Canadá, o que constituiu factor da estrangulamento do fluxo imigratório total; o ano de 1958 acusa um forte abrandamento da emigração para este último país, que, mesmo assim, recebeu mais emigrantes do que os Estados Unidos (937 para o primeiro e 739 para o segundo).

Finalmente, os dois últimos anos do decénio constituem um período caracterizado por forte emigração, dirigida quase exclusivamente para os Estados Unidos e Canadá, com predominância do primeiro. Só nestes dois anos saíram tantos emigrantes como nos oito anos anteriores.

Frequência emigratória nos Açores 1951-1960

Para o total das 28 165 saídas de emigrantes verificadas no decénio em análise contribuiu o distrito de Angra do Heroísmo com 3757 (12,6 por cento), o da Horta com 6524 (23,4 por cento) e o de Ponta Delgada com 17 884 (64 por cento).

A frequência emigratória média foi para o conjunto do arquipélago, de 8,87 emigrantes por 1000 habitantes por ano. Por distritos, foi de 4,35 no de Angra do Heroísmo, de 11,9 no da- Horta e de 10,2 no de Ponta Delgada. A baixa frequência do distrito de Angra fica a dever-se ao poder de atracção exercido pela base militar das Lajes, na ilha Terceira; o alto valor verificado no distrito da Horta, o de mais baixa densidade de população, vem decisivamente influenciado, como veremos de seguida, pelo grande surto emigratório que se seguiu à erupção dos Capelinhos, ocorrida na ilha do Faial entre fins de 1957 e meados de 1958.

O comportamento da frequência emigratória ao longo do período em analise revela grandes disparidades entre os fluxos emigratórios dos anos que o compõem. Verifica--se uma tendência crescente, com um mínimo de 2,03 no ano de 1952 e um máximo de 22,8 no último ano do decénio.

No distrito da Horta há a salientar a elevadíssima frequência emigratória verificada no ano de 1959, ano em que atingiu o valor de 65,1 emigrantes por 1000 habitantes (o mais elevado, a grande distância, dos valores registados nos distritos açorianos), em resultado das facilidades especiais concedidas aos habitantes do Faial e acordadas entre o nosso Governo e o dos Estados Unidos, por motivo da erupção dos Capelinhos, que afectou profundamente a economia e ns condições de vida daquela população.

O distrito de Angra do Heroísmo mantém fraca frequência emigratória n té ao ano de 1958. apresentando sensível incremento nos anos de 1959 e 1960, ano em que atingiu os 16.28 emigrantes por ]000 habitantes.

O distrito de Ponta Delgada acompanhou mais de perto a tendência geral do arquipélago, atingindo a sua frequência o valor máximo (22.88) no último ano do decénio, valor que naquele ano, porém, ainda foi ultrapassado no distrito da Horta.

Sr. Presidente: Enquanto se desenrolava o fenómeno emigratório dos Açores, cujo quadro no espaço de tempo compreendido entre os dois últimos censos populacionais acabamos de descrever a traços largos, a população residente açoriana continuava a crescer. Em 1960 aumentara de 3,17 por cento relativamente a 1950, o que elevou a densidade de população de 137,7 para 142,1 habitantes por quilómetro quadrado.

O distrito de Angra do Heroísmo foi o que acusou mais elevada percentagem de aumento populacional, que se situou ligeiramente acima dos 11 por cento. Para este valor contribuiu fundamentalmente o aumento verificado na ilha Terceira ( + 18.06 por cento), algum tanto atenuado pêlos decréscimos das populações das ilhas Graciosa e de S. Jorge, que foram, respectivamente, de -8,96 por cento e -3,08 por cento.

No distrito de Ponta Delgada a percentagem de aumento da população foi de 3,36 por cento, ligeiramente superior à verificada para o conjunto do arquipélago; a ilha de Santa Maria acusa um aumento de 12,26 por cento, enquanto a de S. Miguel um crescimento de apenas 2,72 por cento.