das construções adequadas, como bem exemplifica a quase conclusão de um moderno conjunto destinado à Escola Técnica de Espinho, prestes a ser inaugurada.

Presentemente beneficiam desta salutar medida 8199 alunos, assim distribuídos:

Da análise destas cifras ressalta claramente o quanto têm sido proveitosas para as camadas escolares jovens das terras beneficiadas as medidas atinentes à possibilidade de ministração do ensino técnico comercial e industrial, com os inerentes bons resultados, por de mais conhecidos.

Ao apoio incondicional que nos merece tal actuação terá de se acrescentar o agradecimento das populações visadas, mas, também, a solicitação para que idênticas medidas venham a ser tomadas para com as restantes áreas do distrito, dentro de um espírito de verdadeira justiça distributiva e de acordo com índices populacionais e valorização dos meios.

Eis por que quero secundar nesta tribuna os movimentos dos responsáveis da administração local no sentido de se dotarem outros concelhos, de expressão demográfica evidente, com- estabelecimentos de ensino do tipo em apreciação, como foi a diligência muito recente conduzida junto de S. Ex.ª o Ministro da Educação Nacional a reclamar para Anadia a concessão de tão significativo benefício, que, por justa e oportuna, merece o nosso incondicional apoio.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Realmente, a situação geográfica daquela laboriosa vila, equidistante 30 km de Aveiro e Coimbra, é justificação mais que suficiente para conceder as suas camadas estudantis a oportunidade de melhorarem e completarem a sua formação escolar, sobretudo daqueles rapazes e raparigas cujos recursos, por modestos, não permitam a sua deslocação aquelas cidades, perdendo-se porventura, valores intelectuais, na sequência daqueles em que tão fértil é a região. Dever-se-á acrescentar que poderiam vir a usufruir ainda de tal benefício os alunos saídos das escolas primárias dos concelhos vizinhos da Mealhada e de Oliveira do Bairro.

Solução semelhante poderá evocar-se para outros concelhos a aguardar igualmente a solução do problema tão actual, como o de Albergaria-a-Velha, vila de significativo valor industrial, que tanto se tem batido pela concretização da sua pretensão, já que falar de Vila da Feira, parcialmente beneficiada com a instauração de uma escola em Fiães, e das restantes vilas será sempre oportuno, numa ordem cronológico, de necessidades.

Acresce ainda que a criação de escolas técnicas nestas áreas viria de certo modo diluir a deficiência actual de cobertura do distrito com estabelecimentos de ensino liceal em número e lotação suficientes para satisfazer as exigências do seu elevado nível cultural, pois existe só um liceu em Aveiro e uma secção em Espinho, esta muito recentemente instituída (no início do presente ano escolar). Seria, de certo modo, uma compensação, a todos os títulos justa e meritória.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas atingir-se-ia sobretudo um objectivo fundamental: a preparação de operários especializados, de técnicos e administradores de empresa, que viriam a suprir as deficiências actuais, quanto a número e qualidade, bem evidentes, na laboração industrial de um distrito que ocupa posição marcante neste sector de economia, como já referi, tornando ainda mais rentável a sua exploração e rendimento.

Sr. Presidente. Srs. Deputados: Como corolário desta cobertura, de ensino técnico industrial e comercial no distrito de Aveiro, felizmente a ser seguida atentamente pelo Governo, pois ainda não atingiu a expressão que se admite, haverá que considerar a criação na sede do concelho capital do distrito de um estabelecimento de ensino de grau médio, um instituto industrial, que venha a ser o complemento lógico do ensino adquirido nas escolas técnicas, de molde a especializar devidamente os alunos que mais se evidenciem e pretendam valorizar-se, tendo em vista satisfazer as solicitações das empresas fabris, cada vez em maior número e mais qualificadas. As aspiração que há muito se acalenta e que se pretende venha a ser breve realidade; assim o considere o muito ilustre titular da pasta da Educação Nacional e o Governo.

Para além da justificação válida do lugar, que é o 3.º, ocupado pelo distrito, logo a seguir a Lisboa e Porto, e muito acima dos demais, quanto a rendimento industrial, há a considerar que a sua capital, situada a 70 km do Porto e 60 km de Coimbra, não possui qualquer estabelecimento de ensino de grau superior ao alcance directo dos alunos que terminem os seus cursos secundários, muito particularmente dos menos protegidos pela fortuna (que não menos aptos), por se verem impedidos de se deslocarem para aquelas cidades universitárias. Ainda nesta apreciação, ressalta claramente a necessidade de se fazer justiça distributiva, para além das vantagens enunciadas anteriormente, e de uma descentralização a todos os títulos meritória e defensável.

Torna-se, pois, imperioso que se encare, desde já, dotar Aveiro e o seu distrito com um instituto industrial, que sirva os interesses locais e regionais, até com o natural reflexo na solução da carência existente de técnicos nacionais em número e qualidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Poderá o Governo contar com o apoio e solicitude das gentes aveirenses na solução de tão ingente problema, por de mais actual, e dentro da linha de rumo traçada e evidenciada pelos responsáveis da Nação; e já o demonstraram, pois, perante uma iniciativa particular, falhada sómente mercê de condicionalismos a rever, não hesitaram os responsáveis pela administração local em chamar a si a propriedade e exploração do Instituto Médio de Comércio de Aveiro, a que se antevê promissor futuro, uma vez sob a alçada directa da gestão municipal, e que se espera seja devidamente oficializado a seu tempo.

O Sr. Veiga de Macedo: - V. Ex.ª dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.