portas ao ingresso de turistas e cerram-se à saída dos naturais viajantes, chamam-se os capitais, mas não se pode impedir a sua saída.
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Pagando com uma moeda desfalcada, o devedor parece pagar o mesmo e paga menos e, se o contrato não for feito com cláusula de previdência, amortizará mais facilmente. O credor recebe menos, mas contenta-se com o acto de receber, porque deixa de se preocupar com a solvabilidade dos seus títulos.
Claro que, querida ou involuntária aquela, desvalorizar, no ponto de vista político e psicológico, é confessar uma doença nos negócios, manchar o brasão dos compromissos e perder uma qualificação no mundo da economia, e da política. Pagar em juro mais fraco, abater os créditos, provoca reacções e descontentamentos, manobras de retorsão e ajustamentos sem fim.
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e outras moedas estavam jogando já. Assim, sem críticas, reconhecia-se que a desvalorização «oficializou» uma situação conhecida e que, depois de umas semanas de luta e de repercussões, se hão-de esperar novas dificuldades.
A Noruega não desvalorizava, mas havia um problema da balança do pagamentos muito complexo.
No Luxemburgo reclamava-se união europeia.
Ná Dinamarca, como fornecedor agrícola, acompanhava-se a Inglaterra. E o mesmo sucedia em Israel.
A Espanha desvalorizou, para uma aproximação das realidades e novos atractivos turísticos e para travar a expansão dos quadros.
Todos sentem que a desvalorização provocará novos problemas.
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Os Americanos - apesar de tudo o que vamos ver - parecem firmes e proclamam a segurança do dólar e que este se apresta para suportar novas responsabilidades; sozinho, como fica, em campo.
No Canadá, não se desconhecendo as dificuldades, entendia-se que o valor da libra podia ser afirmado a seguir pela produtividade, pela tecnologia e pela austeridade financeira.
A desvalorização inglesa quis ser uma travagem à descida constante da sua balança de pagamentos e um método empírico de aproximação dos níveis praticados pela Europa dos Seis, à procura de uma ponte sobre o abismo 0 sobre as torrentes, para entrar nessa grande casa europeia. Mas a desvalorização é como a inflação, distribui e redistribui riqueza, ganha e faz perder, melhora apenas alguns e infelicita bastantes. Se um país ganhar no fim, o que parece problemático, outros ficarão encarregados de perder.
Se as exportações obtêm um prémio, o turismo para fora vem a ser penalizado.
Os títulos subirão talvez, mas o rendimento, na realidade final, desce. Os devedores deixam de ser pontuais e as cotações fixar-se-ão por fim.
E os credores externos receberão mais ou menos, segundo a letra dos contratos.
Já se viu o whisky embaratecer para reclamar preço superior e os belos automóveis ingleses conciliarem dois atractivos - menos caros e pagos em libras desvalorizadas, etc. O Governo Português procedeu rápida e suasòriamente.
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Manteve a solvabilidade do escudo, defendeu a estabilidade da economia e dos negócios, correspondeu às relações com a fidelidade de si próprio, acompanhando a moeda mais estável, mais garantida e mais facilmente traduzirei em ouro. O relatório do Dr. Ulisses Cortês mostra com largueza como têm sido encarados os problemas monetários e dá balanço ao ouro, divisas e títulos de primeira ordem que, no banco central, passam de 31 milhões de contos, sendo este valor fixado com parcimónia.
Também alguns bancos comerciais dispõem de reservas do primeira ordem, que acrescentam a solvabilidade geral.
Portanto, a crise da libra mostrou a pressão dos acontecimentos e a inanidade dos esforços governativos e mostrou a independência da uma vida, bem como a segurança lograda por ingentes e precavidos esforços de amealhar no Verão para ver passar o Inverno ...
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Se é lícito acrescentar alguma coisa a estas impressões, - que são da exclusiva responsabilidade do Deputado por Bragança -, direi que haveria vantagem em que a libra continuasse como moeda de apoio, de adjuvante e de complementaridade ao dólar, para este não ficai- só, no campo da batalha.
Estranho que os Ingleses não pareçam muito empenhados em continuar com a libra na função de reserva. Porque será.
Pela altura dag responsabilidades?
Para se acabar um compromisso ouro.
Por uma autodefesa que restringe e descomplica?
Seja como for, autêntica ou simplesmente delicado, o sistema duplo na economia mundial oitenta flexibilidade e vantagens.
Creio que até aos Americanos convém a reserva distribuída por dois ou mais.
A desvalorização provocou a febre do ouro e a corrida para o ouro, em Londres, em Zurique, na América e em Paris.
Já o ano passado me referi à situação deste metal precioso como consistência de moeda e salvaguarda de moeda e às tentativas, até aí inglórias, de promover a sua fulgurante revalorização.
Cota-se fundamentalmente a 25 dólares por onça, nos Estados Unidos, e este preço se mantém impassivelmente desde a última guerra.