a encarar são o da erradicação da tuberculose, nas regiões do Chimoio e da Manhiça, e o da brucelose. A profilaxia é também essencial, para o que se elaborou um programa de construção de tanques carracicidas, especialmente nas zonas onde há maior concentração de efectivos.

O povoamento do Norte da província com espécies bovinas destinadas a produção de carne e de leite constitui objectivo muito importante, sendo de ponderar a acção dos postos de fomento pecuário. Por outro lado, merece ser encarado o povoamento avícola, a instalar em Nampula.

Julga-se também ser necessário proceder a um estudo criterioso das condições de exploração das espécies suínas, arietinas e caprinas, tendo merecido especial atenção a suinicultura, para cujo desenvolvimento se propôs a criação de um centro de contraste de descendência, que muito deverá contribuir para a produtividade das explorações.

Aos serviços de extensão, como apoio ao fomento, competirá suprir as dificuldades que possam surgir durante a execução dos projectos e medidas que se integram no programa de expansão da pecuária. As medidas de fomento básicas são as que dizem respeito a bovinos de corte e leiteiros. Contudo, são ainda importantes as medidas relativas a suínos e a animais de capoeira, havendo que se promover, o mais rapidamente possível, o desenvolvimento das outras espécies. Como condições fundamentais para a realização do fomento pecuário, considera-se a criação de um organismo de comercialização dos produtos pecuários, a estudar, quanto a uma possível integração na Direcção dos Serviços de Veterinária e conjugação desse organismo ou repartição com o organismo de comercialização proposto para os produtos agrícolas, e uma acção coordenadora, fiscalizadora e de administração, por parte da Direcção dos Serviços de Veterinária, sobre a execução conjugada das medidas de fomento da pecuária. Há que dar continuidade aos esquemas de povoamento em curso, embora submetendo-os, nalguns casos, a alterações. Ligado ao colonato do Limpopo, há um novo empreendimento que merece referência especial: a barragem do Massingir, a levar a cabo no rio dos Elefantes, afluente do rio Limpopo.

Esta barragem permitirá regularizar os caudais com vista ao aproveitamento em regadios do vale do Limpopo para jusante da sua confluência com o rio dos Elefantes. Procura-se assim solucionar também o problema da carência de água de rega que se estava a verificar no colonato do Limpopo. Prevê-se também a reconversão de regadios existentes, dedicados a culturas arvenses, e a criação de novas áreas adaptadas a regadio, com investimentos de cerca de cinco contos por hectare, em média, as quais conduzirão ao aumento da produção das culturas que nelas virão a ser praticadas e à fixação de agricultores à terra, em agricultura estável e progressiva, especialmente nas zonas onde a agricultura só é garantida com rega.