Foi a necessidade de intensificar a investigação veterinária que levou à criação daquele Instituto, que constitui alicerce indispensável, do desenvolvimento pecuário da província, sem o qual as acções do Plano não poderão atingir os objectivos pretendidos.
Os vários trabalhos propostos executar-se-ão no próprio Instituto de Investigação Veterinária e nos sectores regionais como estações zootécnicas e laboratórios regionais.
Considera-se a intervenção do Instituto de Investigação Veterinária útil no reconhecimento do potencial, no aumento e no melhoramento das produções de:
Bovinos de corte, arietinos e caprinos;
Suínos;
Animais de capoeira.
Atendeu-se também à sua interferência nos aspectos relacionados com a conservação da natureza, com o aproveitamento económico das espécies faunísticas e com a introdução de novas espécies.
Inseminação artificial e investigação dos problemas da infecundidade; Ensaios de nutrição relacionados com recria, engorda e produção de leite;
Ensaios-adaptação e cruzamentos de raças bovinas e suínas;
Instalação do posto de fomento avícola;
Ensaios de adaptação do búfalo-dágua;
Ensaios de adaptação do carneiro caraculo;
Reconhecimentos e estudos sobre o Parque Nacional da Gorongosa e reserva do Maputo.
Esclarece-se que o Instituto de Investigação Veterinária, com o pessoal de que actualmente dispõe, não pode dar cumprimento integral às tarefas previstas. Apesar dos muitos lugares vagos nos seus quadros, não tem possibilidade de os preencher, visto que as verbas destinadas aos seus orçamentos são insuficientes.
Estabelece-se, por isso, uma dotação permanente para o pessoal, que permita alargar o seu quadro.
Procurará a Missão estudar os recursos naturais do meio marinho na costa de Moçambique, com vista à sua avaliação e exploração racional, de modo a garantir a estabilidade das reservas e a máxima rentabilidade dos mesmos numa área na qual estudos efectuados recentemente provaram ser de alto valor económico.
Para este fim, a Missão de Estudos Bioceanológicos e de Pescas de Moçambique efectuará estudos sobre:
Natureza, distribuição e densidade dos recursos marinhos vivos, em especial daqueles que se suspeita existirem em abundância nas águas da costa de Moçambique e que têm, ou podem vir a ter, um mercado potencial, sua extensão, limites dos stocks e efeitos da pesca;
Melhoramento dos métodos de pesca e, consequentemente, da concepção e desenho dos barcos e artes de pesca, através de demonstrações e experimentação directa com protótipos;
Fomento de cultura de peixes, moluscos e crustáceos em zonas protegidas, quer através de organizações de pescadores, quer de experiências-piloto à escala industrial;
Economia da exploração e comercialização do pescado e produtos de pesca, dando especial atenção aos problemas de manuseamento, transporte e distribuição que dificultam a venda do pescado e produtos da pesca nos mercados da província e outros;
Criação de escolas de pesca e instituições que melhorem a aptidão profissional dos pescadores;
Estabelecimento de um serv iço de estatística de pesca que assista aos estudos biológicos e económicos.
E, no entanto, justificadamente previsível pensar em valores da exportação, só para o camarão, da ordem dos 800 000 coutos anuais.
A produtividade da pesca do camarão parece ser extraordinariamente promissora em comparação com. outras boas regiões do globo para pesca feita em condições semelhantes. Assim:
Quilograma por hora
Moçambique ........... 60
Convém ainda lembrar que a exportação da lagosta passará seguramente de uma fase de incipiente para valores consideráveis, existindo também esperanças na pesca de tunídeos e pescado branco.
Parece, pois, que os números elevados que se estimam. para os dispêndios poderão ter uma compensação quase imediata, podendo encarar-se a sua satisfação directa através de taxas a cobrar às empresas de pesca.
E de admitir que a indústria da pesca de Moçambique colabore nas despesas dos programas, depois de estar certa dos benefícios da assistência técnica que se lhe proporcionará.