das as superiores linhas da política nacional, nas bases ideológicas e nos seus escopos ideais.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Disso são garantia as reiteradas afirmações do venerando Chefe do Estado, confirmadas na sua última nobilíssima mensagem, e as perfeitíssimas declarações do ilustre Chefe do Governo, proferidas após a sua posse, no Ministério das Corporações, e no início desta sessão legislativa.

O desejo de aperfeiçoamento contínuo e da obtenção dos máximos, apoios não suspeitos de intenções impuras é inteiramente louvável, pois já Salazar o entendia, numa das suas maravilhosas sínteses, ao dizer "que todos não somos de mais para continuar Portugal".

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A obra humana é sempre inacabada e os anseios de perfectibilidade são inerentes ao espírito e ao coração de todo o homem que vem a este mundo.

O chefe não era omnipresente. Além disso, a vida nacional desenvolve-se em muitos departamentos, hierarquias e sectores.

O reconhecimento do formidável saldo positivo do Regime não significa conformação integral com todos os aspectos da sua fisiologia.

Nunca fui discípulo de Pangloss, personagem universal com que Voltaire ironizou o dito de Leibniz de que tudo corre pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis.

Também não lisonjeio o Poder, tanto mais que me considero independente e não tenho ambições políticas.

Por isso, estou à vontade para homenagear os nossos chefes para ver neles a segura esperança de que a Pátria seguirá o seu rumo altivo, digno e austero, até porque os milhares de mártires que por ela têm vertido o seu sangue inundam, imperam e impõem uma atitude geral de definição, de intransigência e de fidelidade, quanto ao sentido do seu sacrifício e à segurança de não serem atraiçoados.

Procuremos corresponder ao desejo da maior harmonia possível entre todos os portugueses que a desejem com espírito inequivocamente patriótico e que não confinem os limitem da Nação ao berço europeu, segundo o desejo do Presidente Marcelo Caetano, evitando criar ressentimentos e animosidades que suscitam a tentação de desinteresse e do afastamento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Evitemos o exemplo de Bizâncio, já que estamos cercados e penetrados de inimigos.

Estejamos atentos, para que a teia da indiferença e da traição não se teça no interior da cidadela, para nosso dano fatal.

Tenhamos presente a profunda e elucidativa exclamação do Maomé II, após a tomada de Bizâncio:

A aranha fabricou a, sua teia na habitação do rei e assim, a nocturna coruja piou sobre os terraços de Afrasiab.

Não nos impressionemos, com logomaquias mais ou menos especulativas.

Especificando, lembremo-nos de que um regime não pode ser, na sua filosofia política, simultâneamente orgânico e inorgânico ou individualista. E que, no plano social e económico, não pode ser simultâneamente liberal e corporativista.

Ser e não, não pode ser.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Permitam-me um rápido desenvolvimento para acrescentar que o corporativismo triunfou, mau grado algumas inevitáveis fragilidades e sombras.

Os ilustres responsáveis pelo sistema têm feito muito e dedicadamente. Honra lhes seja. Sabemos que estão atentos e que incansavelmente procuram evitar a correcção do óptimo, que é péssima.

Louvàvelmente têm impedido que a organização se transforme num muro de lamentações arteiramente reivindicativas ou numa couraça de privilégios contrários ao bem comum.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Enfim, ouso humildemente lembrar a utilidade, permanente de uma meditação sobre as causas internas do descalabro do corporativismo medieval e a necessidade de se fugir ao excessivo burocratismo e à desproporcionada punição de faltas meramente formais e à obliteração do espírito que informa os diplomas basilares. E mera lembrança para prevenção de largo prazo. De resto, as correntes sociais e económicas em voga são muito diferentes das que actuaram contra o antigo corporativismo, pelo que seria mais temível a corrosão interna, que não é de esperar se houver permanente vigilância e integral conhecimento dos princípios em todos os sectores interessados.

Vozes: - Muito bom!

O Orador: - Tenhamos, pois, esperança e confiança.

Por mim, a deixo claramente manifestada.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: O tempo regimental deve estar a esgotar-se. A vossa paciência, também, o que é essencial para terminar.

A ordem de prioridade que em consciência me impus e um idealismo que teima em não se apagar determinaram estas desluzidas, mas sinceras, congeminações reservando para próxima oportunidade, a intentada referência a que inicialmente aludi.

Queiram desculpar e aceitai os meus votos de um Novo Ano muito feliz.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Sousa Rosal: - Sr. Presidente: As estâncias termais, que outrora foram locais de tratamento e de repouso muito procurados e ao mesmo tempo pontos de reunião de requintadas clientelas, ainda conservam estes atractivos em alguns países da Europa, constituindo centros turísticos de real importância.

São pólos do atracção humana que têm a caracterizá-los um grau de condições sui generis, resistindo aos progressos da quimioterapia e às solicitações de modernos ambientes de descontracção, de descanso e de prazer.

As virtudes do termalismo vêm de muito longe, como atestam as ruínas das pomposas termas romanas, confirmadas nos nossos tempos pêlos luxuosos estabelecimentos balucoterápicos que há por essa Europa, como sejam os