A análise do comportamento do produto interno bruto permite focalizar duas fases distintas:

1.ª Entre 1953 e 1958, d ura u te a qual a tendência, embora crescente, foi moderada, havendo mesmo a assinalar um recuo em 1956, resultante da quebra simultânea de diversas componentes do produto, entre as quais a «Indústria manufactureira», «Casas de habitação» e «Serviços»;

2.ª A partir, de 1958, em que o produto interno bruto definiu vincadamente o seu movimento ascendente, de modo ininterrupto e com um ritmo progressivamente acelerado.

Nesta segunda fase, cujas características tudo demonstra terem continuado a manifestar-se rios anos posteriores a 1968, o aumento real traduziu-se em cerca de 75 por cento, o que corresponde a um acréscimo médio anual de 13,4 por cento. Para este bom resultado contribuíram, de uma maneira espectacular, as indústrias transformadoras, que, depois de uma ligeira recessão entre 1956 e 1958, iniciaram em 1959 uma vigorosa recuperação, resultante da boa adaptação às novas condições criadas às exportações de Macau pela legislação tendente à unificação do mercado português. As indústrias transformadoras, cuja contribuição percentual para o produto interno bruto era em 1958 de cerca de 14 por cento, passaram essa contribuição para aproximadamente 21,7-por cento em 1963, objectivando-se o acréscimo anual médio na ordem dos 35 por cento. Mas, para o surto do desenvolvimento económico tão bem traduzido no aumento do produto interno bruto, contribuíram, ainda decisivamente o «Comércio» - tão favorecido pela circunstância de Macau ser um porto franco, ao encontro da qual vieram ainda as medidas legislativas atrás citadas (especialmente o Decreto n.º 41 026, de 9 de Março de 1957) - e os «Serviços», nos quais o turismo constitui a realidade mais positiva e que se distinguiu precisamente depois de 1963.

13. As capitações do produto interno bruto mantêm-se relativamente elevadas, superiores às da inédita geral para a Ásia e para todo o mundo subdesenvolvido e da maioria dos países daquela região do Globo. Relações económicas com o exterior Macau é o território nacional de maior capitação no comércio externo. Dada a sua reduzida superfície e altíssima densidade populacional, a economia da província está estritamente dependente da economia internacional.

Esta dependência evidencia-se nas elevadas percentagens do seu comércio em relação ao produto interno bruto.

No período de-1958 a 1965, as importações passaram de 584 669 contos para 1 349 000 contos, registando um avanço de mais de 130 por cento, enquanto as exportações variaram entre 215 000 contos e 615 000 contos, acusando um acréscimo de 186 por cento.

Na evolução física, os acréscimos registados nas importações e exportações foram, respectivamente, 131,7 por cento e 92,6 por cento. A valorização nas exportações foi bastante acentuada, facto que contribui para a situação mais favorável nas relações económicas externas da província.

Na verdade, se os índices de preços das importações, tomando por base o ano de 1958, nunca, à exc epção de 1.965, se situaram abaixo de 100, com um máximo de 121,5 em 1959 e um mínimo de 101,6 em 1963, os das exportações atingiram coeficientes muito mais elevados: subiram de 100 a 135,5 (1960), para baixarem em 1961 até 131,1 e subiram progressivamente, a partir de então, até atingirem 159,1 em 1964.