Pois, Sr. Presidente, dêmos às palavras o seu verdadeiro significado e proclamemos essa defesa nos campos da actividade governamental.
Em 27 de Setembro do ano findo o País associou-se com a maior confiança, oferecendo o maior crédito, à decisão do Sr. Presidente da República quando entregou a chefia do Governo ao eminente professor e homem público Doutor Marcelo Caetano. E logo S. Ex.ª definiu, e reafirmou mais tarde, que a continuidade do Regime por que a Nação pautava a sua vida política, económica e social continuaria pela manutenção da ordem pública e pela intransigente defesa do ultramar, das parcelas que constitui a soberania da Nação e a sua própria essência.
Foram palavras do maior alcance político para todos nós, que tanto amamos o ultramar, por tanto amarmos a metrópole, por tanto sermos Nação.
Foram e continuam a ser palavras que todos guardamos como penhor de uma acção política que é a única que pode servir todo o interesse nacional. São palavras que nos vêm dos momentos históricos e mais remotos da fundação da nossa nacionalidade. São palavras que sempre ouvimos a nossos pais e que havemos de transmitir a nossos filhes. São palavras que não podem sofrer qualquer desvio ou que se tornem menos audíveis ou perceptíveis. São palavras que definem atitudes políticas de unidade e que são contrarias a partidarismos.
Esta a grande realidade dos momentos que atravessamos: não pode haver divisões no seio da Nação, porque uma divisão será uma defecção, uma fuga a uma responsabilidade nacional para se transformar num apoio a uma política internacionalista que pretende a rotura da nossa unidade.
Faz hoje precisamente oito anos que começou o terrorismo em Angola. A sua história vem sendo feita por todos nós, por aqueles que combatem e muitas vezes dão a vida na frente e por aqueles outros que se firmaram numa retaguarda de apoio directo ou de vigilância à unidade da Nação.
Desde há quatro anos, a esta parte que tenho vindo assinalar esta data com o respeito pelos que caíram no campo da honra e com orgulho pela obra que vimos realizando.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Ora, quer no campo da luta, quer no da administração pública, que promove o progresso dos territórios e das gentes que neles vivem, deles fizeram a sua torra e dos que nela própria nasceram, o caminho que temos trilhado, tão cheio de vicissitudes, constitui um magnífico exemplo da nossa determinação, da consciência com que lutamos e trabalhamos, da consciência com que desejamos integrar, cada vez mais, a Nação na sua verdadeira essência ecuménica.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - A tenacidade com que vimos defendendo posições conquistadas à custa de tantos e tantos sacrifícios em vidas e capital, que bom poderia e seria melhor empregue em outros ou novos factores de riqueza de que todos viessem, como virão, a partilhar, vem já produzindo algum quebranto no ímpeto do inimigo, daquele que nos ataca no campo ou nas matas e daquele, não menos inimigo, que nos i taça nas assembleias internacionais e nas escolas de subversão espalhadas pelos países onde se forja o império das ilusões comunistas.
Todos pretendem abalai-nos na nossa luta, mas ela tem-nos revigorado e esclarecido quanto ao caminho que mais nos convém.
E já vimos sentindo alguma compreensão daqueles que supuseram que os ventos da história só serviriam para nos aniquilar. Não. Nós conhecemos perfeitamente esses ventos e sempre soubemos como conto-los.
Prestar as nossas homenagens às forças armadas, às organizações que colaboram directamente na defesa do território e aos governantes, que têm dado ao longo destes anos o melhor do seu esforço e do seu exemplo de servir em favor do interesse nacional, é um imperativo de gratidão que a província de Angola depõe nesta Assembleia.
Vozes: - Muito bem!
O Orador: - Não vou repetir o quo tem sido dito nesta Câmara em louvor do ultramar.
Sem, contudo, cair no pecado de me repetir, se é que é pecado ter a consciência da permanência da vigilância, não posso deixar, para honra dos que caíram e como preito dos que combatem, de pôr perante a comunidade lusíada, toda ela, a vocação do ultramar na consolidação da nossa unidade.
O ultramar tem sido e continuará a ser o principal estímulo da Nação.
Para as terras ignotas se volveu o primeiro pensamento dos nossos maiores. Para elas continua presentemente volvido o mesmo pensamento: dilatar a fé, consolidar os valores humanos c reuni-los para maior força e honra da Nação.
É que só os grandes espaços geográficos o económicos fazem as verdadeiras nações e nós temos tido e continuaremos a ter as mais excelentes condições para ser uma grande nação.
Pois, mantenhamos o mesmo espírito de sempre, de luta e de esperança, de fé e de certeza, de confiança em nós mesmos, para continuarmos a ser cada vez mais uma verdadeira nação.
Tenho dito.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.
O Sr. Presidente: - Vai passar-se à
O Sr. Presidente: - Continua o debate sobre o aviso prévio acerca da defesa da língua portuguesa. Tem a palavra o Sr. Deputado Marques Teixeira.
O Sr. Marques Teixeira: - Sr. Presidente o Srs. Deputados: Subimos as escadas desta tribuna, agora como sempre, sob o peso de uma séria responsabilidade. Decidimo-nos a fazê-lo na convicção do que, ao darmos a nossa modesta quota-parte de colaboração ao debato do presente aviso prévio, cumpríamos um dever moral c até observávamos uma norma de civismo, sob o sortilégio e empolgamento da tão qualificada matéria em apreciação. A parte terminal desta afirmativa dá-nos fundamento e inculca-nos a que, muito justamente e com a maior admiração, felicitemos e homenageemos os distintos Deputados avisantes.
Estamos aqui, e fornecemos a nossa achega humilde à discussão deste avião prévio, tomados de euforia de espírito, gostosamente, portanto, mas sem que escondamos