Os casos mais flagrantes serão o México e a Bélgica, casos extremos, notando-se em muitos países uma certa correspondência entre os dois grupos de valores. Be observar que, dos doze países considerados, a parte da população ocupada distribui-se, em percentagem de população activa total (p. a. t.), do seguinte modo:

É evidente que, com as ressalvas oportunamente expostas sobre a impossibilidade de uma comparação exacta entre países, a verificação acima realizada tem um valor semelhante à de que em 50 por cento dos países observados a participação do comércio no produto interno oscila entre 10 e 15 por cento, embora possam constituir indicadores de ordem geral a considerar cuidadosamente. A relevância do comércio em Portugal, no que toca à metrópole, quanto à sua participação no produto interno bruto, é especialmente tratada na parte III deste parecer subsidiário -exame crítico- «Circuitos de distribuição». Comércio inferno O comércio por grosso e a retalho, que se considera nesta alínea, diz respeito ao que é exercido no continente, excluindo-se o das ilhas adjacentes.

A prática das actividades mercantis nas ilhas adjacentes tem características muito especiais, variando de ilha para ilha, e, embora se encontrem abrangidas por certas regras determinadas para o comércio continental, na realidade, os governadores dos distritos autónomos insulares dispõem de prerrogativas que lhes permitem alterar essas regras quando as exigências locais a isso obrigam, o que frequentemente acontece. O comércio grossista e retalhista, largamente praticado no continente, tem grande projecção económica e compete-lhe, entre outras, a importante missão distribuidora de levar até ao consumidor, onde ele se encontra, o que lhe é necessário.

Pelos seus efeitos e acção, entendem os técnicos de economia que o comércio interno de cada nação se torna elemento necessário ao bem-estar do povo, sempre que praticado no bom sentido de fazer circular os bens em proveito de todos.

As actividades grossistas e retalhistas continentais actuam num quadrilátero com a área calculada de 89 000 km2, com uma população consumidora estimável em cerca de 8 milhões de almas, se se partir do recenseamento do ano de 1960, que computou a população continental em 8 292 975 pessoas.

Se a este número se acrescentar a população flutuante, consequente do turismo e dos que se deslocam ao nosso país por outras razões, corrigindo-a com a população correspondente à massa emigratória, bem se poderá fixar no quantitativo atrás estimado de S milhões, a população que no continente, presentemente, constitui a massa efectivamente consumidora.

Ao comércio grossista compete especialmente a missão de adquirir à lavoura, à indústria e à importação, nas melhores condições, e numa rotina com carácter permanente, o que se julga indispensável para constituir as reservas de mercadorias, ou o chamado stock permanente, capaz de atender sempre as actividades retalhistas, no que lhes é exigido, a fim de cumprirem a missão de bem satisfazerem as necessidades do consumo interno.

Todavia, não é suficiente que o grossista possua em armazém reservas de mercadorias, nem tão-pouco que o comércio retalhista conheça onde se localizam as necessidades dos consumidores; precisa, além disso, de ter à sua disposição os elementos necessários à organização de uma rede de distribuição que lhe faculte meios fáceis para a movimentação dessas mercadorias, com eficiência e de custo razoável.

Se, internamente, essa rede distribuidora não for apta, as actividades mercantis agem em condições pouco eficientes e tornam-se por vezes inoperantes, não lhes sendo possível completar a sua missão de bem servir.

Para que exista essa rede distribuidora e possa ser utilizada com. eficiência pelo comércio, terá o III Plano de Fomento que prever o beneficiamento da maior parte das estradas existentes e a construção de novas vias de comunicação rodoviária; a aceleração dos transportes por caminho de ferro a tarifas razoáveis, como se esperava que tivesse já acontecido na parte electrificada; os transportes terrestres por camionagem, dando possibilidade a que tanto os caminhos de ferro como a camionagem, se possam apetrechar com melhores unidades frigoríficas do que as existentes; os apetrechamentos portuários apropriados e a construção nos portos de armazéns com características modernas, e ainda a criação de novos centros urbanísticos.

Se as previsões contidas no projecto do III Plano de Fomento se transformarem em realidade, como por certo serão, muito beneficiará por reflexo a economia do consumidor metropolitano.

A rede de distribuição posta ao serviço do comércio grossista e retalhista assenta, entre nós, principalmente, nos transportes por caminho de ferro e estrada, estes utilizando os veículos automóveis de carga. Os serviços de cabotagem entre os portos continentais têm especial expressão em relação à índole das mercadorias que utilizam este meio de transporte.

No decorrer do ano de 1965, foram transportadas por caminho de ferro as seguintes quantidades de mercadorias:

que pagaram portes em escudos nos montantes de:

Os números anteriormente referidos permitem afirmar que o custo do transporte das mercadorias por caminho de ferro foi, em média, o seguinte: