Os dados estatísticos de que se dispõe não facilitariam a organização de um mapa referido a despesas das instituições particulares. Mas, como é sabido, essas instituições! não acumulam saldos e quase sempre os subsídios do Estado vêm cobrir os deficits dos respectivos orçamentos.

Por isso, o montante das receitas, neste caso, corresponde ao das despesas efectuadas, salvo algumas excepções sem relevância estatística.

O total das receitas - distribuído no mapa por distritos - atingiu no ano em referência 816 480 contos, importância exígua se se considerar a extensa rede de obras e estabelecimentos a cargo das instituições particulares de assistência. Essa exiguidade explica-se pelos serviços gratuitamente prestados e pela estrita economia que, em geral, se pratica.

A referida verba de 816 430 contos cumpre abater os subsídios do Estado, que, adicionados aos das autarquias, atingem 27,2 por cento daquele montante e que já foram abrangidos nos gastos efectuados pelo sector público. Finalmente, devem mencionar-se ainda os gastos com a saúde e assistência efectuados através de estabelecimentos oficiais e do sistema da previdência.

As receitas dos estabelecimentos oficiais de saúde e assistência no ano de 1964 totalizaram 694 651 contos, mas esta importância é constituída, na sua maior parte, por subsídios do Estado e autarquias (83,6 por cento), sendo apenas de 113 228 contos o total dos rendimentos de bens e outras receitas próprias (16,4 por cento).

Por seu lado, as despesas de saúde e assistência efectuadas pela previdência atingiram 500 000 contos aproximadamente no ano de 1963 (419 830 contos para saúde mais 78000 contos para assistência).

O seguro social da previdência tem vindo a aumentar progressivamente as suas despesas com saúde, que duplicaram desde 1960 (245 937 contos) até 1964 (525 197 contos).

E esta tendência ascensional terá muito maior incidência nos anos seguintes, em resultado do acordo com o Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos para tratamento e internamento de beneficiários, pensionistas e familiares (23 de Setembro de 1964) e, principalmente, do acordo com a Direcção-Geral dos Hospitais para internamento hospitalar de beneficiários, pensionistas e familiares em cirurgia geral e especial (a partir de 1 de Setembro de 1965 e, quanto a familiares, de 1 de Março de 1966) e internamento hospitalar de beneficiários e pensionistas em medicina geral e especializada, com exclusão da fisiologia e psiquiatria (a partir de 15 de Março de 1967).

Concorrem ainda com. estes factores o substancial, aumento no consumo de medicamentos e no recurso a meios auxiliares de diagnóstico, bem como a actualização de remunerações ao pessoal. Cumpre analisar, de um modo particular, a situação quanto ao número de médicos e enfermeiros, não só por se tratar de um dos mais importantes indicadores tradicionalmente utilizados, mas ainda porque a execução de qualquer plano de saúde depende essencialmente do concurso de médicos e enfermeiros em número suficiente. A seguir se apresenta um mapa estatístico com a evolução quantitativa dos médicos em Portugal no decénio de 1955-1964 e a correspondente indicação do número de habitantes por médico:

Verifica-se que, no período considerado, o número de médicos sofreu algumas oscilações, não se afastando, todavia, de modo flagrante, do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (l médico por 1000 habitantes).

Pelo mapa seguinte, abrangendo um conjunto de países europeus, pode estimar-se a situação relativa do País - segundo dados do Anuário Estatístico da O. N. U., 1964- quanto ao número de médicos de que dispõe: