o conhecimento da nossa história e dos nossos valores, estabeleceria pontos; de apoio, compreensão e amizade e alargaria a nossa esfera de influência civilizadora. É que ainda não há tomo falar uma língua para se compreender e amar o povo que a criou e utiliza.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Neste perpassar de breves reflexões, não queria esquecer um apontamento sobre a necessidade de se estabelecer em todos os sectores públicos um como que policiamento da língua. Sempre me pareceu dissonante do interesse nacional a inexistência de quem velasse nos meios de comunicação pública pela correcção, propriedade e pureza do idioma, uma vez que a rádio, a televisão e a imprensa são os mais assíduos e poderosos agentes de educação linguística. E, assim, não se concebe a falta de um corpo de assistentes ou consultores junto desses meios de comunicação, assim como também não se compreende que as leis e publicações oficiais não sejam revistas por mestres competentes de Português.

Indo até um pouco mais além, não sei por que não deveria permitir-se a revogação dos direitos de autor relativos às traduções com graves incorrecções de linguagem, já que lesar ou manchar gravemente o nosso idioma é forma do corrupção tão grave como qualquer outra. E se a tudo isto juntássemos o cumprimento da legislação já publicada sobre n fiscalização de anúncios, prospectos, cartazes e outras formas de publicidade, teríamos abrangido um grande plano de preservação, de extraordinária incidência no futuro da língua.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente: Continuamos a viver (todos temos consciência disso) um período histórico de excepcional contenção a responsabilidade em que a Pátria nos exige provas também excepcionais de energia, destemor e capacidade nas armas na economia e na política. Nas armas, o valor das forças de terra, mar e ar garante o êxito de que nunca descremos. Na economia, o impulso adquirido não sofrerá detenha, graças à heróica aplicação de todos os trabalhadores. E na política, mau grado a ausência do chefe genial, não se alterará, o clima sábia e pacientemente, criado em quarenta anos de ordem e respeito. Ora, é nesta parte, na política, que se infere a defesa da língua como elemento definidor da unidade na mais variada, dispersa e prodigiosa comunidade de gentes e raças que existe à faço da Terra. Pois que ela seja cada vez mais a expressão desse clima político, traço de concórdia entre todos os homens de bom querer, além de instrumento imortal de graça- e beleza, e sopro di vino que nos alente nas crises e modere nas euforias. E já que madre desveladíssima, nos mudou, no lar e na rua, o verbo ser da descrença no verbo ser da confiança, nos mude agora no ultramar o verbo sofrer da guerra no verbo exultar da paz.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encerrar a sessão.

Marco sessão para a próxima terça-feira, dia 4 de Fevereiro, à hora regimental, com a menina ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão:

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso.

Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães.

Aníbal Rodrigues Dias Correia.

António José Braz Regueiro.

Arlindo Gonçalves Soares.

Armando Acácio de Sousa Magalhães.

Armando José Perdigão.

Artur Alves Moreira.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral

Fernando Afonso de Melo Giraldes.

Francisco José Roseta Fino.

Hirondino da Paixão Fernandes.

João Duarte de Oliveira.

João Ubach Chaves.

José Coelho Jordão.

José Dias de Araújo Correia.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

José Vicente de Abreu.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Manuel Henriques Nazaré.

Manuel de Sousa Rosal Júnior.

D. Maria de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.

Raul Satúrio Pires.

Rui Pontífice de Sousa.

Sérgio Lecercle Sirvoicar.

D. Sinclética Soares Santos Torres.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Albino Soares Pinto dos Reis Júnior.

Álvaro Santa Rita Vaz.

André da Silva Campos Neves.

Antão Santos da Cunha.

António Augusto Ferreira da Cruz.

António Calheiros Lopes.

António Magro Borges de Araújo.

Armando Cândido de Medeiros.

Artur Águedo de Oliveira.

Aulácio Rodrigues de Almeida.

Carlos Monteiro do Amaral Neto.

Gabriel Maurício Teixeira.

Joaquim de Jesus Santos.

José Guilherme Rato de Melo e Castro.

José Pais Ribeiro.

José Pinheiro da Silva.

José dos Santos Bessa.

Manuel Amorim de Sousa Meneses.

Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Marques Teixeira.

D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.

Mário de Figueiredo.

Rogério Noel Peres Claro.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.