Procurou-se determinar os índices económicos mais significativos para uma comparação sucinta: os investimentos específicos em escudos por kilovvatt e

or kilowatt-hora em ano médio. A ordenação dos centros produtores está feita segundo os investimentos específicos por kilowatt. A potência instalada é de 125 MW, mas a utilizável para a rede será de 113 MW.

b) Valores considerados pelo Grupo de Trabalho como base do planeamento.

c) Inclui o investimento da mina.

(d) Valor do projecto do III Plano de Fomento que altera substancialmente o valor indicado no relatório do Grupo de Trabalho.

Há que ser extremamente cauteloso na comparação destes índices, dado não se poderem comparar centrais de albufeira com centrais a fio do água, nem. mesmo centrais da mesma natureza entre si, sem introduzir as necessárias correcções provenientes das suas características próprias (maior ou menor regularização, sobreequipamento, etc.). A central de albufeira é necessàriamente de investimento específico superior à de fio de água, mas, por outro lado, sendo normalmente sobreequipada, o investimento específico por kilowatt reduz-se; contudo, o kilowatt-hora produzido por uma central de albufeira será sempre de custo superior ao do fio de água, como é lógico, dado que as primeiras têm uma função de regularização das segundas.

Por isso, quando se comparam investimentos específicos por kilowatt, deve sempre olhar-se para as utilizações, pois podo acontecer que um investimento específico por kilowatt mais elevado do que outro corresponda a um investimento específico por kilowatt-hora. mais baixo, por diferença de utilização da potência instalada.

Para a central de Rio Maior adopta-se a utilização de 6000 horas, mas duvida-se de que tal seja possível na data prevista para a sua conclusão, ou seja em fins de 1971. Com efeito, nessa data não se pode assegurar esta utilização em todos os regimes hidrológicos, porque os fios de água (e o actual projecto é rico em fios de água) ocupam na estacão húmida a base do diagrama. Sendo assim, nos primeiros anos os custos serão superiores aos indicados;, em percentagens que poderão atingir os 25 por cento. Este raciocínio é, portanto, apresentado para condições normais de exploração de uma central térmica de base, que não poderão atingir-se antes de 1975.

Nestas condições, verifica-se que a central de Rio (Maior (incluindo o equipamento da mina) ocupa o terceiro lugar em investimento específico por kilowatt, e o primeiro em investimento específico por kilowatt-hora, por ter uma utilização muito su perior à de qualquer central hidroeléctrica, condição indispensável para a sua rentabilidade. Contudo, se se notar que a central térmica tem de ser amortizada em 25 anos, ao passo que uma central hidroeléctrica é amortizada em prazo muito mais longo, pois os maiores investimentos referem-se a obras do construção civil e estas deverão ser amortizadas no prazo da concessão, e que, além disso, os encargos de exploração da mina e central (despesas variáveis) serão de cerca de $03 por kilowatt-hora 3, conclui a subsecção, feitas as devidas correcções, que o investimento específico fictício por kilowatt-hora (para efeitos de comparação) passará de 1$64 para cerca de 2$43 4. Desta forma, o custo do kilowatt-hora produzido pela central de Rio Maior compara-se com os das hidroeléctricas. Se a empresa concessionária confirmar estes resultados por .meio dos elementos em seu poder e dos estudos realizados, conclui-se que a central de Rio Maior tem rentabilidade semelhante à dos aproveitamentos hidroeléctricos considerados no programa de obras, com os quais, aliás, pode comparar-se, até pelo simples facto de produzir energia de origem nacional. A seu favor acresce baixo investimento específico e garantia na produção, sem influências aleatórias de regimes hidrológicos; e este facto é tanto mais importante quanto é certo que, em relação à produção garantida das diversas centrais no regime seco tipo de 95 por cento de probabilidade, o investimento específico acusa ainda maior diferença no sentido de Rio Maior, embora actue em direcção contrária a dificuldade em atingir-se a elevada utilização admitida, a que já se aludiu.

3 Elementos extraídos do relatório do Grupo de Trabalho n.º 5 "Energia".

O valor de 2§43 foi obtido da seguinte forma:

Para a determinação do custo do kilowatt-hora produzido admitiu-se a taxa média de 10 por cento sobre o investimento específico por kilowatt-hora para os aproveitamentos hidroeléctricos e de 13 por cento para as centrais termoeléctricos convencionais. O custo do kilowatt-hora produzido pela central de Rio Maior, incluindo os encargos variáveis de §03/kWh, será, portanto, de

0,13 x 1$64 + $03 = $243

ma central hidroeléctrica fictícia que produzisse o kilowatt-hora ao mesmo preço deveria ter um investimento

específico de $243 = 2$43.

0,10

Estes cálculos não têm, como é evidente, qualquer carácter de precisão. Dão apenas ordens de grandeza, mas são suficientes para indicar que, para efeitos de comparação, o investimento específico por kilowatt-hora da central de Rio Maior rondará os 2§40.