Finalmente, o Estado garantirá ao sector da pesca o necessário apoio científico e técnico, prevendo-se um investimento de 7000 contos em estudos de biologia piscatória e pesca experimental, cujo fim será uma melhor demarcação de pesqueiros e recolha de indicadores sobre a rentabilidade e intensidade da pesca.

O volume dos investimentos previstos dá ideia do interesse do Governo na expansão de uma actividade não só de alto significado económico para a província, como de aliciantes perspectivas de rentabilidade para as empresas interessadas.

II - Sector secundário: ampliação, renovação e criação de novas indústrias.

Virada quase exclusivamente para a agricultura, a província não tem uma indústria digna desse nome. Pequenas indústrias transformadoras, como panificação, gelo, refrigerantes, óleo de palma e sabão - algumas delas em franca regressão -, dão o pequeníssimo contributo para a formação do produto interno.

A indústria extractiva, representada pela pesq uisa e exploração de hidrocarbonetos, deve começar em breve a sua actividade na província, devendo a empresa constituída ou a constituir para esse fim fazer investimentos da ordem dos 72 500 contos. - São grandes as esperanças depositadas na indústria do petróleo, prevendo-se que ela venha a ter grande repercussão na economia de 8. Tomé e Príncipe.

Mas, além da indústria do petróleo, a província tem necessidade de criar novas indústrias, não só por razões de ordem económica, como também de ordem social.

Todos nós sabemos que um dos índices de evolução nas regiões subdesenvolvidas é o aumento da sua população activa, ou melhor dizendo, a diminuição da sua população inactiva.

Na província de S. Tomé e Príncipe confirma-se a regra. Em 1960, numa população nativa de 49 000 habitantes, sómente 12 000 tinham emprego. Da população trabalhadora, constituída por 32 000 pessoas, 20 000 eram trabalhadores não naturais (cerca de dois terços) e os restantes 12 000 (cerca de um terço) trabalhadores nativos. Em 1965 nota-se já uma inversão na participação- dos dois sectores populacionais: os trabalhadores não naturais descem para 10 000 (sobretudo por diminuição de mão-de-obra importada) e* o número de trabalhadores nativos sobre para 20 000. Actualmente, dois terços da população activa são constituídos por naturais e sómente um terço por não naturais. Verifica-se assim que a uma maior promoção social se seguiu uma maior participação da população nativa no conjunto das actividades económicas da província.

Acresce ainda que a taxa média anual de crescimento da população nativa é de 2,95 por cento, a que corresponde, anualmente, um saldo fisiológico de mais de 2000 pessoas. Há necessidade, portanto, não só de dar trabalho àqueles que as necessidades da civilização obrigam a sair da inactividade ou do subemprego, como criar as condições indispensáveis que facultem emprego àqueles jovens que todos os anos, terminados os seus estu dos, querem exercer na província a sua actividade.

O aumento da capacidade de produção agrícola e a indústria da pesca, não criarão um número suficiente de empregos - em número e qualidade - capaz de no final do III Plano de Fomento absorver a mão-de-obra existente.

E sinal de desenvolvimento a capacidade que um país ou região tem de facultar trabalho bem remunerado à sua população em idade activa. Ora, todos nós sabemos que só as regiões industrializadas têm essa possibilidade.

Também em S. Tomé e Príncipe, só uma indústria bem organizada e próspera poderá absorver a mão-de-obra excedente. E essa indústria pode ser montada na província, sendo enormes as suas possibilidades de êxito. Segundo estudos já efectuados, as indústrias transformadoras da maior rentabilidade que poderão ser montadas em S. Tomé e Príncipe são aquelas que visam a uma perfeita e completa utilização dos produtos originários da província, designadamente o coco (coco ralado e fibra de coc o), frutas (refrigerantes, conservas, sumos e provável farinação da banana), oleaginosas em geral, casca de cacau (para comparticipação em rações para animais).

Um empreendimento de maior vulto, exigindo um investimento global de 100 000 contos, seria a transformação da totalidade da produção do cacau produzido na província em produtos semiacabados ou finais. Se não for possível para já um empreendimento tão vultoso, monte-se então na província uma unidade industrial mais modesta, mas que absorva boa parte da produção do cacau para a sua transformação; a montagem desta indústria traria importantes implicações no sector de mão-de-obra e na valorização da produção.

Vozes: - Muito bem!

cais acostável para navios de grande porte.

Finalmente, quero aproveitar o tempo que ainda me resta para falar de outro empreendimento de grande alcance económico para a província: a construção de um porto de mar com cais acostável.