são administrativa dos meios administrativos, técnicos e financeiros para absorver e superintender na actividade que se pode prever.

Não há previsão orçamental para satisfazer os encargos que derivam dos compromissos a tomar, os quais só com autorização ministerial se podem assumir. É certo que a gerência hospitalar se tem vindo a exercer por esta comissão administrativa, mas em âmbito muito restrito e precário e para além do qual não se considera capaz com os recursos e a competência que tem.

Solicita-se que isto seja considerado e esclarecido de modo a não haver solução de continuidade entre a conclusão do hospital e o seu funcionamento.

Ao mesmo tempo a comissão administrativa procurava esclarecer-se fora das esferas oficiais sobre o melhor aproveitamento do hospital, tendo encontrado no Instituto Português de Reumatologia a mais sentida e competente audiência e colaboração.

Com os elementos colhidos ficou a comissão administrativa autorizada a fazer um depoimento com substancial conteúdo perante entidades categorizadas e responsáveis que, por muito ciosas do seu saber e prerrogativas, não se sensibilizaram.

De uma maneira geral, aquele Instituto defendida a criação e a individualização, no âmbito das Caldas de Monchique, pelo menos de três serviços: Serviços administrativos de informação e turismo;

2) Serviços clínicos e sociais de prevenção terapêutica e recuperação;

3) Serviços de investigação cientifica;

Os dois últimos serviços - com carácter acentuadamente Hidrológico em suas instalações e processos de prevenir, tratar e recuperar, bem como nos seus objectivos científicos.

Isto tudo tendo em conta além do mais servir também o termalismo social.

Em meados de 1966 foi dado como pronta a funcionar o hospital e convidada a comissão administrativa a recebê-lo.

Não desejando membros desta, entre os quais me contava aceitar a incumbência de se tornarem responsáveis pela conservação das instalações e tudo quanto nelas estava depositado sem se vislumbrar com que meios se havia de iniciar o funcionamento do hospital, solicitaram a demissão.

Desde então, não me consta que as coisas se tenham modificado. Parte do edifício tem sido, aproveitado para serviços sem as dimensões e as qualidades exigidas por aquilo que está materializado, com desprezo pela missão que poderia cumprir dentro da nossa insuficiente rede hospitalar.

Solicita-se do Sr. Ministro da Saúde que, nos contactos que iniciou com as instituições hospitalares, quando chegar a vez do Algarve, inclua no seu programa a visita no chamado Hospital das Caldas de Monchique, cuja existência tudo leva a crer que não seja conhecida oficialmente no seu Ministério.

Não fica por aqui a triste sina das Caldas de Monchique.

A propósito do balneário, que foi demolido em 1941 por ordem do Estado com a ideia de o modernizar, na qualidade de proprietário das termas e se administrador, também tenho uma palavra a dizer, para se ouvida pelos departamentos oficiais responsáveis por tão triste panorama.

Os que por ali passam e são muitos e de toda a parte, de visita à excepcional região de Monchique, ficam surpreendidos perante aquele confrangedor campo de ruínas.

Os únicos trabalhos referentes ao balneário desde há muito iniciados e terminados tiveram por fim permitir melhorar a captação das águas das nascentes termais, e que foi conseguido com óptimos resultados e respeitaram também à infra-estrutura dos esgotos.

Para não haver solução de continuidade nos trabalhos, improvisaram-se instalações que têm servido de maneira precária há mais de vinte anos, agora menos utilizadas pelo aproveitamento de algumas instalações do edifício destinado ao novo hospital.

A reconstrução do balneário, que é o edifício básico das instalações termais, tem-se arrastado desde então.

O tempo tem-se passado na elaboração de projectos que se vão sucessivamente desactualizando pelos progressos da medicina nos campos da hidrologia e reumatologia que as águas das Caldas de Monchique e o seu meio ambiental recomendam.

Consta que neste momento mais um projecto se estuda para reconstrução do balneário e faço votos por que ao mesmo tempo se pense na maneira de obter a verba necessária para lhe dar execução. De outra forma será mais um documento a figurar na malfadada história das Caldas de Monchique.

O valor do balneário no conjunto termal está bem expresso no que foi dito em devido tempo pelos Serviços Técnicos de Higiene da Alimentação e Bromatologia do Ministério da Saúde e Assistência numa informação prestada a S. Ex.ª o Ministro das Finanças que rezava assim:

Cabe ao balneário a primazia na sequência dos empreendimentos que é preciso levar a cabo. O balneário é a célula fundamental, a célula-mãe de todas as outras concepções construtivas termais. Depois da água mineral é a sua existência a razão de ser da exploração das termas. Só depois de o balneário construído, tecnicamente apetrechado e em desempenho da sua função terapêutica, poderá o Estado com maior facilidade negociar e levar a bom termo o trabalho de atracção de capitais para que esta obra de tão grande envergadura financeira e de tão justificado interesse nacional "não responsabilizasse exclusivamente o Estado". Qualquer orientação que se pretenda apresentar conduzirá inevitavelmente à mesma conclusão: a primeira realização que se impõe - o balneário - tem que ser feita pelo Estado ou com dinheiro emprestado pelo Estado.

Neste competente parecer está bem assinalada a importância do balneário no conjunto das Caldas de Monchique e o papel que cabe ao Estado no seu ressurgimento.

Não é difícil prever mesmo se tudo for devidamente considerado e disposto a colaboração da iniciativa privada para levar até ao fim este empreendimento e garantir sequentemente uma administração capaz e com viabilidade económica.

O rendimento da oficina de engarrafamento de água administrada com o melhor sentido comercial e as receitas previstas do futuro balneário são valores seguros a ter em conta para o efeito.

Ainda é de admitir uma ajuda, nos termos do n.º 1 da base I da Lei n.º 2082 e do artigo 17.º do Decreto n.º 40 913, por via da concessão de empréstimos e subsí-