mento dos gabinetes, às tarefas de direcção, à vida escolar dos alunos e às condições sociais dos mesmos, aos serviços de secretaria, modificações que de algum modo se ligam àquelas duas grandes realidades que na sua evolução se têm acompanhado em contraste verdadeiramente preocupante: o aumento progressivo do número de alunos e a diminuição também progressiva do número de professores diplomados.

Estruturas criadas há vinte anos para servirem o ensino liceal e que ainda não sofreram alterações no sentido de as ajustar às novas necessidades e exigências deste sector da vida nacional não aguentam por mais tempo o peso de um trabalho que, no seu conjunto, quase quadruplicou, e exigem revisão, reestruturação e actualização imediatas, sem o que, como é evidente, resultarão prejuízos inevitáveis para o serviço e para todos os que dele esperam eficiência e pontualidade.

Por isso não hesitámos em apontar as circunstâncias precárias em que se realiza a própria activid te o debate. É, na verdade, regalia que todos consideramos justa e desejável.

Sobre a dispensa do exame de aptidão à Universidade não se ouviram aqui vozes discordantes. Na verdade, não se vê justificação capaz para um sistema de trabalho que obriga os alunos a sujeitarem-se, dentro do mesmo mês, a um segundo exame sobre as mesmas matérias em que já foram examinados e aprovados num primeiro exame, antes isso nos parece uma violência de que resultam vários inconvenientes e nenhuma vantagem.

Vozes: -Muito bem!

, assim como quanto à necessidade de se manter sempre actualizado, em qualidade e em quantidade, o material didáctico de cada liceu.

A medicina escolar mereceu especial atenção durante o debate. O ilustre Deputado Pais Ribeiro fez sobre este assunto brilhante comunicação. Em nada foi contrariada a afirmação da necessidade de melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos médicos escolares, com vista a resolver o grave problema da falta de médicos em serviço nos liceus, e também da necessidade de cada médico escolar ser auxiliado por uma assistente social ou visitadora escolar para melhor se defender a saúde física e moral dos alunos.

Também sobre o trabalho das secretarias dos liceus e a necessidade de urgente actualização dos quadros daqueles serviços e da criação de melhores condições de trabalho dos funcionários respectivos não houve opiniões divergentes a registar.

Sobre a preparação e recrutamento dos professores dos liceus do ultramar reconheceu-se, também sem discordâncias, a vantagem de o Ministério do Ultramar, com 23 liceus a seu cargo, ter, talvez, dois liceus normais, um em Angola e outro em Moçambique, até para evitar que os portugueses nascidos naquelas províncias, e que nelas podem fazer os seus cursos de escola primária, liceu, Universidade, e aí desejem exercer o magistério liceal, tenham de deslocar-se ao continente só para fazerem o estágio pedagógico.

Quanto ao plano de estudos, considerámos o facto de o curso liceal dever passar, em futuro próximo, a ser constituído só por dois ciclos, uma vez que o actual 1.º ciclo será substituído pelo ciclo preparatório do ensino secundário.

Para o primeiro desses dois ciclos, que deverá corresponder ao actual 2.º ciclo, aconselha-se o regime de classe, já em vigor, com vista a aquisição de uma cultura geral, mas para alcançar esse objectivo afigura-se-nos de inegável vantagem a introdução do latim em todos os anos deste ciclo e a aquisição de melhores curso superior.

Agora vejamos: Supomos que está no espírito de todos que as disciplinas de Filosofia e Organização Política e Administrativa da Nação sejam obrigatórias para todos os alunos do 6.º e 7.º anos. Se, como julgamos de evidente vantagem, o Português passasse a ser também obrigatório para todos, haveria três disciplinas comuns a todos os alunos do 3.º ciclo: o Português, a Filosofia e a Organização Política; o grupo de Letras teria mais, talvez, o Latim, o Alemão e a História; o grupo de Ciências teria mais, possivelmente, as Ciências Naturais, as