gação entre Vendas Novas e Évora -, o seu traçado por Montemor-o-Movo a Évora.

A distância entre Lisboa e esta cidade ficaria reduzida a algumas dezenas de quilómetros, o seu custo seria moderado, e seu rendimento estaria assegurado pelo afluxo de passageiros e mercadorias num percurso mais curto e mais rápido, que, certamente, permitiria ao caminho de ferro vantagem na sua já existente luta com a camionagem de passageiros, muito embora em determinados limites, já difícil, com a via aérea, que fatalmente se aproxima.

As ligações de Évora com Mora, Reguengos de Monsaraz e Vila Viçosa não devem continuar a constituir, critério errado, no final do século XX apenas uma estrela. Évora tem, e deve ser, um nó de ligações. Assim se melhorará, antes se processará, o único sistema racional de ligações entre esta vasta região capital, o Norte do País e a vizinha Espanha. Brevemente, quer queiram, quer não, entre Pegões e Montijo haverá um ramal ferroviário, e resta vila ribatej ana assentará o começo de uma nova ponte sobre o Tejo até Lisboa. Nesse dia o Sul do País estará económicamente ligado ao porto de Lisboa, o que hoje, apesar da existência da Ponte Salazar, que se louva, não acontece. A Ponte Salazar serve, e sen e admiravelmente, a península de Setúbal, mas, a verdade deve dizer-se, não serve o verdadeiro Alentejo ...

Só uma parte entre Xabregas ou zona limítrofe e o Montijo será a via ideal de penetração e saída dos produtos do Alentejo.

Quero ainda, Sr. Presidente, pedir o urgente estudo o construção de uma linha que, partindo da vila de Mora, atravesse o vale do Sorraia, zona em franco desenvolvimento, e, passando por Couço e Azervadinha, tenha o seu término na linha que já serve Coruche. Essa zona, Sr. Presidente, creio que virá, em breve tempo, a ser um novo distrito administrativo, tanto pelo seu valor populacional como, mais ainda, pelo surto de progresso que o regadio está a fazer surgir. Trata-se de uma região, sui generis, um misto de Alentejo e Ribatejo, que, bem se nota já, necessita de estar provida de órgãos administrativos à aluíra do seu valor económico.

Sei que não será tudo que peço exequível em curto intervalo de tempo, mas alguns dos pedidos que faço são tão urgentes que bem merecem rápida atenção do Governo.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Educação Nacional, embora, em teimosa insistência, os responsáveis pela administração local tivessem de pôr em devido destaque o que representava de justiça a solução do pretendido.

Entre os motivos invocados, como justificação válida, sobressaiu então a expressiva cifra relativa à população do distrito de Aveiro, ao tempo de 524 592 habitantes, superior à, do de Coimbra (433 656 habitantes) e sensivelmente metade da do distrito do Porto (1 193 308 habitantes), a justificar três liceus, e não sòmente um, como sucedia então e ùnicamente na sede da capital do distrito.

Ainda foi enaltecido devidamente que, em conjunto, S. João da Madeira e Arrifana, freguesia que, embora pertencente ao vizinho concelho da Feira, tem estreitas relações com aquela vila, possuía uma população muito superior u de algumas cidades já dotadas de liceu: 10 082 habitantes, segundo o recenseamento de 1960.

Demonstrou-se também que o maior índice de crescimento demográfico se verificava à volta de S. João da Madeira e que num círculo de raio de 5 km habitavam 48 000 pessoas e num raio de 7,5 km 69 000 pessoas e que, em nenhuma outra terra do distrito de Aveiro se verificara idêntica concentração.

Acrescia ainda, como justificação, que os meios de comunicação com aquela vila eram francamente bons e facilmente se verificava que grande número de famílias ligadas ao meio transferiram a sua residência para o Porto, a fim de que os seus filhos na idade escolar pudessem frequentar os estabelecimentos de ensino da capital nortenha, embora os seus chefes se deslocassem diariamente à sua terra de origem, onde continuavam a exercer profícua actividade profissional.

Demonstrou-se, por fim, que S. João da Madeira possuía já, mercê do espírito de iniciativa e bairrismo local, um bom conjunto de instalações desportivas e aptidão e propensão para outras arrancadas, visando uma cobertura eficiente da sua área com estabelecimentos de ensino, pelo dispêndio de verbas avultadas com a instalação da escola industrial - mais de um milhar de contos - e com a escola do ciclo, com 500000$, sendo a frequência da escola técnica cerca de um milhar de alunos, apesar de não ser dotada de curso comercial. Todas estas razões válidas foram sucessivamente expostas superiormente, culminando as necessárias diligências com a solicitação feita directamente ao Venerando Chefe do Estado aquando da memorável visita à vila de S. Ex.ª por ocasião das Comemorações do 40.º Ano da Revolução Nacional, em 1966, em jornada gloriosa, em que, mais uma vez, ficou bem demonstrado o espantoso surto de potencial económico-social do concelho e do seu reflexo no distrito.

Sempre a autarquia local, com preservação justificada pela força da razão e da evidência dos números, muito particularmente com destaque para as baixas permilagens referentes aos alunos matriculados no ensino secundário no distrito de Aveiro, comparativamente com os restantes distritos, embora seja evidente e francamente notório o crescimento valorativo em potência sócio-económica, insistiu pela justificação de uma secção liceal, a criar, com sede em S. João da Madeira.

Realmente, analisando os quadros estatísticos das permilagens dós alunos matriculados no ensino secundário, dos alunos matriculados no ensino liceal, dos alunos aprovados no exame de admissão ao liceu e da relação entre o número de professores oficiais e particulares, no ano lectivo de 1962-1963 (ano em que foi solicitada superiormente a criação do estabelecimento de ensino em consideração), nos dezoito distritos do continente, por ordem