tacão, no mesmo período, haja igualmente subido 611 988 contos, registando-se, no final, um saldo positivo de 411 784 contos. A importação, que fora de 5 601 177 contos no segundo; e a exportação, cifrada em 5 747402 contos em 1965, passou no ano seguinte a 6 359 390 contos. O comércio especial de Angola, que vem registando saltos de cerca de 1 milhão de contos em cada ano, cifrou-se em 12 366 996 contos no ano em consideração, mas as mercadorias exportadas registaram uma descida de 226 000 t, do mesmo passo que se observou uma subida de 84 450 t de mercadorias importadas. Valeu à província a baixa do preço unitário da importação (de 13 036$ a tonelada em 1965 para 11 568$ em 1966) e a subida do preço unitário da exportação (de 2 960$ para 3 706$ naqueles dois referidos anos).

De registar é ainda que só mantém a ascensão permanente dos valores globais da importação e da exportação de Angola: havendo sido, a primeira, de 232 000 contos em 1938, multiplicou-se 25 vezes até metrópole, com 200 000, a Alemanha Ocidental, com 139 000, e o Canadá, com 102000. Mas há que fazer grande esforço - em Angola e por parte do Governo Central - para a colocação de mais café ou outros produtos daquela nossa província na Alemanha Ocidental, por exemplo, a quem Angola comprou, no ano em apreço, 680 000 contos de mercadorias, impondo-lhe um deficit comercial de 341 000 contos; em Inglaterra, que soube vender a Angola 672 000 contos e só lhe comprou 50 000, sobrecarregando a província com um deficit de 622 000 contos; em França, que lhe vendeu 192 000 contos e só lhe comprou 44 000; na Bélgica, 183 000 contos de vendas e só 89 000 de compras, e na Suécia, que também impôs um deficit de 116 000 contos, pois que só comprou uns 2600 contos e vendeu a Angola mais de 118 000.

Mas a quem se pede a maior atenção é, afinal, à própria metrópole, que tem no ultramar um dos seus melhores mercados e pode tê-lo muito maior. Sabido quanto está generalizado, aqui na metrópole, o gosto pelo café, não se concebe, na verdade, que dispondo, na sua província de Angola, da terceira maior produção mundial de café, e do melhor - assim internacionalmente reconhecido -, do melhor café Robusta do Mundo, só dali receba uma ínfima quantidade, e essa mesma, salvo raras excepções, das qualidades inferiores - as 3.ªs DD -, consideradas impróprias para o consumo em muitos países. E mesmo esse café é, em muitos casos, aqui misturado e vendido na proporção de cerca de 20 por cento de café e 80 por cento de tremoços, grão-de-bico, feijão preto, cevada, chicória, etc., o que é, sem dúvida, de todo lamentável.

Sr. Presidente: Observa-se, pelo que atrás ficou exposto, que a balança comercial de Angola mantém, apesar de tudo, o seu equilíbrio já tradicional e que justamente assinalei nesta Câmara na minha intervenção de 16 de Março dei 1967. O seu saldo positivo em 1966 elevou-se a 411 784 contos, como disse antes. E mais expressivo ainda foi o saldo pos itivo das suas trocas com os países estrangeiros, saldo que, embora registasse uma baixa de cerca de 117 000 contos em relação a 1965, se cifrou no ano de 1966 em 918 900 contos - e aqui está a prova da afirmação que produzi na minha intervenção de 12 de Janeiro último nesta Câmara, segundo a qual a situação cambial de Angola não afecta de modo algum a balança de pagamentos nacional senão para a beneficiar. Aí estão, na verdade, a demonstrá-lo aqueles 918 900 contos de saldo sobre o estrangeiro.

O Sr. Manuel João Correia: - Muito bem!

O Orador: - Apesar disso, porém, a balança cambial entre Angola e a metrópole continuou, em 1966, a mostrar-se com o formidável desequilíbrio de 1 783 900 contos, o qual parece não se justificar. E justifica-se tanto menos quanto é certo que o desnível comercial a favor da metrópole foi apenas de 278 100 contos, como se observa por esta couta simples: compras de Angola à metrópole, 2493700 contos; compras da metrópole a Angola, 2 215 600; diferença, 278 100.

Dirão VV. Ex.ªs e direi eu próprio: Pois é assim, mas faltam os chamados «invisíveis». Certo, faltam os invisíveis, mas esses somam, no débito da balança de pagamentos referida, 1 809 500 contos: de turismo (347 600 contos), transportes (138 600), seguros e resseguros (22 700), rendimento de capitais (334 400), Estado (30 000), outros serviços e rendimentos (564 100), transferências privadas (299 800) e operações de capitais privados (62 200).

Mas os invisíveis também somam, no crédito da mesma balança de pagamentos, 1310 600 contos por aquelas mesmas rubricas, a saber: de turismo, 26 800 contos; transportes, 87900 seguros e resseguros, 4800; rendimento de capitais, 57 700; Estado (por financiamento do Ministério das Finanças), 652 700; outros serviços e rendimentos, 387 300; transferências privadas, 6400, e operações de capitais privados, 90 000.

Resumindo, e à luz dos números que, para consideração desta Assembleia, colhi do parecer das contas públicas de 1966, eis o que se apuraria quanto à balança de pagamentos de Angola, se as contas públicas fossem tão simples como as exponho aqui:

CRÉDITO

Contos

Contos

Compras de Angola à metrópole em 1966 ........................... 2 493 700 Débito de invisíveis na balança de pagamentos com a metrópole ... 1 809 500