Nem pensou dos riscos; e só pausou, esqueceu-se ante o acolhimento delirante que o envolveu. E demonstrou com factos que lá como cá é Portugal.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Afirmo-lhe, por isso, o agradecimento da Assembleia- Nacional e de todo o povo português que representa.

Vozes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Depôs u verdade dos factos, iludida por aqueles órgãos d u informação; demonstrou que todos éramos igualmente portugueses, som considerações de latitude, de raça ou de religião. Todos somos portugueses e queremos continuar n sê-lo.

Todos compomos a mesma pátria. Valeu a pena o sacrifício.

Bem haja, Sr. Presidente!

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para um requerimento, o Sr. Deputado Sousa Magalhães.

O Sr. Sousa Magalhães: - Sr. Presidente: Pedi a- palavra para mandar para Mesa o seguinte requerimento:

Preocupado com a grande carência de técnicos e investigadores em todos os sectores da vida económica nacional, como foi largamente denunciado no projecto do LLT Plano de Fomento e agora no parecer sobre as contas gerais do Estado, no capítulo 146.°, sobre instrução universitária, requeiro, nos termos regimentais, que me sejam fornecidos pelo Ministério da Educação Nacional os seguintes elementos, referentes aos últimos seis anos:

2.º Número de alunos que concluíram com êxito os exames nas referidas cadeiras, número dos que reprovaram por faltas, nos exames de frequência, na prova escrita do exame final e na prova oral do mesmo exame;

3º. Número de alunos transferidos da Facilidade de Ciências do Porto para Coimbra e vice-versa;

6.° Número de institutos industriais existentes no País, qual a sua frequência e qual o número de diplomados:

7.º Requeiro ainda que me seja fornecida cópia dos estudos efectuados sobre a baixa produtividade do nosso ensino universitário, especialmente quando a percentagem de reprovações tem ultrapassado valores superiores 90 por cento;

8.º Finalmente, requeiro que me sujam fornecidas informações sobre as medidas já tomadas no sentido de ajustar o ensino superior de Ciências e Engenharia às prementes necessidades do País.

O Sr. Alberto de Araújo: - Sr. Presidente, Srs. Deputadas: No dia 28 de Janeiro último fomos a Alcântara apresentar cumprimentos de despedida ao Chefe do Estado, que, rumo de África, seguia em visita oficial às províncias portuguesas da Guiné e de Cabo Verde.

Não foi sem emoção que assistimos à partida do Chefe do Estudo, não só pelos objectivos da viagem, mas também por vermos que este grande português, de alma aberta e generosa, continua inalteravelmente fiel aos propósitos o aos ideais que sempre devotadamente tem servido e que, nem as responsabilidades da função, nem o esforço despendido, nem o decorrer dos anos diminuem, a sua resistência, a sua confiança, o seu desejo de cumprir com o maior escrúpulo todas as tarefas e todos os deveres, por mais árduos que sejam, inerentes ao desempenho da sua alta magistratura.

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - E foi, desceu o Tejo, atravessou o mar, recordou, certamente, factos e episódios da sua vida de marinheiro, cruzou este Atlântico de caminhos largos, que une nações, aproxima povos, abraça continentes, fortalece ideias e sentimentos comuns e de cuja história os Portugueses não podem falar sem fundadas razões de orgulho e de desvanecimento.

Fortes no heroísmo e na coragem, idealistas no pensamento e na acção, firmes nos propósitos, mestres na arte e na ciência de navegar da época, fomos, na verdade, os pioneiros na descoberta das grandes rotas marítimas, contribuindo com o nosso esforço, a nossa vontade, a nossa perseverança, para que as brumas do mistério que então limitavam o conhecimento humano se fossem, a pouco e pouco dissipando da superfície da Terra, para revelar aos olhos incrédulos do mundo a verdadeira dimensão da sua. grandeza.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: Foi nas rotas de sempre que o Chefe do Estado visitou povos e terras onde há séculos se fala a nossa língua e se respeita. se ama e venera a bandeira de- Portugal.

Europeus e nativos todos quiseram ver e saudar o Chefe do Estado. Vestiram e ostentaram seus melhores trajes galas, desceram dos seus aldeamentos e terras e, pretos, brancos e mestiços, cristãos e muçulmanos, vieram às cidades, aos centros mais populosos, à, beira de estradas c caminhos, às cerimónias oficiais e particulares, rodeando o Chefe do Estado, aclamando-o, vitoriando-o, barrando-lhe o caminho, para, na sua linguagem espontânea e simples, afirmarem a sim fidelidade incondicional perene à pátria comum.

Não foram necessárias escoltas: o Chefe do Estado fez longos percursos a pé, outros de carro, será protecção especial, atravessando multidões compactas, de cabeça erguida, peito descoberto, demonstrando ao mundo não só que as províncias da Guiné e de Cabo Verde continuam a ser inteiramente terras de Portugal, mas também que