Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Simplificando: se eu tiver, por exemplo, um documento do qual possa afirmar que este documento me habilita a entrar nos museus, posso ou não posso entrar?

O que é certo, todavia, é que o exame de aptidão se manteve, com grande desgosto para o ensino liceal, e certamente para os alunos que têm de passar por mais essa prova; e tal exame, se o liceu cumprir bem o seu dever, é absolutamente dispensável.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Esperemos que a boa vontade dos homens os leve à perfeita compreensão de que o exame de aptidão constitui para o aluno a violência de um segundo exame dentro do mesmo mês e sobre as mesmas disciplinas em que já foi examinado e aprovado, e que a dispensa desse exame viria, por um lado, aliviar a tarefa do estudante, e, por outro lado, prestigiar o serviço do liceu, que assim entregaria aos seus finalistas diplomas dignos de crédito para todos os efeitos, até para a Universidade, que é a única entidade que não acredita na preparação dos rapazes e das raparigas que concluíram o curso dos liceus com nota inferior a 14 valores.

Vozes: - Muito bem!

Pátria e da Família; e de modo especial no sentido de afervorar em toda a juventude o amor da Pátria e o espírito de sacrifício por ela, onde quer que ela exija esse sacrifício, para que todos os jovens se sintam parte integrante de uma grande organização nacional patriótica de juventude que saiba galhardamente seguir o exemplo dos que diariamente oferecem a sua vida, lá longe, para que a Pátria possa continuar a viver.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Como já dissemos anteriormente, os liceus do continente e ilhas adjacentes são frequentados r o ano lectivo em curso por 35 004 rapazes e 37 904 raparigas, num total de 72 908. Esses alunos, ao contrário do que sucedia outrora, provêm hoje de todas as camadas sociais, desde as mais humildes às mais abastadas, e encontram-se dentro do liceu em convívio simpático e natural, o rico com o pobre, o que còmodamente se desloca no seu automóvel com o que vem de longe e a pé. Esse convívio, que apreciamos e louvamos, não provoca, geralmente, quaisquer problemas, antes cria em todos os hábitos de amizade e de compreensão, que contribuem de modo notável para a formação do carácter. Também o aumento crescente da população escolar dos liceus é sinal de progresso, porque através dele se prova que há mais vontade de aprender e mais horror à ignorância. Ora, a escola deve ser como o Sol, que quando nasce é para todos. Por isso, devemos procurar alcançar os meios e as circunstâncias que nos possibilitem aceitar todos os alunos que procuram o nosso ensino, para o que, aliás, já anteriormente fizemos algumas sugestões.

Fundamentalmente, os alunos frequentam as escolas para receberem educação e instrução, isto é, para que, uma vez concluído o curso, tenham carácter bem formado que os torne cidadãos bons e disponham de conhecimentos que os façam competentes nas funções que vierem a exercer. A sua primeira actividade como alunos é a frequência regular das aulas, só devendo faltar por motivos inevitáveis.

Pois o regime de faltas em vigor consente que qualquer aluno, bom ou mau, dê três semanas de faltas, praticamente sem consequências que vão além da perda das aulas a que não assiste, mas determina a perda de ano para qualquer aluno, bom ou mau, que dê mais de seis semana; de faltas (já que o conselho disciplinar tem competência para relevar as faltas correspondentes a três semanas quando se trate de alunos com aproveitamento positivo).

Estão aqui, em nosso entender, dois defeitos que gostaríamos de ver eliminados: achamos demasiado o número de faltas que os alunos podem dar pràticamente sem consequências - o que representa um convite à falta - e consideramos demasiado restrita a competência do conse-