José dos Santos Bessa.

José Soares da Fonseca.

José Vicente de Abreu.

Luciano Machado Soares.

Luís Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira.

Manuel Amorim Sousa Meneses.

Manuel Colares Pereira.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.

D. Maria de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

Mário de Figueiredo.

Martinho Cândido Vaz Pires.

Raul da Silva e Cunha Araújo.

Rui Manuel da Silva Vieira.

Sebastião Garcia Ramirez.

Sérgio Lecercle Sirvoicar.

D. Sinclética Soares Santos Torres.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 68 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 25 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Devo exarar no Diário das Sessões um voto de profundo pesar pela morte da Sr.ª Duquesa de Bragança e exprimir a Sua Alteza Real, o Sr. Dom Duarte Nuno, e a seus filhos, o sentimento que me invade a alma, que nos invade a alma, ao contacto do seu sofrimento.

É o sangue de D. Afonso Henriques, o fundador da Nacionalidade, de D. Nuno Alvares Pereira, de D. João IV, que lhes corre nas veias; é o sangue vivo dos momentos cruciais da nossa história, de todos os momentos da nossa história - o sangue com que a nossa história se escreveu -, é esse que, homenageando-os, homenageamos.

O luto aqui, diante dos representantes, é, afinal, uma expressão da glória dos grandes construtores da Pátria.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Em sinal de luto, interrompo a sessão por algum tempo.

Eram 16 horas e 30 minutos.

O Sr. Presidente: - Está reaberta a sessão.

Eram 16 horas e 55 minutos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra antes da ordem do dia o Sr. Deputado Augusto Simões.

O Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente: No começo de uma das amenas tardes de tempo primaveril das últimas semanas com que o Inverno nos tem mimoseado, Coimbra, donairosa e linda sob as rutilâncias do sol, recebeu com o costumado interesse a notícia, trazida pelos jornais da tarde provindos da capital, segundo a qual ia ser criado o serviço público de táxis aéreos.

Naturalmente, logo acudiu à mente dos muitos a quem a notícia interessou que chegara a vez de o campo de aviação de Coimbra passar das suas naturais virtualidades em potência para uma eficiente prestação de serviços à cidade e à região central do País, possibilitando as ligações aéreas de que têm estado privadas.

Todavia, enganavam-se redondamente aqueles que, pela ansiedade da resolução de problema tão importante, anteciparam um juízo à leitura da predita notícia.

É que, mais uma vez, para não fugir à regra, Coimbra tinha ficado no rol do esquecimento e não havia sido contemplada com o prestante serv iço.

À natural satisfação seguiu-se o mais cruel desapontamento ...

Veio então o comentário mordaz, prenhe de justiça, de que parece continuar arreigada em certos departamentos do Estado uma ideia desfocada do valor da cidade e da região que a mesma encabeça.

Passou-se então em revista a longa série de incompreensões cometidas e houve que reconhecer que o desfasamento das soluções dos problemas do trânsito e dos transportes terrestres se continua nos transportes aéreos, com a mesma negativa eficiência.

Natural ressentimento irrompeu nas forças vivas locais, que não encontram motivo para mais esta inesperada desconsideração.

Como não podia deixar de ser, a Câmara Municipal tomou imediato conhecimento da medida que tão afrontosa se apresenta para os interesses da cidade e da região e contra ela reagiu pelo expresso repúdio do seu presidente e de cada um dos seus vereadores.

Teve essa reacção ajustado eco na imprensa local, designadamente no Diário de Coimbra, & nos jornais de Lisboa, Diário Popular e Diário de Lisboa, que lhe consagraram o merecido relevo.

Dessa reacção me não posso eu também alhear, de tão certo ser que me impressiona profundamente esta tão grave omissão, que, inserida na cadeia de muitas outras já feitas no sector dos transportes e dos seus problemas, faz avultar sentimentos para que se não encontra qualquer justificação. Muito pesa que facilmente se esqueça o valor da região central do País, menosprezando tão ostensivamente a solução de problemas vitais a que o aceleramento da vida dos nossos dias não concede possibilidade de continuarem em agenda.

A não inclusão de Coimbra no serviço público de táxis aéreos que vai começar é uma gritante ofensa aos direitos legítimos de uma cidade que, quer se queira, quer não, ainda é a terceira cidade do País, tem o seu nome indissoluvelmente ligado à formação e história da Nacionalidade e é justamente reputada nos meios científicos mundiais - que são bons conhecedores - como o indiscutível centro da intelectualidade portuguesa, cujo símbolo continua a ser a sua Universidade, famosa entre as mais famosas do Mundo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Lutando contra os ventos da incompreensão, Coimbra já há muito tinha encarado as necessidades do futuro e, por isso, sacrificadamente embora, já tem um campo de aviação, que só não é, no momento, um aeródromo completo porque a Junta Distrital, a que pertence e que o tem construído à custa de sacrificada persistência, continua à espera do prometido apoio oficial, que ainda se não concretizou, a despeito de haver sido há muito prometido e constar até de prioridade referida em decreto-lei que nunca foi cumprido.