O Orador: - Na mão de Deus está guardar-lhe vida e saúde. Na nossa, sempre, continuar-lhe a obra.

Falando, em 27 de Abril de 1965, aos antigos graduados da Mocidade Portuguesa, recorda o Presidente que «não pode pôr-se rã hasta pública das discussões apaixonadas o que respeita vitalmente à Nação como de começo a forjaram e a foram pelos séculos moldando os nossos maiores».

Por outras palavras, também suas: «O Regime não tem de destruir-se, tem de completar a sua evolução: completar, renovar, prosseguir».

Prosseguir, mantendo unida a frente nacional, que «os perigos para a consciência da Nação são dividir-se, extraviar-se (que também é dividir-se) e despersonalizar-se. Se se extravia não vê, não compreende, não atina, não está segura de encontrar o bom caminho. Se se divide não sabe se poderá segui-lo quando o encontre, enfraquece, amesquinha-se, diminui-se. Se se despersonaliza perde, com o que a distingue dos outros povos, raças ou nações, um dos factores d e apreço internacional e uma fonte de útil colaboração. Defendamos a unidade».

Aliás, a continuidade e a permanência da unidade, porque respeitam à vida perene da Nação Portuguesa, asseguram-nas a própria vigilância das forças armadas.

Cito palavras de Salazar, proferidas quando agradeceu às forças militares a oferta das insígnias da grã-cruz da Torre e Espada: «o Exército não tem que fazer política, não tem obrigação de apoiar governos determinados, mas deve ser até ao fim a garantia e o penhor da revolução nacional».

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Hoje, como então, nós temos uma doutrina e somos, uma força.

Mas só ser amos força enquanto fiéis à doutrina.

Com sentido de renúncia e intuição do intemporal, Salazar dissera um dia, depois de enumerar os grandes frutos da obra do Regime: «aceitamos que com outras pessoas se pudessem conseguir: com outros princípios não».

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Este rumo, que vem de longe, definiu-o também como norte actual o Doutor Marcelo Caetano no seu discurso de posse.

Fê-lo, nobremente, com clareza inequívoca e confirmou-o, nesta Casa, há poucos dias.

Por essa fidelidade, que é de sempre - e pela coragem de proclama a -, todos nós aqui o aplaudimos.

Vozes: - Muito bem!

Vozes: -Muito bem!

O Orador: - Se esses aplaudissem, estaria Portugal a ser desservido.

Aliás, com sermos realistas nos basta para saber que, em política, a única verdadeira força do inimigo seria a fraqueza da nossa divisão.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Não creio que, razoavelmente, se nos possa pedir ou de nós se deva esperar tal vocação suicida.

Nós sabemos que «se quisermos sobreviver, teremos de estar resolvidos a lutar».

Aqui termino.

A política de continuidade, que o Governo quer servir e as Câmaras hão-de querer apoiar, tem como fundamento primeiro e maior a independência intangível do Chefe do Estado, a sua digna firmeza, a sua integridade.

E, assim tudo, merecendo os nossos mortos, combatendo na guerra, vivendo a vida, cumpriremos o rumo do futuro como o definiu Salazar, nas últimas palavras do seu último discurso: «continuar na paz a Nação Portuguesa».

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Soares da Fonseca: - Sr. Presidente: Regressou há dias a Lisboa a missão especial portuguesa enviada às terras de Vera Cruz para tomar parte nas comemorações brasileiras do V Centenário do Nascimento de Pedro Alvares Cabral, em reciprocidade do procedimento adoptado pelo Governo de Brasília relativamente a idênticas comemorações nas nossas terras de Santa Maria.

Não me compete pronunciar-me sobre o pleno êxito desta missão especial ou sobre o brilhantismo daquelas comemorações.

Não me cumpre também especificar quão penhorantes foram as diferentes atenções recebidas de todas as autoridades brasileiras e do seu povo, designadamente do mais alto magistrado da Nação, marechal Costa e Silva, e dos ilustres Ministros das Relações Exteriores, da Marinha e da Aeronáutica ou dos ilustres governadores dos estados de Guanabara, S. Paulo, Baía e Pernambuco.

Igualmente não me cabe a mim sublinhar a primorosa actuação do nosso prestigioso embaixador no Rio e dos cônsules portugueses em todas as capitais visitadas ou o emocionante calor das almas em todas as comunidades portuguesas das mesmas capitais.

Muito menos tenho de divagar quanto ao meu entendimento sobre a benéfica repercussão do intercâmbio luso-brasileiro, representado pelas duas aludidas missões especiais, nas cada vez mais desejáveis estreitas relações entre Portugal e Brasil.

Ao conjunto destes vários aspectos se referiu já quem verdadeiramente tinha especial qualidade para o fazer - o Sr. Ministro de Estado adjunto do Presidente do Conselho, engenheiro Vaz Pinto, que, com inexcedível dignidade, chefiou a nossa missão.

Há, porém, um número do bem elaborado programa da visita ao Brasil que é meu imperioso e grato dever salientar aqui, sob pena de feia omissão.

Refiro-me, Sr. Presidente, ao agradável convívio entre parlamentares portugueses e brasileiros na capital federal.

A missão especial portuguesa, semelhantemente ao sucedido com a brasileira, que nos visitou, integrava uma delegação parlamentar, constituída por Deputados à Assembleia Nacional e Procuradores à Câmara Corporativa.