ainda - não me dispensa de sublinhar a excepcional e surpreendente grandeza de um plano de fomento que, principalmente nos domínios económico e social, não tem par na história da Nação. Por isso, saúdo o Governo pela sua notabilíssima iniciativa, a Câmara Corporativa pelo seu profundo e exemplar estudo e todos os que, de qualquer forma, contribuíram para tão valioso trabalho, com a certeza de que a. Assembleia Nacional ao aprová-lo dará mais uma vez prova da sua alta capacidade crítica e construtiva.

Com o III Plano de Fomento acrescenta-se, por maneira bem forte e expressiva, o prestígio da situação política e, acima de tudo, serve-se o interesse nacional, que, aliás, naquele prestígio tem a expressão adequada.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Em 19 de Novembro de 1964, vão decorridos três anos, tive a oportunidade de me referir, em intervenção feita no período de antes da ordem do dia. ao aeroporto do Porto e aos seus problemas, indo assim ao encontro de uma série de artigos publicados no diário O Primeiro de Janeiro que despertaram extraordinário interesse pela objectividade dos pontos de vista expostos e a denúncia de situações merecedoras de rectificação.

Seja qual for a maneira de ver das entidades que devem estar atentas a esses problemas, estou certo da sua incidência, sobre o desenvolvimento económico, social e turístico da cidade do Porto e da vasta região, cujos interesses polariza, respeitando a população prestes a atingir os 3 milhões de habitantes, com um centro urbano de: 600 000 pessoas.

Direi mais: que o Norte do País é extremamente sensível a tudo quanto se passa, ou não passa, em relação ao seu aeroporto.

Mas não se pense erradamente que tal

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não se pense que existe da minha parte o propósito de estabelecer comparações, absurdas comparações. O aeroporto de Lisboa, para o qual se dirige mais de uma terça parte de todos os investimentos programados na metrópole, ilhas adjacentes e ultramar, é indiscutivelmente o grande aeroporto nacional com interesse económico e estratégico, e tudo quanto se faça para o valorizar e o colocar em termos de satisfazer a procura internacional, e a própria procura interna que a ele se dirige, será pouco, nesta idade dominada pelo esforço concorrencial e pela alteração constante e vertiginosa, como a sua velocidade, das características das aeronaves, implicando exigências de infra-estruturas, apoios à navegação e meios de desembaraço dos utentes.

Não somos suficientemente abastados, perante investimentos que atingem enormes somas, para nos darmos ao luxo de dispersar recursos indispensáveis para a conquista de posições de prestígio na concorrência com outros mais dotados, e isto no momento em que a geografia pouco ou nada conta como ponto de apoio, antes se atende prevalentemente, porque os meios técnicos assim o permitem, a pontos económicos mais importantes do que os nossos.

Tem-se ligado a maior importância, até por imposição dos condicionalismos da política de tráfego internacional, à valorização da companhia nacional concessionária dos transportes aéreos, que, por seu lado, soube corresponder a esse interesse, alcançando uma dimensão e um prestígio que deveras honra o País e permite considerá-la por forma a servir de exemplo às empresas de capital misto que se não burocratizam, antes são dominadas pelos estímulos da iniciativa privada.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Os Transportes Aéreos Portugueses prestam ao País inestimáveis serviços. Ninguém ignora a cooperação dada ao esforço militar para a defesa dos territórios da Ásia e da África, a expansão da sua rede às principais cidades da Europa e das Américas, em cujos edifícios e aeroportos se mostra a bandeira da Pátria e se faz uma bem orientada propaganda turística, e as ligações rápidas com as províncias do ultramar, que de outra forma correriam o risco de viverem desligadas ou afastadas, no tempo, da metrópole.

Os investimentos previstos no projecto do III Plano de Fomento para que a companhia concessionária possa continuar o seu desenvolvimento, com novas unidades a jacto e aquelas que a aviação supersónica vier a exigir, por forma a conquistar novas posições rio tráfego internacional e melhoria e aperfeiçoamento no tráfego interno, são de aplaudir sem reservas, tanto mais que espero sinceramente convicto que eles venham a aproveitar aos serviços com a cidade do Porto, que até agora não foi considerada na sim verdadeira importância.

O transporte aéreo, seria ocioso dizê-lo, desempenha hoje um papel fundamental na economia de todos os paí-