O País continua a importar fortes percentagens de máquinas e aparelhos (18,3 por cento), matérias têxteis, em especial matérias-primas, material de transporte (9,9 por cento) e produtos do reino vegetal, em que predominam os cereais.

Algumas melhorias há a assinalar em 1967, mas a importação de carnes, bacalhau e amendoim, com aumentos superiores a 200 000 contos, continuam a escurecer a importação. O caso das carnes é sintomático. A importação de gado bovino não atingira 200 000 coutos em 1966 e ultrapassou os 445 000 contos em 1967, com um aumento da ordem dos 240 000 contos neste ano. Identicamente, a importação de bacalhau atingiu cifra superior a 700 000 contos, o que representa um aumento muito grande em relação ao ano anterior. Ainda no caso das oleaginosas há a referir o amendoim, em grande parte vindo de países hostis. Neste caso a importação foi grande em 1966, ainda ultrapassou 930 000 contos, incluindo o óleo, a semente com casca e sem casca.

Veja-se, pois, o rol dos três produtos fundamentais na alimentação, as carnes, o peixe (bacalhau) e o amendoim, com cifras a aproximarem-se de 2 milhões de contos.

O problema que se põe neste caso não é só o de pagamentos. Interfere também com a segurança interna. Devem fazer-se esforços no sentido de desviar os fornecimentos para o ultramar no caso do amendoim, para a produção interna e ultramarina nas carnes e para o consumo de outros peixes no caso do bacalhau. Parece estar a fazer-se um esforço sério neste último caso.

Como nota mais optimista há a diminuição nos cereais, café e milho, no ferro e aço em bruto ou semitrabalhado e no algodão em rama, menos 250 000 contos.

Mas a grande diminuição nas importações deu-se nas máquinas e aparelhos industriais não eléctricos, com menos 440 000 contos. A conta dos transportes também acusa diminuição, mas no total não se inclui a importação de aeronaves.

Estas são as principais alterações nos dois anos. Revelam um desequilíbrio com fortes oscilações nos produtos alimentares, em especial nos cereais, oleaginosas e bacalhau. Aqui está um grande problema, isolado de muitos outros, susceptível de ser atenuado.

Convém reter na memória que a importação de cereais, carnes, oleaginosas e bacalhau custa ao País mais de 2 500 000 contos. A seguir vem o desenvolvimento das importações, tomando por base 1960.

As cifras da última coluna do quadro seguinte exprimem melhor do que palavras os aumentos das diversas secções pautais:

O problema das carnes tem vindo a agravar-se. Ainda em 1968, a importação era apenas de 453 000 contos de animais vivos, etc. A cifra atingiu 1 681 000 contos em 1967. O índice em relação a 1960 subiu para 446, o maior na escala das importações. O agravamento também se deu nos produtos de origem vegetal (266), mas, neste caso, houve melhoria em 1967. Viu-se que o peso da importação foi de 6 408 000 t, mais 59 000 t do que em 1966. Este peso atingiu pela primeira vez a casa dos 6 milhões em 1965, e não alcançara 4 milhões em 1959.

O ritmo de aumento da tonelagem deduz-se facilmente do quadro seguinte, que oferece os índices referidos a 1960: