Temos, assim, que, não considerando o movimento financeiro da ponte de Lisboa sobre o Tejo, as desposas de 1937 aumentaram 234 016 contos.
É esta a cifra que é levada em conta nos comentários feitos mais adiante. A ponte representou um elemento perturbador no movimento financeiro. Foi inaugurada em 1967. Agora só intervirá na despesa do Ministério por verba relacionada com as reparações e conservação, e no Ministério das Finanças por verbas relacionadas com o pagamento dos encargos de juros e amortização de empréstimo no débito e pela receita da portagem no crédito.
O parecer tentou empurrar a distribuição de verbas orçamentais para objectivos de maior reprodutividade económica e social. O caso do sistema rodoviário - das estradas - tantas vezes rememorado nas páginas do parecer e nas intervenções do relator na própria Assembleia Nacional, está longe de ser resolvido de maneira satisfatória. E uma das causas de atrasos em muitas zonas do País. Mas outros sectores se poderiam indicar.
Com o tempo e alterações profundas no mercado do trabalho, por motivo de emigração maciça, também prevista oportunamente neste lugar, o preços mais altos nos orçamentos, o custo de obras públicas aumentou muito.
Por outro lado, os programas de obras não se ajustam convenientemente. A falta de coordenação entre Ministérios produz estrangulamentos que ainda encarecem mais os trabalhos e o seu natural andamento.
Além disso, o significado real das verbas varia por influência de alterações marcantes nos preços dos materiais e nos salários.
Do estrito ponto de vista financeiro, o quadro seguinte dá a evolução das despesas totais, tal como se inscrevem na Conta Geral.
Atingiu-se o máximo em 1964. Neste ano a verba da ponte elevou-se a 703 006 contos, a máxima desde o início em 1962. Foi esta dotação que produziu o alto valor de 1964.
Se forem subtraídas as dotações da ponte às despesas extraordinárias, as despesas desde 1962 seriam as seguintes:
A segunda coluna mostra as diferenças entre as despesas totais nos anos mencionados som a verba da ponte. O maior aumento processou-se em 1967. Há. porém, grandes alterações nos custos das obras entre 1962 e 1967.
Não só leva em conta, nas despesas totais, o que o Ministério despendeu pelo Fundo de Desemprego, verba muito significativa no financiamento das obras realizadas ou comparticipadas através da Direcção-Geral dos Serviços de Urbanização.