na sua tão justa pretensão, ouso referir aqui as palavras que em 30 de Outubro de 1964 foram dirigidas em exposição ao Ministro da Saúde e Assistência de então:

Excelência: O parecer da Câmara Corporativa dado, em 1964, à proposta de lei com que se pretendia reorganizar a assistência hospitalar diz, no seu capítulo I, que do inquérito feito se concluía, em relação aos edifícios hospitalares existentes, que:

Outros, como Viana do Castelo, exigiriam tão profunda remodelação da estrutura que é mais económico, mais útil e mais simples fazer tudo de novo.

No mapa que faz parte a Lei n.º 2011 são atribuídas 282 camas como lotação indispensável a este hospital.

Pelo ofício n.º 1908/1-B, processo 2M234/56, de 14 de Março de 1956, o Ex.mo Sr. Director-Geral da Assistência comunicava-nos o despacho de S.ª Ex.ª o Subsecretário de Estado da Assistência. Social e que era do teor seguinte:

Leve-se à alta consideração de S. Ex.ª o Ministro das Obras Públicas, com empenhada recomendação, por ser efectivamente urgente, o estudo de um hospital regional para Viana do Castelo.

Em 30 do Novembro de 1956, no Livro dos Visitantes, registou o seu pensamento, quanto à prioridade da construção, S. Ex.ª o Subsecretário da Assistência, aquando da sua honrosa visita a este hospital, da seguinte forma:

A verificação das graves carências do hospital da Santa Casa da Misericórdia, que, em todo o caso, a Ex.ma Mesa e o distinto corpo clínico procuram suprir como podem, aumenta, a convicção com que, já de há muito tempo para cá, o Subsecretário da Assistência acompanha o empenho das entidades locais na justíssima pretensão de um novo hospital regional. Tudo faremos que seja, em breve, uma realidade.

A Comissão de Construções Hospitalares também marcou a prioridade da construção do nosso hospital quando, há quase uma vintena do anos, expropriou o terreno para o efeito e encarregou o distinto arquitecto o engenheiro Júlio do Brito de estudar o projecto dessa construção. Penso que o anteprojecto está sinceramente aprovado.

Estas referências dizem como as entidades competentes consideram urgente a construção do hospital regional de Viana do Castelo.

Mas nós também temos razões a apresentar e que impõem a prioridade dessa obra, que são: Os nossos serviços hospitalares estão espalhados por três edifícios, o velho hospital, o pavilhão cirúrgico e a enfermaria-abrigo, com cozinhas próprias e três comunidades com três superiores, o que agrava a nossa administração deficitária; Para as 282 camas que nos são indicadas como necessárias à nossa assistência temos apenas 150 camas, sem possibilidades de aumentar o seu número, pois estão ocupados todos os espaços onde era possível colocar uma cama.

Esta falta de capacidade acarreta-nos dificuldades prejudiciais ao bom nome do hospital e agrava-nos as despesas, pois que, quando se nos apresenta um caso urgente, o são frequentes, não tendo cama para os hospitalizar, dá-se alta a doentes que conviria conservar durante mais uns dias; As instalações do hospital são tão inconvenientes e faltas de higiene e conforto que nos humilham, como V. Ex.ª o poderá verificar.

As considerações feitas e, sobretudo, o anseio que nos anima para que a construção do hospital não demore levou-nos a supor que, tínhamos a prioridade e que a construção do nosso hospital seria adjudicada em primeiro lugar e após a conclusão dos centrais.

Assim não sucedeu, e os Vianenses tomaram conhecimento, com profundo pesar, ter sido resolvido construir primeiramente o do Bragança.

Excelência: Se dentro do critério estabelecido para resolver o assunto for por V. Ex.a reconhecido que Viana do Castelo tem a primazia na construção do seu hospital, gratos lhe ficaremos se assim o determinar.

Muito obrigado, Sr. Ministro, pela honrosa visita que se dignou fazer-nos.

Com a mais elevada consideração mo subscrevo.

A bem da Nação, o Provedor.

Posteriormente a esta exposição, o mesmo Ministro da Saúde e Assistência, a quem foi entregue, resolveu que a construção do hospital de Viana do Castelo fosse das primeiras a executar, confirmando assim as resoluções tomadas pelos seus antecessores.

Em Janeiro de 1966 foi dada a informação de que no fim do 1.º semestre ou princípio do 2.° semestre desse ano seria aberto concurso para a construção das fundações, no entanto, e apesar de estarmos em 1969, ainda não se tomou o conhecimento de que o referido concurso fosse aberto.

Em princípio de Setembro de 1967, suponho, foi a Viana do Castelo ver mais uma vez os terrenos em que o hospital deve ser implantado um engenheiro qualificado da Comissão de Construções Hospitalares.

Não podendo, pois deixar de verificar que os poderes contrais há muito têm consciência e conhecimento do magno e aflitivo problema, é de lamentar que esta situação, que se prolonga há tantos anos, se mantenha e se não vislumbra ainda a solução adequada e tão ansiosamente aguardada.

Viana do Castelo, nesta como em tantas outras aspirações, continua a aguardar um acto de justiça, já que, farta de esperar, só não manifesta a sua indignação, a sua descrença, talvez até a sua desconfiança, se não vislumbrasse em S. Ex.ª o actual Ministro da Saúde e Assistência o homem à altura de dar solução condigna ao problema, já que pela primeira vez ele vai ser encarado, ponderado e resolvido pelo talento de um Ministro que é médico e pelo coração do um médico que, sendo Ministro, está ligado às lindas terras do Alto Minho por laços afectivos e familiares, que são credenciais do uma renovada esperança dos Vianenses.

Se para pedirmos temos de merecer, todo o Alto Minho a S. Ex.ª o Ministro da Saúde e Assistência o pró-