que se distribuem por 24 concelhos, 366 freguesias e 670 povoações com mais de 200 habitantes.

Assim o julgo, e até me firmo, Sr. Presidente, na base de uma certeza fagueira e alentadora, desde que se estude, pondere e observe a terapêutica adequada às resultantes do diagnóstico, feito aos males de que enferma e se removam deficiências e atrasos atrofiadores.

Falando a linguagem de uma população esclarecida, da qual, para meu desvanecimento, tenho uma quota-parte da sua representação nesta Câmara, afirmarei, Sr. Presidente, que se não desiluda nem perca o arranque da iniciativa privada, se complete o conjunto das indispensáveis, das basilares, infra-estruturas em que o sistema dos transportes e das vias de comunicação têm a máxima relevância relativamente ao alargamento e robustez da vida económica e social de Viseu cidade e Viseu distrito.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Abro um parêntesis para, inclinando-me em comovida homenagem de muito apreço e de acerada saudade à memória do Prof. Doutor Amorim Girão, que tanto me distinguia com a sua bondade e que eu profundamente respeitava, extractar, na humildade desta minha fala, e só por esse modo a enriquecendo, alguns passos da sua brilhante dissertação de concurso para assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, de que, sendo oriundo de Lafões, veio a ser mestre prestigioso e querido:

O termo aglomeração urbana, disse Jean Brunhes, é a expressão por excelência da conexão entre a casa e o caminho; e porque o desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte é, em todos os casos, um factor essencial do engrandecimento das aglomerações urbanas, importa sempre determinar-lhe, no seu estudo geográfico, as relações com os diversos ciclos históricos da circulação.

Nada influi mais, com efeito, sobre a origem e destinos de uma cidade do que as transformações por que vão passando as vias de comunicações que nela se encontram. Mais do que os próprios recursos naturais do solo e clima, mais do que a situação geográfica ou topográfica, esse factor por vezes se manifesta.

As estradas fizeram as cidades, escreveu Vidal de la Blache; e assim se compreende que os Eomanos, construtores da maior e mais importante rede de comunicações da Antiguidade, tenham dado, como nenhum outro povo, um largo impulso ao desenvolvimento da vida urbana, nas diversas regiões por eles ocupadas. É, de facto, por influência das vias de comunicação que as cidades muitas vezes nascem; por meio delas sempre crescem ou decrescem; por elas ainda frequentemente se deslocam ou transformam.

São as vias de comunicação - e acrescento eu: rodoviárias e também ferroviárias - o veículo que pode tornar uma cidade em ponto de concentração dos produtos de uma determinada região, ou ainda em centro de repartição desses mesmos produtos.

E se os grandes centros urbanos, para manter-se, precisam de satisfazer a determinados requisitos relativamente ao tráfego, ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador:

... pode assegurar-se que serão tanto maiores as suas possibilidades de engrandecimento quanto mais as condições naturais favoreceram, junto deles, a construção das vias de circulação e comércio.

O desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte alarga a esfera de acção de uma cidade e seu termo, intensificando as relações recíprocas que sempre se estabelecem entre ela e a sua região: assim se explicando, como nota Wagner, que seja maior o número de cidades nas épocas em que aqueles meios eram mais escassos.

facto relevante e. de tamanho peso no ritmo habitual da vida moderna, no que toca às suas deslocações de trabalho, implicando contactos repetidos com as capitais do Sul e Norte do País.

Confio, Sr. Presidente, em que este meu apelo, acompanhando as diligências que têm sido activamente efectuadas pelas entidades oficiais distritais, não seja feito em vão.

Retomando o fio à meada, como sói dizer-se, às medidas de fomento apontadas junto as que refiro seguidamente: aproveitamento dos recursos existentes e sua total mobilização a adopção e a observância de medidas de reconversão e, ainda, de carácter estrutural relativamente ao sector agrícola, o que precisa de beneficiar, cada vez com mais largueza, de adequada assistência técnica; ordenamento das actividades produtivas e abundância de mão-de-obra qualificada: daí, a formação e especialização profissional e uso de processos racionais de trabalho propiciados por adequado ensino técnico, que não pode nem deve ser menos considerado e acarinhado quanto à inadiabilidade da sua incidência sobre as irrefragáveis necessidades da nossa agricultura.

E como, Sr. Presidente, não é possível erguer-se uma construção sem a firmeza dos alicerces respectivos, e como toda a viagem, ainda que longa, começa por um passo, cão é lícito, de modo algum, minimizar-se a influência da escola primária, e, dando-lhe, por isso, o realce devido pratico um acto de elementar justiça recordando também neste capítulo, com as homenagens merecidas, a precursora acção, devotada e dinâmica, do que foi muito ilustre Subsecretário de Estado da Educação Nacional, Dr. Veiga de Macedo, não só ao tomar a iniciativa e lançar a campanha nacional de educação de adultos, mas também preconizando medidas utilíssimas, ao nível do ensino primário, expressas no desenvolvimento de ciclos de estudos de formação rural, na colaboração prestada ao funcionamento de cursos práticos de aprendizagem agrícola, na organização de estágios de professores junto das estações agro-pecuárias do Ministério da Economia ou das escolas agrícolas dependentes do Ministério da Educação Nacional, na realização, através da escola primária, de demonstrações,