É que sabe essas razões paira a bem conhecida e justamente louvada bravura dos Beirões, que em nenhuma parte do Mundo em que tiveram de lutar pela pátria ou pela civilização cristã, defendendo os sagrados direitos da personalidade humana, comprometeram os pergaminhos que receberam dos seus maiores.

Soldados das Beiras estiveram nos regimentos n.ºs 23 e 35 e regaram com o seu sangue generoso os palcos da guerra de 14, lutando bravamente como heróis.

Esses regimentos, a que Coimbra tanto queria, foram modificados ou transferidos, como o impuseram as necessidades de então; mas ficou o espírito de coragem abnegada dos seus nomes que essa faz parte do património moral de uma cidade e não pode ser alienada por nenhum preço!

Parece que finalmente chegou a gratíssima oportunidade de devolver a Coimbra a sede da 2.ª Região Militar.

Vozes: - Muito bem!

Não se me afigura. Sr. Presidente que tais razões sejam irremovíveis no quadro das nossas possibilidades actuais.

Pelo que sei tudo na edificação que ainda pertence ao Ministério do Exército está em ordem e pronto para receber o importante departamento das forças armadas, que durante tanto tempo ali teve instalação condigna.

Só será necessária a meu ver, a boa vontade de quem tem poder para decidir este importante problema; ora essa boa vontade não será certamente regateada, em face das muitas e muito válidas razões que se invocaram para a concitar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E queria terminar, Sr. Presidente, este já longo desfiar de razões a favor das coisas importantes do meu distrito de Coimbra, que há pouco as suas forças vivas vieram apresentar ao Governo.

Mas um outro grande problema ainda se torna necessário abordar: é o do preço da energia eléctrica da cidade do Mondego.

Ainda há pouco o tratei nesta Câmara exprimindo a minha esperança - que era também esperança de muitas famílias - de que tão ingente problema não tivesse soluções que levassem a novo agravamento de preços já agravados, dos custos da energia eléctrica consumida na cidade.

Mas, infelizmente, parece não ter sucedido assim.

O dissídio surgido entre a Câmara Municipal de Coimbra e a empresa fornecedora da energia que os seus Serviços Municipalizados distribuem foi resolvido pelo Sr. Director-Geral dos Serviços Eléctricos com um efectivo agravamento do factor de correcção contratualmente instituído que do valor de cerca de 1.2 passou para 1.55.

Representa esse agravamento uma sensível subida da energia nas tarifas doa vários escalões pelo que os consumidores vão pagar mais alguns milhares de contos que revertem inteiramente para os cofres das ditas fornecedoras!

Continua a não encontrar justificação para esta singular medida que a própria entidade oficial do sector eléctrico impôs ostensivamente.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Se havia um contrato com cláusulas claras e bem compreensivas, por que se não respeitaram essas cláusulas que a Câmara de Coimbra pretendia fazer valer?

Fogem ao domínio da minha compreensão de homem da rua as razões justificativas desse agravamento quando, como no momento actual, o Governo tanto se empenha en justa e bem assente política de não consentir na subida de preços dos produtos essenciais, como é a electricidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - De resto continuo a insistir na imperiosa necessidade de se fazer uma revisão completa do condicionamento de todo o sector da electricidade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Há muitas e muito chocantes distorções a banir e há sobretudo, afrontosas sobreposições que não se podem continuar a tolerar e que em inquéritos conscienciosos são fàcilmente despistáveis.

Ora não falta neste país quem saiba e possa fazer esses inquéritos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E vou terminar Sr. Presidente e Srs. Deputados.

Possam as minhas razões ter contribuído para valorizar os grandes problemas que deixei sumariados apontando-os como ingentes necessidades de um distrito e de uma região que muito importa fazer progredir.

Ela é dominada pela cidade de Coimbra que muito se orgulha do seu fascínio sobre as gentes que teve a honra de albergar.

E não posso deixar de recordar, no fim destas considerações, as palavras de tão elevado sentimento que a embaixada de Coimbra ouviu e agradeceu ao Sr. Ministro da Educação Nacional. Sinto que em Coimbra nasceu, ou pelo menos se modelou, a alma portuguesa e se fez assim como hoje é!

Também eu rendo a minha homenagem ao Sr. Ministro da Educação Nacional aplaudindo sem reservas o seu abnegado labor e empenho de conferir à educação e à instrução dos Portugueses o forte sinal positivo que eles merecem e necessitam.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vai passar-se à

O Sr. Presidente: - Continua a discussão na generalidade da retificação dos Decretos-Leis n.ºs 48 757, 48 760 e 48 836.

Tem a palavra o Sr. Deputado Águedo de Oliveira.

O Sr. Águedo de Oliveira: - Sr. Presidente: A criação legal da siderurgia data se não estou em erro de Agosto de 1956.

O País inteiro pode certificar-se de que em Portugal se levantava um empreendimento muito arrojado servido por técnica de alta qualificação - embora alguns a dis-