Ciente de que nós estamos preocupados com os seus problemas, não queira ela precipitar o que necessita de estudo e ponderação.

Os momentos perdidos com o estudo rápido da maneira de evitar a crise são momentos que se perdem para o estudo das soluções. Ajudem todos a criar o clima de colaboração e trabalho tão necessários para que as soluções surjam, e nessa base creia a juventude que todos estarão com ela que a Nação estará com ela.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

perfará dentro de dez dias. dirigiu-se esse corpo administrativo ao Conselho Regional de Agricultura, apresentando a sua oferta- com a sugestão de que se procurasse, para a utilizar, o parecer e o apoio dos serviços técnicos do Estado.

Com razoável celeridade, dados os acontecimentos intervenientes, o Conselho Regional de Agricultura do Ribatejo respondeu em nus de Fevereiro último, enviando o parecer sobre o problema olivícola nacional, elaborado por uma comissão nomeada pelo Sr. Director-Geral dos Serviços Agrícolas, e esclarecendo que entre os motivos que levaram a ajudar o problema com a conveniente brevidade de viti incluir-se a sugestão apresentada pela Junta Distrital em Dezembro anterior.

Ao menos por isto não deverá a Junta Distrital ter por vã a sua iniciativa, embora ela ou qualquer possa estranhar que en matéria de tanta monta faltasse o seu dedo para carregar no gatilho.

Na verdade vinha também cópia de um despacho do Sr. Director-Geral dos Serviços Agrícolas, datado de 17 de Janeiro, reconhecendo - salientarei sempre o calendário - que o problema da olivicultura nacional impunha que a Direcção-Geral lhe dedicasse atenção especial e imediata e declarando ser indispensável elaborar um plano de acção atinente ao seu estudo, tão completo quanto possível. Para isto, finalmente, designava um grupo de trabalho composto de cinco agrónomos indubitavelmente qualificados e que gozam, como merecem, da geral consideração de técnicos muito distintos c experimentados. E mais, marcava-lhes trinta dias de prazo para apresentarem um carecer, que, depois de sancionado, pudesse ser imediatamente divulgado pelos vários organismos.

Foi este parecer o comunicado à Junta Distrital: tem a data de 16 de Fevereiro e foi transmitido à Junta, para conhecimento, em data de 29 do mesmo mês.

Honra lhe seja, o grupo de trabalho trabalhou bem 5 no tempo prescrito. O seu parecer, não creio indiscrição revelá-lo, dado o carácter oficial dos contactos e a importância e generalidade dos interesses em causa, preencheu vinte e três páginas dactilografadas e concluiu que, com a intervenção directa do Estado, para além do apoio técnico fundamental - sublinho a muito grosso traço «apoio técnico fundamental»- e de auxílios financeiros, haveria que promover o desenvolvimento de uma campanha de mecanização especializada e de campanhas fitossanitárias regionais.

De entrada, o parecer reportava-se expressamente a um plano de reconversão da cultura olivícola e propunha-se uma explanação de conceitos de ordem geral antes que se tomem medidas efectivas.

Sobre a oferta da Junta Distrital, nada: nada ali, nem nada jamais nos bastantes meses desde então decorridos, que não são poucos para problema reconhecido digno de atenção especial imediata e para estudo do qual era oferecida outra achega.

Significará este silêncio o modo mais piedoso de reconhecer inconsequência ou inutilidade à iniciativa do corpo administrativo? Ou antes será demonstração de falta de zelo no aproveitamento rápido das circunstâncias, que é condição da actividade eficaz no mundo de hoje, em qualquer ramo, a qualquer nível? De desprezo pelas ajudas úteis, ainda que modestas, que é de boa administração aproveitar, contra o gosto do grandioso que ainda há três dias aqui reprovei?

De qualquer modo, o caso oferece lugar para algumas considerações, de espécie e de conjuntura, que me parece transcenderem a materialidade daqueles factos.

O Governo, em texto recentíssimo, reconheceu de novo a importância nacional da olivicultura, insistiu na importância de lhe melhorar a produtividade e afirmou-se disposto a promulgar novas bases de apoio à exploração dos olivais.

Ora, neste ramo da economia, como em todos presentemente, a questão fundamental é a da produtividade, entendida, não como a entendiam os velhos e em tanta medida, aliás sensatos, fisiocratas de Quesnay, entendida, não como mera faculdade de produzir, mas como relação entre o produto e os seus factores.

Não interessa, pois, tanto a produção em si como que a diferença entre o seu valor e o despendido para a conseguir seja positiva; podem ser grandes os custos, o que importa é poder pagá-los com o resultado.

Mas, Sr. Presidente, acaso será ainda necessário relembrar estes hoje em dia verdadeiros truísmos?

Parece!

Parece, porque naquele substancioso parecer, a que comecei por aludir, não há uma linha, uma só, uma triste palavra, sobre a relação presumível entre o custo das melhorias de tratamento preconizadas e o acréscimo de produto consequente; não há a menor consideração da rentabilidade económica dos métodos passados em revista para obter mais e melhor azeitona.

Pareçe, porque no rol das providências contempladas pelo Governo e oferecidas no abstracto de qualquer consideração da relação final custos (custos a que o Estado se associará sem mostrar qualquer certeza antecipada de quanto valham a pena), ia dizendo, da relação final custos-produto, nem sequer há uma palavra acerca da questão importantíssima das fertilizações das terras como fomentadoras da produção, que, por outras vias, ou seja, depois de formada como na prévia formação das plantas, se quer assistir.