respeito e admiração pela dignidade, bom senso, fervor patriótico e suave energia com que tem desempenhado o seu alto cargo, enfim, por tudo quanto o consagrou como o exemplo do homem bom e forte que, em feliz hora, foi escolhido como Chefe da Nação Portuguesa.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nas suas diversas alocuções tem dito e repetido que se sente bem no Porto. £ porque assim é, o Porto considera-o como um dos seus, o que solenizou ao proclamá-lo seu cidadão honorário, envolvendo essa qualificação no halo da sensibilidade que tão profundamente caracteriza a gente nortenha.

Ora, na nobilíssima mensagem do Ano Novo, o Chefe do Estado honrou o Porto e o seu Município com referências excepcionalmente relevantes, ao proferir as seguintes palavras:

Estive presente [...] novamente no Porto, de 25 a 27 de Outubro, em várias inaugurações e visitas, sendo entre todas de salientar a relativa à entrega de mais mil moradias a outras tantas famílias portuenses delas carecidas, mantendo-se assim a cidade do Porto na vanguarda da resolução do problema da habitação em Portugal, posição saliente que muito a honra e àqueles que a levaram a essa posição.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ninguém ousará considerar inadequada a memoração, nesta Assembleia, de tão lisonjeiras apreciações, por si mesmas e pelo que representam

de incitamento a acolher em todo o mundo português.

Nem sempre se dá a devida estimação ao colossal esforço empreendido pela Câmara Municipal do Porto, em colaboração com o Governo Central, no sentido de resolver definitivamente e dignamente o gravíssimo problema da habitação insalubre e inumana, com todas as consequências de ordem moral, social e política que lhes é inerente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pelo Decreto-Lei n.° 40 616, de 28 de Maio de 1956, foi aprovado o chamado "Plano de melhoramentos para a cidade do Porto", a executar pela Câmara Municipal, e que previa a construção, no prazo de dez anos, de prédios urbanos com a capacidade de alojamento de 6000 famílias, mediante o pagamento de rendas módicas, estabelecidas em função dos diversos tipos de moradias e dos rendimentos do agregado familiar.

Ora, esse plano foi concluído antes de esgotado o decénio previsto, facto oportunamente salientado pelo distinto presidente da Câmara, Dr. Nuno Pinheiro Torres, que o considerou como a mais notável contribuição portuense nas comemorações do 40.° aniversário da Revolução Nacional.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - O êxito do empreendimento e a persistência do problema que o determinou, embora já muito atenuado, levaram a Câmara Municipal a elaborar planos complementares, idênticos na finalidade e na mecânica actuante.

E assim é que no começo do ano corrente já os planos inicial e subsequentes contavam no seu activo a construção de 8027 habitações e o projecto de mais 872, todas elas destinadas a desalojados das deploráveis "ilhas" e a famílias de fracos recursos económicos.

Trata-se de um balanço que nos alegra e nos concede justificável optimismo.

Teve, pois, o ilustre Chefe do Estado sobeja razão ao patentear o seu regozijo pela forma solene que intencionalmente utilizou.

O plano de melhoramentos constitui um exemplo eloquente da eficiente e benéfica colaboração entre o Poder Central e a administração local, nos casos em que ela é indispensável.

O que o Porto deseja e pede é que ela não esmoreça um só momento, embora conheça o zelo e dedicação com que é solicitada e concedida.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Seja-nos permitido apontar alguns problemas muito importantes para a vida citadina e cuja solução tem sido diligentemente procurada pelos responsáveis, pelo que se justifica uma expectativa optimista, que desejaria aqui transmitir aos meus estimados Portuenses.

Desde que foi corajosamente rasgado o morro que impedia o acesso directo da Praça de Almeida Garrett à Ponte de D. Luís, já foram elaborados mais de vinte projectos para arranjo definitivo da avenida que lá se pretendeu implantar e das respectivas zonas adjacentes.

Trata-se da principal entrada da urbe portuense.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Por ela são os visitantes rápida e directamente conduzidos ao coração da cidade invicta.

Ora, já passaram demasiados anos sem que tão importante problema tenha sido resolvido.

O bom nome da cidade, os seus interesses e até os imperativos estéticos não são esquecidos por nenhum dos responsáveis, bem o sabemos, pelo que esperamos que os esforços conjugados da Câmara Municipal e dos Ministérios das Obras Públicas, das Comunicações e da Educação Nacional, actuando com espírito decidido, nos concedam a satisfação de rapidamente vermos eliminado este quase pesadelo.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A saturação do trânsito na velha Ponte de D. Luís, a carência de zonas de estacionamento para as viaturas de transportes colectivos, a precariedade dos arranjos que, com zelo e boa vontade, se vão adoptando a ocupação de todo e qualquer espaço disponível, tornado inevitável pela avalancha de viaturas que chegam à zona da Batalha, a estreiteza das ruas, utilizadas para manobras difíceis e demoradas, tudo isso impõe que os estudos em curso para a criação dos centros coordenadores de transportes entrem em fase de rápida concretização.

Sabemos que muito do essencial para a resolução deste agudo problema depende da promulgação de diploma legislativo relativo à competência das câmaras municipais na regulamentação do trânsito e que pende de parecer da Câmara Corporativa.

Nenhum tempo será perdido, bem sabemos. Mas, ao apontarmos a importância do assunto, prefiguramos i proporcional satisfação que teremos quando o virmos ultrapassado.

Vozes: - Muito bem!