importância é de cerca de duas vezes a receita ordinária prevista para o corrente ano de 1968 no Orçamento Geral do Estado.

Por outro lado - e, com isto, se desfazem muitas ideias erradas e se concita de novo a atenção de quem a deva ter no sentido das já apontadas austeridade e viragem de conceitos de apreciação perante empreendimentos novos - novos de gentes ou novos de finalidades -, vamos tomar um quadro de índices de preços por grosso em Lisboa, quadro que bem demonstra o asserto (e o acerto) quanto a tal atenção. Teremos o quadro:

Trata-se do chamado «dispositivo complementar» do quadro destes índices, no qual se notam as influências que no «índice geral» têm os «Produtos da metrópole» e os «Produtos do ultramar», principalmente estes últimos, que começaram a ter tal influência desagradável logo a partir de Setembro de 1949, contrapondo-se à área dos baixos índices restantes, de que o dos «Produtos da metrópole» teve afastamento, mesmo de 1960 para 1967, como o quadro bem o mostra - ambos, finalmente, se contrapondo aos índices dos produtos restantes, incluindo os originários do estrangeiro.

E com isso se quer referir que os preços dos produtos integralmente originários da metrópole e do ultramar são os que mais crescentemente têm estado a influir na elevação do índice geral do» preços por grosso em Lisboa - de que irei fixar também o competente «dispositivo fundamental» -, não sem que primeiro se diga que, apesar de mais crescentemente elevados os preços dos produtos ultramarinos, não nos temos tentado a substituí-los por similares estrangeiros:

Dispositivo fundamental

Nota. - Com preços (seus índices) superiores pó da respectiva mídia e considerando apenas o ano de 1967, virá o seguinte sub-quadro dos índices do dispositivo fundamental [base (100): 1948]:

Evidentemente, estes últimos quadros (especialmente o referente ao dispositivo fundamental), cujo ano de base inicial (1948) é praticamente o mesmo que o dos preços nu consumidor (seus índices) também em Lisboa (l de Julho de 1948 a 30 de Junho de 1949) - esses quadros mostram-nos que os referidos índices dos preços por grosso têm evoluído com menor agudeza do que os preços (seus índices) no consumidor. Com efeito, e tomando apenas os anos de 1964 a 1967, o mês de Outubro de cada um desses anos proporciona-nos o seguinte quadro:

E este último quadro, prezados Colegas, bem nos fala da incontenção dos preços no consumidor perante os preços por grosso (e faz-se chamada especial para a linha «Só alimentação» de ambos os grupos, por ter mais ampla homologia). O que também, entre o mais, se pode (e certamente se deve) atribuir à elevação (pertinente de consideração em preços de venda) mais do que proporcional de outros factores, como aumentos de salários e de impostos e contribuições. Como quer que seja: um desfasamento a pedir revisão de circunstâncias, até as das notações estatísticas, estas últimas em curso de revisão com o inquérito que o Instituto Nacional de Estatística tem entre mãos quanto às receitas e despesas familiares.

Sr. Presidente, prezados Colegas: Em boa verdade, a vida tem estado, quanto ao seu custo, em aumento, o que é verificado seja por quem for que, de qualquer modo e em qualquer intensidade, tenha de enfrentar as contas das mercearias e de outras lojas de retalho, assim como as demais que temos de suportar no quotidiano da nossa existência. E que não são só os indicadores oficiais - sabidos através das emissões do prestimoso, ainda que destituído de meios materiais, Instituto Nacional de Esta-