João Duarte de Oliveira.

João Mendes da Costa Amaral.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

João Ubach Chaves.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

José Alberto de Carvalho.

José Fernando Nunes Barata.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Henriques Mouta.

José Janeiro Neves.

José Maria de Castro Salazar.

José de Mira Nunes Mexia.

José Pais Ribeiro.

José Rocha Calhorda.

Leonardo Augusto Coimbra.

Luciano Machado Soares.

Luís Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira.

Manuel Colares Pereira.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel Marques Teixeira.

D. Maria de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

Mário de Figueiredo.

Martinho Cândido Vaz Pires.

Miguel Augusto Pinto de Meneses.

Rafael Valadão dos Santos.

Raul Satúrio Pires.

Raul da Silva e Cunha Araújo.

Rui Manuel da Silva Vieira.

Sebastião Alves.

Sebastião Garcia Ramirez.

Sérgio Lecercle Sirvoicar.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

D. Sinclética Soares Santos Torres.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 76 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 30 minutos.

Deu-se conta do seguinte

Do presidente, da Junta de Freguesia de Várzea Cova, Fafe, apoiando a intervenção do Sr. Deputado António Santos da Cunha sobre a estrada nacional n.º 311.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, antes da ordem do dia, o Sr. Deputado Satúrio Pires.

O Sr. Satúrio Pires: - Sr. Presidente: Apenas umas breves palavras para assinalar uma data que não deve ser esquecida.

Embora desde o princípio do meu mandato eu tenha ocupado tanto este lugar como a tribuna desta Assembleia quase sempre para expor e chamar a atenção do Governo e do País para os principais problemas económicos e de política social que preocupam a província de Moçambique, donde venho, não me posso alhear das coisas do espírito, nem dos grandes homens que, servindo Moçambique, tão alto serviram a Nação.

São decorridos seis anos que morreu na graça de Deus um grande português e um grande vulto da igreja - o cardeal D. Teodósio Clemente de Gouveia, arcebispo de Lourenço Marques. A sua veneranda figura de patriota e de prelado nunca será apagada da memória dos homens e contra ele não pode o desgaste do tempo e do esquecimento.

O cardeal Gouveia soube ser um grande, bispo português, um símbolo vivo, durante todo o seu fecundo apostolado, daquela comunhão do espírito cristão, no mais alto expoente, com a missão portuguesa no ultramar. O símbolo da mais pura e profunda tradição da grei, em que a cruz sempre guiou e sempre acompanhou a maravilhosa e ímpar expansão lusíada pelo mundo. Descobrir, civilizar, construir pátrias dentro da Pátria, à luz sagrada da doutrina de Cristo, tal foi sempre o pensamento e a acção dos Portugueses desde os confins da nacionalidade até ao presente, até ao futuro.

D. Teodósio foi acima de tudo um grande patriota, prestigiando ao mesmo tempo á Nação e a Igreja e unindo sempre no seu luminoso espírito a sua responsabilidade como pastor de almas e o seu amor à pátria que lhe deu berço.

E nesta época grave para o nosso ultramar, em quê defendemos com as armas na mão a integridade nacional e o espírito de missão que projectamos no mundo, está ainda connosco bem viva a memória deste grande português; deste homem inteligente e bom, verdadeiro exemplo que se impõe apontar à recordação de todos nós.

Foi D. Teodósio o primeiro cardeal de África, e, durante muitos anos, o único.

O enorme prestígio que gozava em Roma e nos mais altos meios europeus e brasileiros foi sempre posto ao serviço da Pátria, esclarecendo, defendendo, explicando a missão transcendente dos portugueses em África e na Índia.

Muito lhe deve a Igreja, sim, mas também muito lhe deve Moçambique.

Tive o privilégio de o conhecer de perto e de acompanhar a sua obra de missionário. Pude admirar a sua inteligência, a sua cultura, a sua modéstia, a sua bondade. Que neste sexto ano passado da sua morte Moçambique possa concretizar uma modesta homenagem à sua memória. E que o Governo e as autoridades responsáveis tornem possível e efectivem a ideia tão justa de lhe erigir uma estátua em Lourenço Marques, naquela terra que tão bem serviu e junto, daquela gente que tanto amou. Faço este apelo por ser de inteira justiça e de tão fácil realização.

A gratidão é sempre um b elo sentimento.

Ao terminar, curvo-me reverentemente perante a memória do cardeal Gouveia e peco humildemente a sua intersessão junto de Deus por Moçambique e por Portugal.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Cazal Ribeiro: - Sr. Presidente: As palavras que vou proferir, e não serão longas (embora longos devam ser os momentos de reflexão que elas provoquem), foram objecto de uma luta de consciência travada dentro de mim próprio: por um lado, o espírito de combate que sempre me anima quando me encontro perante problemas que ao nosso país dizem respeito; por outro,