Apetrechamento da doca seca da Beira, que permitirá a docagem de todos os navios que se dedicam à cabotagem na costa de Moçambique, bem como dos navios de guerra em serviço na província; prevê-se também a aquisição de equipamento flutuante para os principais portos de Moçambique, além de se considerarem diversos trabalhos de farolagem;
Adaptação do serviço de cabotagem às necessidades reais da província, atendendo-se principalmente aos baixos coeficientes do utilização da frota, à escalagem de portos que o não justificam e à inadequação do tipo de navios.
Assim, os aviões das carreiras regulares da Divisão de Exploração de Transportes Aéreos passarão das 2000 horas de voo por avião F 27 por ano, para 25 000 horas, o que corresponde a eliminar o estrangulamento de tráfego que hoje se verifica sem aumento de frota.
A viabilidade dos voos nocturnos implica a necessidade dos melhoramentos considerados mais do ponto de vista de segurança aérea (comunicações, ajudas-rádio, energia e sinalização) do que em melhoramentos nas infra-estruturas, com excepção dos aeródromos que se pretende que estejam feitos de novo no período do Plano: Quelimane, Porto Amélia e Lourenço Marques.
Pretende-se, por aquisição pela Divisão de Exploração de Transportes Aéreos de novos aviões, atender às neces sidades da evolução do tráfego, que aumenta de 15 por cento em relação a cada ano anterior.
Está prevista a aquisição de um Fokker F 27 em 1968, um jacto para 60-70 lugares em 1970 e outro em 1972; estas aquisições poderão, no entanto, sofrer alteração, se for possível dar concretização urgente, como está previsto, ao voo nocturno. Deste modo, todo o programa de aquisições sofreria um diferimento, pela possibilidade que adviria de voar mais durante as 24 horas.
Prevê-se também o reequipamento geral das oficinas da Divisão de Exploração de Transportes Aéreos.
Estabelecimento do equilíbrio da exploração dos correios, telégrafos e telefones de Moçambique;
Melhoria das redes telefónicas urbanas rentáveis de Lourenço Marques e Beira;
Instalação de telex na província.
Além disso, há que considerar os aspectos respeitantes:
Ao contraste entre caminhos de ferro, quase só votados ao tráfego internacional de exploração remuneradora e orientados na direcção este-oeste (linhas de Ressano Garcia, Goba, Limpopo e Beira), e caminhos de ferro nitidamente deficitários: as linhas de Gaza e Inhambane;
À linha de Tete, cujo interesse dependerá do desenvolvimento do distrito do Tete, o qual, por sua vez, neste momento, está subordinado ao programa de desenvolvimento do Zambeze;
Ao caminho de ferro de Quelimane, cuja viabilidade de existência não se pode ainda julgar, dada a falta de elementos para tal efeito;
À linha de Moçambique, que sofreu prejuízos anuais de tendência crescente (cerca de 160 000 contos de 1960 a 1965, cabendo só a este último ano 33 330 contos), a qual, dada a sua extensão, as regiões que serve e a sua ligação ao Malawi, tenderá certamente para melhor situação;
A um conjunto de portos na província, alguns dos quais com tráfegos irrisórios, todos com tarifas desarmonizadas (pesando as mesmas excessivamente nos custos de cabotagem) e com uma oferta de serviços em condições muito diversas; julga-se que, especialmente para o norte de Quelimane, é necessário o encerramento de alguns deles, concentrando o tráfego noutros; ligado a este problema, vem o do equacionamento da rede de estradas, que deverá aparecer como consequência lógica;
A um serviço de cabotagem, importante como factor de integração do território, por ser a via actual de transporte na direcção norte-sul, serviço este cujos problemas necessitam de ser reconsiderados em novos moldes;
A uma rede de estradas desligada na direcção nórte-sul e não garantindo passagem durante todo o ano em grandes superfícies da província.
Através das medidas previstas, tomaram-se em consideração, dentro do possível, os problemas de conjunto, havendo, porém, insuficiências por não ter sido possível coligir todos os elementos que permitissem definir uma política geral de transportes.
Dada a evolução que se prevê para a província de Moçambique, é necessário que o tráfego interno passe a ser considerado sob óptica que lhe dê o relevo conveniente, visto até ao presente ter-se dado maior importância aos problemas de tráfego internacional.
Têm as verbas referentes aos Serviços de Portos, Caminhos de Ferro e Transportes forte incidência no orçamento geral da província, pelo que se apresenta a seguir um quadro comparativo das receitas arrecadadas através do orçamento ordinário em 1963, 1964 e 1965 e das verbas com que tais Serviços participam naqueles totais.
Receitas arrecadadas
Unidade: milhar de escudos
Corresponde esta participação dos caminhos de ferro a percentagens da ordem dos 34,5, 35,8 e 36,8 por cento, respectivamente (valor médio - 35,7 por cento, nos últimos três anos).