Reconstituídos os quadros do projecto do III Plano de Fomento, parece previsível, dentro dos condicionalismos já formulados, uma variação de 10,3 milhões de contos no excesso de coberturas das responsabilidades até 90 dias (de 13 504, em 1967, para 23 757 milhares de contos, em 1973).
Em suma, a secção julga ser conveniente rever as estimativas da contribuição da banca comercial, pois de entre os valores apresentados sòmente a parcela atribuída a promissórias de fomento nacional merece maior confiança.
Parece também poder inferir-se que a previsão, cautelosa das potencialidades derivadas dos depósitos, sobretudo dos necessários, terá resultado de uma tentativa de ajustamento àquela projecção dos investimentos, que se alheia da evolução passada, como se depreende dos números abaixo indicados:
itmo de crescimento cumulativo das operações a médio e longo prazo
(Percentagens)
terá sido influenciado por um abrandamento de ritmo no período de 1960-1965 (3 2/3 por cento) em resultado da quebra registada em 1961; não se terá, eventualmente, tomado em consideração que, a partir desse ano, a taxa de crescimento cumulativa atingiu cerca de 5 1/2 por cento (cf. quadro X anexo ao relatório do Grupo de Trabalho n.º 12), e que as recentes providências de melhoria das remunerações dos depósitos na Caixa Geral dos Depósitos, Crédito e Previdência virão a constituir, certamente, motivo de atracção.
Quanto aos depósitos necessários, a manter-se a taxa anual de acréscimo de 6,6 por cento, observada em média no período de 1955-1965, chegaríamos aos seguintes resultados:
Milhares de contos
que traduziriam uma variação de 3,9 milhões de contos, no sexénio. A estimativa do projecto não vai além de 22 por cento daquela variação; pode, por isso, considerar-se moderada, mesmo tendo em atenção que os novos recursos derivados de depósitos deverão dirigir-se também a aplicações de curto prazo, uma vez que estas apresentam um volume estável, se não decrescente, podendo, por conseguinte, ser alimentadas, essencialmente, pelo reembolso dos créditos vencidos.
No projecto do III Plano de Fomento justifica-se a prudência desta projecção pela previsão de decréscimo nos depósitos de previdência social; deve salientar-se que em 1966 se verificou, efectivamente, uma variação negativa naqueles depósitos, mas que a taxa de crescimento dos depósitos necessários neste último ano - cerca de 2 por cento - foi influenciada também por uma quebra no ritmo de crescimento dos depósitos necessários na Caixa Económica Portuguesa.
Idêntica moderação se observa na projecção da p oupança formada nos serviços privativos da Caixa Geral dos Depósitos, Crédito e Previdência e na Caixa Nacional de Crédito (aumento dos diversos fundos de reserva e previsão). Com efeito, a partir da expansão verificada no período de 1955-1966, à taxa anual cumulativa de 7,1 por cento, em média, pareceria legítimo avaliar o montante desses fundos, para os anos extremos do Plano,
Milhares de contos
o que corresponderia uma variação de mais de 1600 milhares de contos no sexénio, em lugar dos 750 milhares de contos estimados no projecto.
Outra fonte potencial de recursos - volume de reembolsos das operações em curso - parece estar, igualmente, subavaliada, como consequência, aliás, de prudência na previsão das operações a médio e longo prazo.
Poderá prever-se, ainda, que, por um lado, a desmobilização de reservas de caixa que se tem verificado nos últimos anos (de 35,4 por cento da totalidade de depósitos, em 1960, estas passaram para 26,4 por cento em 1966) e que é susceptível de prosseguir ainda durante algum tempo, e, por outro, a mais rápida rotação dos fundos aplicados, inerente ao aumento da proporção das operações a médio prazo no conjunto do crédito a prazo concedido 9, possam reforçar apreciàvelmente a capacidade
7 Que, no entanto, em 1960-1965 representaram, em média, menos de 16 por cento da totalidade dos depósitos necessários.
8 De 1965 para 1966 a taxa de crescimento atingiu 9,5 por cento.
9 Percentagem do médio prazo no total de crédito a médio e longo prazo concedido durante o ano:
Percentagem