a minha condição de homem, que, embora com algumas responsabilidades políticas, nunca delas se serviu, nem servirá, para obter a mais ínfima parcela de uma posição alcançada unicamente à custa de esforço próprio, de muita luta, muita canseira, algumas alegrias e amargas desilusões, não tantas, porém, que dos homens tenha descrito completamente ... E se a ideia de as alinhavar e proferir neste local prevaleceu, foi porque, justamente no momento em que passei as minhas ideias ao papel, se completavam, dia por dia, 41 anos que, em Lisboa, rebentava a revolução conhecida na história pelo «7 de Fevereiro» - a mais longa e a mais mortífera das muitas a que assistira um adolescente de 13 anos de idade imcompletos.

Precisamente à hora em que evoco o facto, combatia-se asperamente na capital deste martirizado país, saído havia apenas um ano do caos em que fora lançado por alguns políticos, na base de cuja acção partidária e negativa estivera a quedado regime monárquico; mais do que no número dos seus adversários políticos, que, em nome de quimeras então em voga, se tinham arvorado em paladinos de uma liberdade que em nada viria a servir o País, e, pelo contrário, impiedosamente o encaminhavam, para a mais rotunda falência financeira e económica, esvaziado o erário público, desprestigiadas as instituições, sem dirigentes à altura, perfeitamente desgovernado, como uma velha nau, embora gloriosa, sem velas, nem comando, à beira do naufrágio...

Vozes: - Muito bem!

génio da nossa raça.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não poderemos perder, no último minuto, os direitos a que nos guindaram feitos antigos, que na história se têm repetido como uma afirmação ímpar de força de vontade e de fé, que está certamente na génese da nossa presença nessas terras distantes, onde o sangue, o suor e as lágrimas dos nossos maiores, e hoje dos nossos filhos, marcam de forma indiscutível uma razão que ninguém se atreve a refutar com argumentos válidos, embora tudo se faça para impedir a nossa presença: o maior exemplo que obsta à subversão total do continente africano, que as forças do mal procuram, e a alta finança de certos países ocidentais estimula, perante a espantosa inconsciência, ou impotência, de algumas nações que ali viveram durante séculos, sem contudo se integrarem, como nós, na alma e no coração dos povos autóctones.

Tudo isto está dito, mas não parece ser de mais repeti-lo, porque elementos há, na política e por toda a parte, que parecem ignorar o mau exemplo que constitui as suas atitudes, não direi sempre hostis, mas, muitas vezes, demasiado reticentes, ia a dizer cépticas!

No momento em que o venerando Chefe do Estado é apoteòticamente recebido na Guiné, embora custe o facto a «certos enviados especiais» de determinado sector da imprensa portuguesa, desmentidos, aliás, pela realidade dos factos, que os écrans da televisão levam à justa apreciação do bom povo da nossa terra; na precisa ocasião em que, em três frentes do espaço português, a nossa generosa juventude dá o seu melhor esforço e o seu sangue na defesa desta terra que devia ser sagrada para todos; portugueses há (e serão de facto verdadeiros portugueses?) que se entretém, à falta de melhor assunto, a minimizar os acontecimentos, sobrepondo a eles dúvidas e interrogações em que denotam apenas covardia, e nunca amor à Pátria; mais perfídia do que a dos nossos próprios inimigos; mais inconsciência do que vontade de remediar os efeitos das leis inexoráveis da natureza, procurando, doentiamente, soluções que, realmente, denotam mais pobreza, de espírito do que vontade construtiva de colaborarem na continuidade do Regime, que incarna, ao fim e ao cabo, a boa causa nacional!

Vozes: - Muito bem!

nalguns casos bem recente - lhes deu discutível direito, mas que o presente nada justifica, criticam, falam e apenas não conspiram porque até para isso seria precisa uma coragem que não têm!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estas minhas palavras, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não são o resultado de um espírito doentio a trabalhar; todos nós sabemos igualmente que não são fruto de imaginações mórbidas de psicopatas... Todos nós os conhecemos, encontramo-los a cada passo; procuram mostrar-se interessados na vida pública, e apenas defendem os seus interesses - alguns inconfessáveis!

Sr. Presidente: Estamos quase no fim de uma longa e árdua escalada! Quando corremos para Angola, «ràpidamente e em força», sabíamos que a luta seria longa e dura. Vencemos; o mundo começa a acordar de uma longa letargia. Nem sei se o seu despertar, que lenta-