dificuldades com que lutam e/ou passarão a lutar do que quaisquer outras entidades, sem embargo de, por vezes, serem dificuldades futuras meramente receadas, que não concretizadas. Aliás, volto a dizer, a experiência da Direcção-Geral dos Serviços Industriais, já de larguíssimos anos, associada ao poder de decisão anal da Secretaria de Estado da Indústria, em face de razões, pró e contra, apresentadas em oposições dos interessados e nos pareceres e informes de serviços oficiais, incluindo grémios e corporação - tudo isso dava às unidades instaladas e a instalar uma sensação de segurança que esteve na base de surtos de interesse que não se verificaram até à instauração do condicionamento. Surtos que, inclusivamente, se poderão ver nos quadros comparativos no tempo do sector secundário (indústrias), na sua percentagem do produto interno bruto - e que poderemos ver, sim, na síntese de quadros que se inscrevem no vol. I do projecto que temos em apreciação:

Isto é: teremos, segundo o projecto em apreciação, uma subida de 20 por cento das indústrias no quadro geral do produto interno bruto de 1973, mas, fugindo das meras projecções, há uma subida verificada de 10 por cento nesse quadro geral de 1953 para 1963. E veremos adiante um aumento de 5 por cento só de 1963 para 1967.

Analisando, teremos, como a seguir se verá, o que fui buscar às pp. 57, 63 e 64 do vol. I do projecto. Ao tratar-se das projecções do produto interno bruto, diz-se nessas páginas que o mesmo produto deve atingir em 1973 cerca de 155 milhões de contos (82,4 milhões em 1963 e 102,7 milhões em 1967), dando as seguintes percentagens e variações:

Isto é: o sector da indústria (secundário) na projecção para 1973 apresenta um aumento de posição de 20 por cento quanto a 1953, e o de 1967 já leva um aumento de 15 por cento referentemente a esse ano de 1953. Em qualquer dos casos, com descida paralela de um ou dos dois restantes sectores de actividade. Mas, por outro lado, se entrarmos na consideração dos competentes índices de crescimento, virá, a partir das bases de 1963 e 1967:

Por tudo quanto temos estado a ver, verifica-se que é exactamente ao sector das indústrias que, sobretudo, se vai buscar a maior contribuição para o desenvolvimento económico entre nós. Ora, até 1967, polo menos, podemos admitir que tudo se processou, quanto ao condicionamento industrial, como se não houvesse a ideia da implantação de meros regulamentos de indústria. Mas, então, verifica-se também que nos quatro anos que foram de 1963 até 1967 o crescimento do sector das indústrias apresenta uma ordem de grandeza posicional que não desmerece da projecção para 1973, seis anos depois, portanto.

Assim, é sobretudo do sector das indústrias que se espera a maior parte do surto de riqueza projectada para 1973 - passar da capitação anual de uns 11 contos em 1965 para uns 17,2 contos em 1973.

Ora, com tudo isto, resta perguntar se o critério do condicionalismo industrial deverá ser tão profundamente alterado como se anuncia, até porque bem me parece que, na metrópole, os empresários - candidatos a tal e/ou já instalados - estão a pisar como que «terra de ninguém quanto ao futuro»:

Por um lado, anuncia-se a substituição do condicionamento por regulamentos de indústria - pelo menos para boa parte das actividades industriais;