Como os preços genéricos interiores e exteriores duplicaram, como as reservas fortíssimas da América do Norte sofreram desfalques salientes, para obviar a deficits de balança de deve haver internacional e suprir exigências dos portadores de dólares; como a extracção do ouro quase que suspendeu - reclama-se e luta-se pela valorização do ouro.

A África do Sul reclama mais para o produzir, em melhores condições. Os garimpeiros querem mais. A Califórnia, o Canadá, alguns bancos americanos, também se queixam da barateza do ouro.

E a França, que em certa altura trocou notas por barras de 40 contos, também pretende o seu ouro valorizado, por ser enorme a reserva do Banco de França.

Como nos tempos em que o Oeste foi desbravado e os frequentadores de fronteiras e aventureiros correram para a Califórnia, assim massas enormes de libras e de outras moedas foram cambiadas por ouro e até por diamantes e pedras preciosas.

Na medida em que tantos insistem e reclamam, na forma por que as multidões incertas se dirigem, o metal precioso está sendo sobrestimado, sem, contudo, obter favores bastantes; para se regressar à teoria do padrão único.

A revalorização do ouro não nos seria desfavorável.

Apoiados.

Mas, esta operação convencional implicaria reajustamentos e novidades de relações, de alguma maneira perturbantes.

Suponhamos que esta operação era politicamente possível e que produtores, políticos, economistas e técnicos se punham de acordo sobre as vantagens da operação. E que ela era convencionalmente admitida e que todos os possuidores correspondiam, cavalheirescamente, com vantagens gemi s e não especiais.

Que poderia acontecer?

Eu ainda me lembro do tempo em que Irving Fisher, no desenvolvimento das suas equações monetárias, se referia aos níveis de água- em vasos comunicantes.

Não devemos, pois, esquecer que ouro é consistência de moeda, historicidade de moeda, poder de compra oficializado para se manobrar oficialmente com ele.

Apoiados.

Ele é instrumento de relacionação geral, padrão consagrado, e considero fatal que arrastará para novas tabelas de valores e provocará fluxos inesperados, corridas e, afectações desiguais.

Subiria o seu preço, animar-se-ia o rand, a Califórnia, os Urais, os ourives, e, grandemente, os especuladores e alguns bancos especializados.

O alemão Wageman mostrou que o ouro era dispensável, que podia arrefecer e cobrir-se de teias de aranha nas caves e a moeda percorrer o circuito, baseada apenas na capacidade de trabalho de um povo progressivo..

Claro que se estava então em economia fechada.

Mas isto quer dizer que o ouro tanto pode valer mais como menos, apesar de precioso.

Apoiados.

A ideia de salvar os países deficitários e achar sobras para as por ao serviço do desenvolvimento afro-asiático, quer dizer, antiatlântico, é que parece mirífica.

Apoiados.

Não se esqueça que nos deficits das balanças americana e inglesa fizeram pressão as saídas de capitais à procura de colonização europeia, de segurança distante e de aventuras na selva.

Nem tudo o que luz é ouro, e ouro é o que ouro vale!

A revista onde se reclama a revalorização do ouro aumentou já 50 por cento de preço.

Todavia, estamos longe.

Pôr a revalorização do ouro ao serviço da desordem, no mundo, e da revolta contra os brancos parece ser uma teorização fantástica aos juristas que sabem como se constróem os estados modernos.

Apoiados.

Ligada a estes problemas encontra-se a inflação. Entre as grandes preocupações ocidentais encontra-se s inflação, que é um processo danoso para os sectores sociais menos protegidos ou para os de inferior capacidade económica.

Na economia expansiva, de tipo corporativo ou neo-capitalista, com compartimentos liberais, mas de direcção segura, a inflação é uma sombra que correspondo a um pesadelo de governantes e governados.

Apoiados.

Ela vê-se alastrar, e como que escurece os frutos coloridos da civilização.

Os seus efeitos agravam e multiplicam e a acção destinada a contrabatê-la torna-se pada vez mais difícil.

Se há problema económico-financial no Ocidente, é este, ao qual só uma economia de abundância e embaratecimento ousa responder, de alguma maneira.

Apoiados.

Nas altas esferas, umas vezes considera-se a inflação como um custo marginal da civilização, e assim será um mal necessário. Outras vezes encara-se como um desgosto de família que não se esconde, mas de que se deixa de falar, fazendo-se de conta que não existe o que a crónica regista.

Outras vezes, confessada abertamente pelos governantes resolutivos, põe-se o problema com sinceridade escolhem-se ou dispõem-se os moios para a rebater, para a desviar ou para a travar, pelo menos.

É que negá-la não convence ninguém.

Apoiados.

O Governo Português tem tentado, com ajuda das autoridades monetárias, enfrentar o problema e reduzir os seus efeitos, pela política de constrições dos especuladores, subsídios aos funcionários e reformados, melhoria do abastecimento e revisões do compartimento do crédito.

Segundo o Banco de Portugal, de 1961 a 1964 a alta dos preços foi menos de 1 por cento.

Mas em 1965 atingiu 8,8 por cento. E em 1966 subiu mais 4 por cento.

Este ano a alta continuava e era flagrante na alimentação, nas bebidas, nos tabacos, nos produtos estrangeiros e ultramarinos.

Esta é, porém, a inflação aberta, visível, do conhecimento de todos. Mas há outra, a que consiste em fornecer menos, fornecer de pior qualidade, ou obrigar a vários remédios, quando um ou dois deviam chegar, ou quando se quer responder no geral das necessidades