cimentes de recente construção em que os custos por quarto são superiores aos que ora se propõem, como parâmetros de investimento, pelo que a secção põe as maiores reservas nos números oficiais que acima se transcreveram.

No entanto, seja como for, há que introduzir na iniciativa privada a ideia da necessidade de não se ultrapassarem, quer por motivos de economia nacional, quer de rentabilidade privada.

De facto, dada a carência de meios de financiamento em face das necessidades impostas pelo desenvolvimento económico do País, há que seleccionar criteriosamente as oportunidades de investimento através da avaliação da sua viabilidade económica. Cabe aqui ao sector público um papel muito importante como fomentador e orientador da iniciativa privada, embora seja também decisivo que os empresários do sector se integrem num espírito de rentabilidade, sem o qual. não poderão perdurar as iniciativas de investimento para que contribuem.

A ideia fundamental a reter é a de que quando o investimento por quarto ultrapassa um determinado limite, é praticamente impossível recuperar a imobilização de capital feita; gera-se assim todo um processo de desperdício de recursos, com as inevitáveis consequências, ou em serviço deficiente, ou em preços proibitivos, numa tentativa vã para emendar o erro cometido inicialmente.

Este montante representa, a realizar-se, um esforço notável de investimento, sobretudo quando comparado com os previstos no Plano Intercalar de Fomento.

Investimentos médios anuais:

Milhares do contos

Assim, mais do que triplicará o investimento anual previsto em alojamentos hoteleiros. Mas como nos dois primeiros anos de execução do Plano Intercalar de Fomento não se cumpriram, sobretudo por falta dê apoio financeiro, as previsões iniciais, a obtenção das metas referidas torna-se duvidosa.

Assim, a secção sugere a adopção de uma hipótese mais modesta e realista de investimentos, em linha com as possibilidades actuais de financiamento e de concretização dos projectos existentes 9.

Os restantes investimentos que se incluem no capítulo atingem o seguinte montante para o período de 1968-1973: De acordo com o capítulo em apreciação, as fontes públicas participarão no financiamento da seguinte forma:

Estes financiamentos representam cerca de 16 por cento do total. Nesta matéria, a secção põe em realce dois aspectos para manifestar a sua concordância com eles:

O primeiro é a posição em que é colocada no capítulo a iniciativa pública-«... os financiamentos por parte do sector público não são colocados em dependência estreita do ritmo de expansão que vier a verificar-se, antes se fez depender o ritmo de expansão do esforço a desenvolver pelo sector público em matéria de promoção.»

O segundo refere-se à forma como se pretende assegurar a realização de empreendimentos de grande importância complementar para o desenvolvimento turístico - conservação e melhoria de arribas e praias, de monumentos nacionais, de caminhos florestais e de fomento e protecção de caça e pesca. De facto, em contraste com o Plano Intercalar de Fomento, desta vez consagram-se aos organismos responsáveis pelos diferentes empreendimentos dotações extraordinárias para os projectos previstos.

A secção pensa que é esta a forma financeiramente mais aconselhável, e não a de confiar às dotações correntes de serviço (eventualmente reforçadas) a execução de tarefas que, normalmente, ultrapassam a sua capacidade de realização, sobretudo no que se refere aos prazos e à coordenação entre os diferentes serviços. Financiamento privado interno e externo Como pode perceber-se através da leitura do capítulo em exame, manter-se-á no próximo Plano de Fomento a orientação que defende o predomínio do turismo de qualidade sobre o chamado turismo de «massa», baseada nas características do turismo internacional que nos tem procurado e na tendência das dormidas verificada nos estabelecimentos de qualidade superior.

9 Os investimentos correspondentes a um crescimento das dormidas de 15 por cento ao ano seriam da ordem dos 720 000 contos por ano.