ANEXO VI
Parecer subsidiário da secção de Autarquias locais e da subsecção de Obras públicas e comunicações, da secção de Interesses de ordem administrativa.
Melhoramentos rurais
A secção de Autarquias locais e a subsecção de Obras públicas e comunicações, da secção de Interesses de ordem administrativa, às quais foram agregados os Dignos Procuradores Joaquim Trigo de Negreiros e Manuel de Almeida de Azevedo e Vasconcelos, consultadas sobre o capítulo V «Melhoramentos rurais», do título II «Programas sectoriais», da parte referente ao continente e ilhas do projecto de III Plano de Fomento para 1968-1973, emitem, sob a presidência de S. Ex.ª o Presidente da Câmara, o seguinte parecer subsidiário:
Assim, partindo da premissa de que as dotações do Plano Intercalar serão esgotadas e dando por efectivamente realizadas as obras com comparticipação por ele concedida, no final do corrente ano a posição do problema em relação aos 13 387 aglomerados com 100 ou mais habitantes existentes no País deverá apresentar-se como segue:
Não servidos de electricidade - 5192 aglomerados, ou sejam 38 por cento.
Não servidos de abastecimento domiciliário de água - 10 100 aglomerados, o que corresponde a 75 por cento.
Sem acesso por est
Claro que será preciso ter presente, em relação ao caso dos esgotos, que aos referidos 200 aglomerados dotados de rede de saneamento em Dezembro de 1965 correspondia uma população de 2,5 milhões de habitantes.
Primeiro, a de que o atraso é mais acentuado precisamente nos sectores que mais interessam à saúde pública - abastecimento domiciliário de água e esgotos. E virá a propósito lembrar uma muito judiciosa referência feita a este problema no «Comentário do representante do Ministério da Saúde e Assistência ao relatório preliminar do Subgrupo de Melhoramentos Rurais», referência que a seguir se transcreve:
... é posição assente (que ainda recentemente teve a confirmação de um técnico das Nações Unidas, perito de educação sanitária em missão da O. M. S. no País) que a promoção de saúde de uma população - valor que se não discute mesmo em termos puramente económicos - tem de alicerçar-se no abastecimento de água potável e no tratamento conveniente dos esgotos. Fazer educação sanitária ou prevenção de doenças ou instalação de serviços profilácticos sem cuidar decisivamente daqueles problemas básicos é comprometer verbas sem delas tirar a devida rentabilidade [...] Sendo assim, o abastecimento de água e a solução do problema dos esgotos não podem ser apreciados como um tipo de melhoramentos rurais a considerar entre outros pelo Plano, mas objectivos prioritários para cuja consecução importa mobilizar os necessários recursos, ainda que tendo de sacrificar investimentos em projectos de outra natureza.